Desejos de Uma Submissa

Capítulo 15.

        Cheguei em casa guardei as bolsas com os presentes no final da mala, e comecei a arrumar as coisas, estava doida para usar minha aliança mas não podia, só de pensar na conversa que precisaria ter com meus pais eu já queria correr. Dobrei e guardei tudo que era meu, fui tomar um banho e colocar uma roupa mais fresca para ajudar minha vó com o jantar.

- O que vamos fazer hoje?

- Que tal uma pizza? Ja que será sua ultima noite conosco dessa vez.

- Serio? Nossa, legal. Mas gosto desses horarios com vc.

- Então me ajuda botar a mesa e ligar para pizzaria.

- Claro.

Pedimos 6 pizzas, frango com catupiry, calabresa, portuguesa, frango com cheddar, pizza de prestígio e chocolate com morango.
Todos comemos e conversamos bastante.

- Lays! Você é a única pessoa dessa familia que não queria ter conhecido. Você vive numa bolha onde só deseja o mau dos outros, seus pais são invejosos! Você é a cobra ja criada deles! Qual sentido de viver para aterrorizar alguem? Qual o sentido de julgar tão mau o proximo? Eu posso ter mentido, e me desculpe vó e vô, mas não me arrependo. Conheci um cara mais velho, que me trata bem, dono de empresas, e super gato. E você o que tem Lays? Nada. Não se envergonha? Não tem amigos, não namora, não quer saber de estudar ou de trabalhar, vive para criticar a vida e infernizar a vida dos outros. Mas chega né? Qual outro segredo tão obscuro você vai sair gritando para os quatro ventos? Que eu engravidei? Veremos.. Não é você quem vai criar. Ou talvez que eu consegui um trabalho e fui demitida, você não precisa pagar uma conta minha e nem de ninguém então, para de infernizar a vida dos outros. Desculpa.

Levantei rápido da mesa enquanto os demais me olhavam espantados, botei meu fone de ouvido peguei meu celular botei músicas e resolvi avisar que estava voltando.

"Hey Helisa, tenho tanto pra te contar. Volto amanhã"

"Oi Brenno! Podemos conversar? Amanhã eu volto."

Não demorou muito o Brenno me respondeu.

"Pensei que não falaria mais comigo. Vamos nos ver amanha?"

"Quando eu desfizer as malas e tiver com tempo livre te chamo pra ir fazer algo pode ser?"

"Vou aguardar então. Boa noite amor. Sdds."

Vai ser difícil terminar com ele, ele me trata tão bem e nem temos nada. Terminar algo que nem começou. Como seria voltar a transar com ele nas quartas feiras sabendo que seria a mesma coisa de sempre. Ate eu me pego sorrindo agora, meu corpo quer o Suerdik. E mesmo que não seja aprovado pelo meus pais, eu farei de tudo para está com ele.

"Oi sua vagabunda. Quem mandou me abandonar. Tomara que contraia DST."

"Conheci uma pessoa mais velha e transei tanto. Mas tanto. Que não sei nem como posso voltar a transar com alguem diferente de novo.. Fui feita de cadela. Até coleira usei. Auau."

Na verdade a Helisa era a única pessoa do mundo que eu não precisava ter vergonha de contar.. Ela era louquinha e a gente se entendia e levava na brincadeira.

"Que isso meninaaaaaaa. Ja quero detalhes. Festa do pijama amanhã na sua casa?"

"Combinado"

Não quis pensar muito no que eu disse para Lays. Na verdade não me importava, desejava num a mais vê-la mesmo. Acabei dormindo e acordando bem cedindo com minha vó me chamando para que pudéssemos ir.

A viagem seguia tranquilo, meu avô fez questão de me levar junto com minha vó, segundo eles ir visitar a praia faria bem. Não tocamos no assunto sobre Lays ou Fernando, acredito que o assunto teria uma vírgula e não um pouco final. Mas seria águas passados por enquanto. Chegamos cerca de 4h30 depois, a viagenzinha seguiu tranquilo, com conversas, risadas e paramos algumas vezes para tirar fotos.
Meus avós ficaram para o almoço e depois partiram, senti um vazio quando eles foram embora.

- Então mocinha... O que você aprontou.

- Nada pai.

- Anna. Fala.

- Ok. Eu conheci uma pessoa. E ele é mais velho. Acabei discutindo com a Lays, saí de casa e conheci ele no shopping. Saí com ele uma outra vez e Lays nos viu juntos o que acabou contando para todos que eu estava me prostituindo e aqui estou eu.

- Mas velho quanto Anna?

- Uns 10 anos...

- Mas você ta maluca? Anna vc só tem 17 anos! - disse minha mãe aos berros.

- Ele é uma pessoa boa mãe, eu juro.

- E como assim você saiu com ele? Pra onde?

- Fui para casa dele pai.

- Anna! Tu perdeu toda a noção do mundo. Pelo menos voce ainda é virgem?

- Não mãe.

Eu ja estava com tanta vergonha que queria sair correndo.

- Meu Deus! Eu vou marcar um ginecologista pra voce urgente. Usou proteçao?

- Sim e não. Mas eu não to grávida. Ele quer vir conhecer vocês.

- Eu vou matar ele.

- Calma pai. Calma você também mãe. Eu vou contar tudo. Eu quero poder confiar em vocês e que vocês confiem em mim. Eu não sou mais virgem, mas também não foi com ele quem eu fiz sexo pela primeira vez, e sempre usei camisinha. Foi com um menino do colégio.

- Agora a minha filha ta contando que ja transou varias vezes.

- Pai! Calma. Foi esse ano ok? E ja tenho 17. Ate quando vocês achariam que eu seria um bebê? Voltando com o Fernando. Sim o nome dele é Fernando. Ele é 10 anos mais velho que eu. Mora sozinho, ja foi casado, trabalha numa multinacional e tem uma loja. Ele foi tão cavalheiro comigo, super me respeitou, até pediu para que eu contasse sobre nós dois para que ele possa vir conhecer vocês. Ele quer fazer as coisas direito.

-  Ja para o seu quarto Anna.

- Mas mãe...

- Agora! Não quero mais saber desse rapaz na sua vida. Voce vai acabar o colégio, começar a trabalhar e fazer uma faculdade. Não vai ter distrações pois a vida so espera um vacilo para te ferrar. Sobe e vai para o seu quarto.

- Pai?

- Precisamos esfriar a cabeça.. Sobe, por favor.

Senti as lágrimas no rosto, talvez de vergonha, talvez de desespero, um pouco de aflição. Mas eu sentia um alivio que não tinha como explicar.