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⠀⠀Kuro era um lutador ágil e furioso. Ele atacava consecutivamente seu oponente, tentando evitar qualquer oportunidade para o contra-ataque. Hanu estava na defensiva, bloqueando cada golpe que recebia com a lateral da sua espada.

⠀⠀⠀O dæmônio batia com sua foice, depois se atirava para a lateral do adversário e o chutava. Quando seu ataque era interceptado, ele avançava novamente para o seu flanco e usava a arma outra vez. Seu estilo de luta o fazia repetir esses movimentos, circulando o gorila e mantendo a pressão constante.

⠀⠀⠀― E aí? Tá gostando, ô macaco? ― Ele tomou ar. ― Tem muito mais desses ainda!

⠀⠀⠀Seus ataques não estavam provocando dano no oponente, mas isso não parecia incomodar Kuro. O villdyr estava concentrado no ritmo do inimigo e não respondeu à pergunta dele. Eventualmente, um dos chutes do baixinho atravessou a defesa. O golpe acertou as costelas do alvo, que suportara a dor calado. O lutador de cabelos brancos abriu um sorriso e se preparou para uma sequência, mas seu próximo movimento foi negado pelo adversário. Hanu posicionou sua espada de lado e a girou na horizontal, usando a força do seu tronco no impulso. O corte circular acertou o dæmônio e o atirou para longe.

⠀⠀⠀O gorila apoiou a arma no ombro e caminhou na direção do oponente.

⠀⠀⠀― Eu acertei você, mas sei que não morreu. Levante-se! ― ele exclamou.

⠀⠀⠀Assim como ele declarou, de fato, Kuro ainda estava vivo, mas não completamente ileso. Ao se levantar, o corte em seu peito ficava evidente. Não era profundo, ao ponto de se tornar uma ferida fatal, mas havia atravessado suas roupas e chegara em sua pele. O sangue do dæmônio, que era tão vermelho como o de qualquer outro homem ou villdyr, escorria em um filete. Porém, o dano em seu corpo era a última de suas preocupações.

⠀⠀⠀― Tá brincando que tu estragou minha roupa! ― ele resmungou. ― %#$#^ olha só! Tá rasgada e toda suja de sangue agora!

⠀⠀⠀― Como é? ― Hanu parou no lugar onde estava, tamanha sua incredulidade naquilo que ouvira.

⠀⠀⠀― #%$^ que o pariu! ― ele disse, enquanto tirava a camiseta com capuz, deixando seus cabelos brancos livres e os chifres à mostra.

⠀⠀⠀O baixinho enrolou a peça de roupa de qualquer jeito e a amarrou ao redor do corpo para cobrir o ferimento, naquilo que provavelmente era o pior torniquete já feito por algum ser vivo. Os fluidos vitais dele continuavam a escorrer pela barriga, embora agora em menor quantidade, até lhe alcançarem as calças.

⠀⠀⠀― Ah, pronto! Que legal! Vou ter que ficar de cueca agora! ― ele resmungou ao notar que o resto da roupa ainda usada também estava se sujando.

As Crônicas de Val'lar: Livro 1 - Lothar MustangOnde histórias criam vida. Descubra agora