07h25.
Meu corpo e minha mente estavam tão pesados que dormi tão profundo e poderia cair uma casa em cima da minha cabeça mas não caiu, infelizmente acordei lembrando de tudo que havia acontecido na noite anterior e do quanto eu odiava a Layla com toda minhas forças. Tentei levantar e senti meu corpo todo implorar pra que eu ficasse na cama, mas me recusei e fui para o banho, tomei um banho demorado, reparando em meu corpo, viajando em pensamentos ainda tão nítidos sobre o que aconteceu com o Fernando, mas acabei sentindo um soco no estômago quando bateram na parta do banheiro.
- Ja vou, só mais 5 minutos. Respondi.
Me sequei e botei uma calcinha de algodão, um short de bengaline, e um cropped de moletom, penteei o cabelo e o deixei solto, sai do banheiro e fui falar com minha vó, tentar explicar a situação.
- Podemos conversar agora?
Perguntei ainda envergonhada.-Claro, vamos la na varanda.
Respondeu.Sentamos nos degraus por alguns minutos, tirei força e comecei a me explicar.
- Conheci ele, o Fernando, quando discuti com Layla aquele dia que você pediu pra eu ir espairecer. Fui para o shopping e acabei conhecendo ele. Ele é um cara legal vó, me respeita e não estamos fazendo nada. Ele tem 26 anos, e sim, acabamos nos beijando no carro quando Layla nos viu. Me perdoe eu ter mentido, eu só estava sem coragem pois sei que vocês não aprovariam.
- Anna, você mentiu para mim e seu avô, e sabe o risco que poderia ter acontecido. Não duvido da sua palavra que ele seja um cara legal, mas, vou precisar comunicar seus pais, não se preocupa que não vou dizer sobre o seu amigo, mas não vou me perdoar se acontecer algo e você estiver sobre a minha responsabilidade.
-Mas vó, por favor eu não quero ir, meus pais vão me obrigar a voltar para casa.
Disse com a voz embaçada.-Olha, minha querida, é a minha decisão. Sabe o motivo de meus filhos não gostarem do seu pai? É triste, mas vou te contar. Seu avô não é o pai dele. Aconteceu a tanto tempo e ainda dói lembrar o que eu passei, conheci um rapaz quando eu tinha 13 anos, ele era bem mais velho, talvez uns 28. Eu matava aula para ficar com ele escondida dos meus pais, ate que com 13 anos eu me vi grávida, 13 anos Anna. Meus pais desconfiaram assim que minha barriga foi crescendo, apanhei feio aquele dia, acho que meus pais quiseram tirar meu filho de dentro de mim com socos e chutes. Me botaram para fora de casa com a roupa que eu estava em meu corpo, não tinha para onde ir, fiz o óbvio, fui procurar o pai do bebê. Me atendeu, deixou que eu tomasse um banho, e disse que eu precisava ir embora antes que sua esposa e filhos voltassem, me deu uma nota de 100 reais e mesmo eu chorando, dizendo que não tinha para onde ir, ele e ninguem teve pena de mim. Então fiquei na rua ate os 8 meses da gestação, estava magra, suja, com o cabelo cortado, gastei os 100 reais comprando um cobertor para não morrer de frio, dormia atras de uma pizzaria para que o forno atras da parede me esquentasse. Pedia comida nas ruas. Fiquei 4 meses assim, quatro meses que poderia ter sido evitado. No desespero por alimento e banho, bati na casa de um jovem de 25 anos, que estava acabando a faculdade e se preparando para seguir a marinha, ele me deu comida, e um teto ate meu bebê nascer, me deu roupas, e enxoval para meu nenem, ele ja vinha de família com um bom poder financeiro. Eu dormia em um quarto onde tinha uma cama de solteiro e um pequeno berço, só o via quando chegava tarde ou cedo quando saía. Começamos a criar um vínculo tão bonito, puro. Ate que minha bolsa rompeu, ele desesperado me levou para o hospital as pressas e la tive o seu pai, mas infelizmente perdi tanto sangue que precisei ficar internada e esse