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 ⠀⠀⠀Com um perigo eminente encerrado, o cavaleiro lidou com o segundo problema em mãos

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⠀⠀⠀Com um perigo eminente encerrado, o cavaleiro lidou com o segundo problema em mãos. Ele usou seu escudo, tanto como uma tigela improvisada para carregar água do rio, quanto para cobrir e abafar as chamas. Aparentemente, a magia do seu companheiro fora mais controlada do que ele imaginou, ou essa floresta bizarra é mais resistente ao fogo que as demais, pois, embora tenha levado um tempo, ele conseguiu controlar o fogo e apagá-lo completamente sozinho.

⠀⠀⠀Kuro não saiu do lugar, apenas ficou resmungando sobre já ter feito a parte dele quando ajudou a espantar os monstros. Ver seu melhor amigo era um alívio, então a atitude dele não irritou Lothar, que já conhecia bem como ele era.

⠀⠀⠀Assim que finalmente pode respirar fundo, o homem de chapéu voltou a encarar o recém-chegado, que estava apenas o estudando com os olhos.

⠀⠀⠀― Você não faz ideia do quão feliz eu estou em te ver! ― Lothar disse.

⠀⠀⠀― É mesmo?

⠀⠀⠀― Eu tive o pior dia da minha vida, então, é tão confortante ver um rosto amigo agora.

⠀⠀⠀Kuro acenou com a cabeça. Ele flexionou os joelhos e saltou de cima do galho, aterrissando no chão de folhas queimadas. O cavaleiro correu até seu companheiro, parando a alguns centímetros de distância dele. Lothar, sem dúvidas, era um sujeito alto, mas próximo a Kuro, dava a impressão de que o outro era uma criança. O homem de armadura também parecia, ao menos fisicamente, mais velho que seu amigo de capuz e roupas largadas.

⠀⠀⠀― Você estava procurando por mim, não é? Foi a mestra que te mandou? ― O homem de cabelos castanhos perguntara.

⠀⠀⠀― É, essa parada aí mesmo ― respondeu de forma fria.

⠀⠀⠀Algo estava errado. Lothar sabia que seu amigo costumava tagarelar bastante e, em algumas situações, falava até demais. Mas por algum motivo, ele estava distante e cauteloso, como se não confiasse na pessoa à sua frente.

⠀⠀⠀― Kuro, aconteceu alguma coisa?

⠀⠀⠀― Me fala tu, Lothar. A velha disse que você matou um cara. ― Ele lhe lançou um olhar fulminante. ― É verdade?

⠀⠀⠀O homem engoliu em seco, surpreso por aquela interrogação repentina. Seu amigo costumava ser bem desconexo de assuntos sérios e quase sempre tomava decisões inconsequentes. Quando fora que ele ficou tão maduro?

⠀⠀⠀Na verdade, o cavaleiro estava com medo daquela pergunta. Com medo da resposta e das consequências que ela provocaria. Ele não sabia o que responder. Seu coração dizia que ele era inocente, mas sua mente estava em branco. E se ele for culpado e apenas não se lembrava? Talvez ele fosse um assassino.

⠀⠀⠀― Eu não sei... ― disse por fim.

⠀⠀⠀― Você não sabe, &%#~&!? Um homem morreu e todo mundo falou que era tu com a arma cheia de sangue na mão! E você tá me dizendo que não sabe? ― exclamou, começando a se alterar.

As Crônicas de Val'lar: Livro 1 - Lothar MustangOnde histórias criam vida. Descubra agora