Capítulo 8.

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Quinta feira.

         Não contei a ninguém o que tinha rolado, nem a Helisa, nem para Paula, nos dias seguinte fiz todo o possível para ajudar nas tarefas, só Deus sabia como eu estava por dentro, toda euforia, todas as sensações, a vontade de vê-lo novamente e principalmente todo o tesão que eu sentia. Layla seguia sem falar comigo, mas eu também não me importava, Pedro vivia jogando seus cabelos e zuando meus avós, os outros primos eram só eles mesmos. Meu tio  e meu avô, viviam sempre juntos, ajudando na grama, podando as árvores, e quase sem querer acabei ouvido uma conversa do meu tio Sérgio com meu avô.

- Acha que morar no litoral é tão bom assim?

- Porque a pergunta?
Meu avô perguntou.

- Nada, só que meu irmão sempre teve de tudo, a melhor casa, o melhor trabalho, a filha mais educada, até mesmo a melhor esposa..

- Não fale bobeira! Não queira ter a vida dele, pois todos vocês foram criados de forma igual.

- Você e a mamãe sempre deram o melhor para ele, talvez por ser o mais velho e os outros, ficavam com as sobras. Aliás foi o único que conseguiu fazer uma faculdade com a ajuda de vocês, enquanto nós, éramos sempre os desprezados.

- Cala boca! Fizemos o que pudermos para a Glória, Márcia o Marcelo e você Sérgio, não venha criticar a educação e nem as oportunidades que a vida te deu.

- E agora tem essa garota, Anna, chega aqui e fica arrumando confusão, acha que a Layla já esqueceu? Ela é uma garota mimada e de má índole.

- Chega! Não critique a menina, ela é a única que ajuda sua mãe nos afazeres, a única em todo esse tempo que teve a decência de vir falar comigo por gosto e não para tirar fotos e sair, então já basta!

- Estou cansado de todos vocês.

- E eu cansei dessa conversa.

Meu avô claramente irritado entrou para guardar as ferramentas, eu fiquei parada sem acreditar no que ouvia, deveria ser pecado criticar e invejar a família, me senti tão mal que fui falar com a Layla quando anoiteceu.

- Oi? Posso falar contigo?

- Pra que?
Perguntou friamente.

- É que, não foi legal eu ter gritado daquele jeito e, quero me desculpar. Ser filha única é difícil, não sei dividir as coisas nem os espaços...

- Mas pode começar a aprender, você tá numa casa com mais de dez pessoas, nada aqui é só sobre você.

- Sim, eu sei. Foi mau...

- Desculpas aceitas, agora se me der licença, vou ir para sala.

- Tranquilo.

Continuei no quarto arrumando minha mala, estava um caos, tinha coisas que nem eram minhas lá dentro, e faltava algumas coisas que não fazia ideia de onde poderia estar. Com a mente cheia decidir por uma música para aliviar a tensão.

"Write On Me - Fifth Harmony"

Arrumei tudo, jantei sozinha com meus avós, arroz com cenoura e frango,  ninguém dizia nada, mas claramente estávamos com os mesmos pensamentos. Dei boa noite e fui para meu quarto.

23:01PM.

Sinto meu celular vibrar.

- Boa noite.

- Boa noite, quem é?

- Suerdick.

Meu coração parou. Sorri.

- Ah, então, tudo bem?

- Tudo ótimo! Quero te ver de novo.

- Não sei se dá agora, está meio tenso aqui.

- Sábado, as 11h. Venha sem ter hora para voltar.

- Como assim?

- Sexta feira a noite, te mando o endereço.

- Mas não sei se vai dar...

- Quero que venha de sobretudo, sem nada por baixo e botas.

- Farei o possível.

- O impossível também. Até.

- Boa noite.

- Não se atrase.

Mas que porra.








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