homem cuidou do meu filho, dava banho, leite, cuidava dele. Saí da sala vermelha do hospital depois de dois meses, perguntei se poderia ficar em sua casa e talvez ser a sua empregada, ele disse que não, que eu poderia ficar mas, que eu não precisava trabalhar, agradeci com lagrimas nos olhos. Ficamos tão proximos com a chegada do bebê que ele até chegava em casa mais cedo, e não saia até termos tomado café juntos. Quando o meu pequeno fez um ano, ele disse que não conseguiria mais ver a sua vida sem nós dois. Ali eu ja o amava, pela forma em que ele nos tratava, todo respeito e carinho por uma mendiga, fedida e gravida que bateu em sua porta. Tivemos nosso casamento em 6 meses e estou com ele até hoje. Ele me ajudou a concluir meus estudos, me ajudou a ser a psicóloga que fui antes de me aposentar, me ajudou a nunca mais passar fome, me ajudou a ser alguem. Seu avô Anna, ele me salvou e ainda o amo com toda força desde que o vi segurando seu pai pela primeira vez. Seu pai sempre foi o mais chegado nele, mesmo com os filhos de sangue, seu avô tambem sempre foi mais chegado ao seu pai. Talvez seja por isso que tenha tanta discórdia dos seu tios com a sua família. Mas todos tiveram as mesmas oportunidades. E é por isso que você precisa voltar para sua casa Ana. Volte para mim no seu aniversário daqui uns meses. Eu vou dizer a sua mãe que te mandei mais cedo pois quero só você aqui no seu aniversário, vou dizer que seus primos souberam a historia do seu pai e queriam te deixar mal com isso. Não vou contar sobre o Fernando, quem vai contar vai ser você. Você tem essa missão.
- Obrigada por me contar tudo isso vó. Eu vou fazer tudo melhor da proxima vez.
Abracei ela, senti o cheiro de amaciante em suas roupas, então entrei. Não iria mandar mensagem para o Fernando ate que tivesse o dia certo para que eu voltasse pra minha cidade. É minhas ferias infelizmente acabou.
*~~*
Terça.
20h50.Layla não parava de dizer que eu era uma puta interesseira mas eu ja não ligava, continuava fazendo de tudo pra ajudar meus avós, ate tentar ajudar meu avô concertar um carro destruido eu tentei. Na hora do jantar na terça feira minha vó comunicou que havia falado com meus pais e eles iriam vir no domingo me buscar, e completou dizendo que iria fazer um grande comes e bebes para que eu pudesse aproveitar. Concordei com o coração ainda partido, ajudei a arrumar a cozinha e sala de jantar e me preparei para dormir.
Eu: Boa noite, vou ir embora no domingo, não tenho mais como ficar.
Em menos de uma hora ele ele respondeu.
Fernando: É uma pena..
Fernando: Te vejo amanhã no shopping, as 14hEu: É impossível, sério.
Fernando: Vem, ou serei obrigado a ir te buscar
Eu: Não, eu vou.
Fernando: Sem atrasos.
Não respondi.
Levantei na esperança da minha vó não ter ido dormir, e a encontrei tomando um chá na cozinha.
- Vó?
- Oi querida.
- Posso ir no shopping amanha3? Gostaria de dar uma volta.
- Anna não é uma boa ideia.
- Por favor? Eu levo a Paula, pode confiar.
- Se você leva ela, por mim tudo bem.
- E O PRÉMIO DE MELHOR VÓ DO UNIVERSO VAI PARA???
- Boa noite Anna.
- Dorme com Deus vó.
Fui correndo para o quarto.
-Paula?? Paulaaa.
- Que foi menina?
- Vamos no shopping amanhã?
- Não to muito afim.
- Sério te dou 20 reais.
- Que horas?
-14h.
- Estarei la.
- Obrigada.
Ah Suerdik. Você fode com minha cabeça e com meu corpo.
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Desejos de Uma Submissa
FanfictionAnna Parker sempre foi louca por sexo e tudo que ele proporciona. Mas entre o sexo normal e o sexo que deixa marcas, ela prefere a segunda opção. Cabelos despenteados, marcas roxas era o que ela mais gostava em seu corpo. Mas tudo mudou quando ela c...