Capítulo 5.

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         Tudo voltou a ser normal depois, minhas noites eram as mesmas de antes, o Brenno e eu seguimos como amigos, na verdade, nem chegamos a conversar mais profundamente sobre o que éramos. Ficávamos quase todas as quartas na minha casa, era mais um lance casual, os dois se divertiam ou até mais ele do que eu, aliás, eu nunca consegui gozar com ele. Não que o sexo fosse ruim, era bom, no começo, mas era sempre a mesma coisa, eu gostava, curtia, mas faltava, faltava muito... Faltava violência. Ele não curtia me dar um tapa ou me xingar de alguma coisa, eram sempre oral, ele por cima, eu de quatro, eu por cima e ele gozava, claro, não nessa ordem, mas sempre isso. Raramente tomávamos banho juntos antes dele ir, dávamos uma rapidinha no banho, ele gozava novamente e ia embora, eu gozava em meus dedos.
      Passamos o fim do ano letivo assim, no colégio nos falávamos pouco, não por ter vergonha um do outro, fazíamos isso para ninguém notar nada, eu escolhi assim. Minha amizade com Helisa seguia firme e forte, ela costumava dizer que para ter uma transa sem graça, era melhor não transar, mas se tornou chato apenas para mim, ele gostava e demonstrava isso toda vez.
        Com o final do ano chegando, minha família decidiu que eu passaria as férias na casa da minha avó, já que eu não ia há muitos anos para lá, meus primos estariam, meus tios, exceto meus pais, eles não podiam largar o trabalho. Na quarta feira, depois do banho, falei com o Brenno sobre minhas férias.

- O que vai fazer, vai ficar em casa ou viajar? Perguntei.

- Quase nunca saio daqui, minha mãe trabalha e preciso cuidar da Liz. Tem uns dois anos que não sei o que é viajar.

- Que pena, eu vou para casa dos meus avós, deve fazer uns quatro anos que não vou lá, não estou muito a vontade, dá um certo receio depois de tanto tempo.

- Vai ficar tudo bem, só relaxar e curtir as férias. Mas volta, porque eu vou ficar aqui esperando e sabe, ando pensando em tudo que a gente está vivendo, e se você quiser, podemos oficializar isso quando você voltar...

- Você quer namorar comigo, é isso?

- É, eu quero ficar contigo, não só aí na tua cama, escondida dos teus pais e no colégio na frente do povo, é chato não poder falar contigo lá, foda-se o que vão falar, só que eu curto mesmo você.

Dei um beijo nele com tanto carinho.

- Vamos resolver isso quando eu voltar. Respondi o mais meiga possível fazendo carinho em seu rosto e o beijando.

Então ele foi embora.
Merda.

       Na sexta feira, passei o dia todo com a Helisa, falei sobre o pedido do Brenno.

- Amiga, mas o mesmo tempo que eu quero, eu estou desconfortável.

- Ué, é assim mesmo, vai ser teu primeiro namorado sério, e ele é um gato, senta com ele e conversa pra tentar melhorar na cama, ou então compra um vibrador.

- Ridícula, e você vê se não arruma um filho enquanto eu estiver fora.

- Vou dar um tempo de meninos e vou pegar mulheres nessas férias, nada melhor do que uma mulherzinha cheirosa. Bora?

- Bora o quê? Se pegar?

- Se você quiser eu quero.

- Para de ser nojenta. Duvido que eu fico contigo sabendo dos caras que vc já pegou. Eca!

- Vem cá me dá um beijinho, vem..

Caímos na risada e fomos a praia. Pegamos sol quase a tarde toda, resolvi fazer a marquinha mais fina possível, era bom sair com a Helisa, ela sempre olhava diretamente para sunga dos homens e os encaravam, eu ficava vermelha de vergonha.
  
       No sábado, resolvi fazer as malas, eram só dois meses mas não lembrava mais do clima ou de como era realmente. Botei óculos de sol, e de grau na mala, shorts, bodys, calças, coturnos, maquiagem, blusas, vestidos, sobretudo, saias, toalha, sandálias, giletes, perfumes, cordão. No fina já quase não fechando a mala, botei algumas calcinhas e sutiãs.
Jantei com meus pais, eles me levariam no domingo às 6h30 e às 10h chegaríamos, lavei os pratos do jantar, e fui para meu quarto, vinte minutos depois meus pais vieram conversar comigo.

- Então, não vamos te encher com mimimi, só que, bom, se comporta, sua avó é idosa, seus primos são adolescentes assim como você, não faz a velha ter um AVC não, pelo amor de Deus, ajuda no possível lá, e não fica muito na rua, ok?

- Até parece que não confia na filha que vocês criaram.

- Não é isso, só mostra tua educação. Aqui toma, mas não gasta tudo com bobeira, você vai ficar lá dois meses, no próximo mês se der mando mais um pouco pra você poder sair por lá também.
Me deu 350 reais.

- Obrigada.

Eles saíram do meu quarto, resolvi mandar uma mensagem para o Brenno.

Eu: Vou sentir tua falta. Toda quarta, todo dia... Boa noite.

7 minutos depois.

Brenno: Volta rápido se nada der certo lá. Tô louco pra te ver, dorme bem e não esquece de mim.

Eu: Pode deixar. Bjs.

Resolvi tomar banho, me depilei, lavei e sequei meu cabelo já que no dia seguinte não teria tempo, então fui dormir.



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