⠀⠀⠀Um mundo vivo, recheado de criaturas fascinantes, ambientes fantásticos e rico tanto na sua diversificada cultura, quanto em sua religião, são apresentadas no primeiro volume dessa série, que explora esse universo de fantasia e seus personagens...
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⠀⠀⠀Instintivamente, o cavaleiro tentou se livrar do aperto, mas ele reconheceu a diferença nas forças e se deu conta de que era inútil continuar tentando escapar. Já Kuro era o outro extremo. Por mais que não conseguisse se livrar dos tentáculos, ele só continuava tentando aplicar mais força. O baixinho usaria suas chamas para escapar se pudesse, mas parece que a natureza antecipou o seu plano, enterrando seus braços no meio da terra.
⠀⠀⠀― Kuro, pare de gastar energia! Você só está deixando as árvores mais bravas! ― Lothar tentava em vão, alertar seu amigo enfurecido.
⠀⠀⠀― Eu não vou virar a %#&%^ de comida de planta!
⠀⠀⠀O aperto nos membros do homem de cabelos castanho parara de aumentar e ele notou que só apertavam o bastante para mantê-lo imóvel. Ele tentava fazer a sua cabeça pensar e bolar uma forma de escapar, mas dessa vez nada estava vindo.
⠀⠀⠀Foi quando, então, sentiu o toque frio do metal em sua nuca.
⠀⠀⠀― Isso parece um pouco demais, não acha? ― o cavaleiro perguntou.
⠀⠀⠀― Depois de ver o que vocês dois fizeram com a floresta, prefiro não assumir riscos ― respondeu à voz atrás dele.
⠀⠀⠀― Eu estou na dúvida se devo levar isso como um elogio ou como uma ameaça ― brincou. ― A propósito, o nome é Lothar Mustang. E você é...?
⠀⠀⠀Seu captor não respondeu de imediato, mas o cavaleiro sentiu a pressão da lâmina diminuir até desaparecer por completo. Calmamente, o caçador deu a volta, até ficar de frente para sua presa e a encarou nos olhos. Essa foi a chance de Lothar em dar uma boa olhada de volta. Diante dele estava um homem jovem, que devia ter seus vinte e poucos anos, com longos cabelos negros e pressos por um único rabo de cavalo. Ele usava as vestimentas mais primitivas que o aventureiro já havia visto, enquanto em sua mão ainda segurava a arma. Uma grande faca, que reconheceu de imediato, pois era feita da garra de um morcego-jaguar.
⠀⠀⠀Por estar com os olhos fixos naquele recém-chegado, o cavaleiro mal percebeu que outros, vestidos de formas semelhantes, foram se juntando a ele. O bando que se formara ao redor era composto na maioria por humanos, mas também haviam alguns villdyrs. Ele percebeu que essa espécie da raça era diferente dos que conhecia vivendo nas cidades. Havia um instinto e uma aparência muito mais primitiva neles. Algo imperceptível nos seus primos que passaram muitos anos vivendo na sociedade. Ainda sim, eles eram tão racionais quanto os demais, estando apenas em contato maior com o seu instinto animal.
⠀⠀⠀Nada se comparava, entretanto, a impressionante entrada do grupo de guerreiros tribais humanos. Enquanto os villdyrs surgiam das sombras das árvores como grandes predadores furtivos, os humanos saiam, literalmente, de dentro das árvores e do chão. Era como se fossem entidades em simbiose com a mata. Apesar de estar totalmente a mercê desse grupo, Lothar não pode deixar de pensar em quão incrível era se observar a entada deles.
