Desejos de Uma Submissa

Capítulo 9.

           Eu estava em uma ansiedade tão grande, que nem conseguia dormir durante a madrugada, pensava como eu iria ficar com o Brenno depois do Fernando, como meus pais agiriam se eu contasse sobre a idade dele, se aceitariam ou me desprezariam, a única que iria gostar com toda a certeza era a Helisa. Quais serão os segredos que ele esconde, o porque do interesse dele por mim, eu não tinha nada a oferecer, já ele tinha tanto. E principalmente com quem eu conseguiria uma bota, já que de todas as pessoas nessa casa a única que trouxe uma foi exatamente a Layla. Fiquei relembrando de sexta a noite, de como ele mexeu comigo, como seu beijo era gostoso, sua pegada era firme e em poucos minutos, senti por ele o que nunca havia sentido antes, eu queria ver do que ele era capaz.
Eu não tinha privacidade para me tocar na casa dos meus avós, embora o tesão estivesse gritando dentro de mim, resolvi esperar até o sábado para ver o que aconteceria entre o Fernando e eu.

Sexta Feira.
9:45AM.

        Acordei com um pouco de olheira de uma noite mau dormida, tomei café sozinha, minha avó saiu para fazer compras, meu avô fazia qualquer coisa com meus primos. Decidi tomar um banho demorado já que todos eles estavam ocupados, lavei e hidratei o cabelo, tirei todos os pelinhos do meu corpo, principalmente entre as pernas, esfoliei meu rosto e hidratei meu corpo assim que sai do banho, botei um vestidinho leve com uma calcinha de algodão, resolvi deixar a hidratação no cabelo agir enquanto eu fazia minhas unhas, escolhi um esmalte preto que pus nos pés e nas mãos, enxaguei o cabelo e decidi deixar secar naturalmente, enquanto fazia os afazeres da casa. Limpei o banheiro já que havia molhado ele todo, limpei a cozinha, arrumei a sala que estava uma zona e dei um jeito no quarto onde eu dormia. Separei uma lingerie vermelha de renda que iria usar com o Fernando, passei meu sobretudo preto e deixei tudo organizado pendurado em um cabide.
Fui ficar um pouco com meus primos, eles estavam tomando banho de mangueira com meu avô, na verdade, a única função do meu avô era segurar a mangueira. Então só fiquei ao lado dele mesmo já que tinha acabado de sair do banho, mas mesmo assim nos divertimos bastante e finalmente a Layla e eu voltamos a nos falar.
    O almoço saiu bem mais tarde que os outros dias, mas minha vó cozinhava muito bem, purê de batata com carne moída e arroz, suco de melancia e sorvete no final, foi um almoço animado, com todos conversando e falando sobre tudo.

- Anna.. Pode me emprestar alguma coisa pra eu ir na pizzaria amanhã? Não tenho nada que eu já não tenha usado.
Layla me pediu meio sem jeito.

- Claro, depois vamos para o quarto e você escolhe. Falando nisso, vó posso sair amanhã?

- Com quem?

- Com uma colega que acabei revendo aqui aquele dia que saí... Bem, ela quer que eu vá na casa dela.
Paula me encarou com um olhar que já sabia a mentira.

- Que horas, filha?

- Ah, vou ir de manhã, mas volto pra dormir em casa, posso?

- Não sei querida, não posso te deixar muito tempo fora.

- Vou me comportar, prometo. Qualquer coisa eu ligo.

- Ok então, pode ir.

- Melhor vó do mundo.
Falei agradeço.

- Layla, quando acabar me procura no quarto, pra escolher alguma coisa.
Sai da mesa com um sorriso gigante no rosto.

Não deu 20 minutos e Layla veio até mim.

- Oie, só quero alguma coisa básica mesmo...

- Escolhe aí.
Falei abrindo minha mala.

Ela então escolheu um body estampado branco com flores rosas, um shorts de cintura alta e minha jaqueta preta.

- Pode me emprestar sua bota?

- Minha bota de cano alto? Morro de ciúmes dela...

- É só amanha, te devolvo a noite, prometo.

- Pode sim, só precisa limpar, a camurça é delicada.

- Vou tomar cuidado, obrigada.

- Disponha.

Então fui pegar a bota para limpar, depois de deixá-la como nova, deixei na sombra para secar.

- Aonde você vai de verdade?
Paula me assuntou.

- Você já sabe, mas não posso ficar falando disso aqui...

- Vai na casa do cara que conheceu?

- Isso.. Vai me dedurar?

- Tá louca? Posso precisar de você semana que vem. Precisamos ficar unidas aqui.

- Obrigada.

- E como ele é?

- Mais velho...
Respondi com receio e vergonha.

- Quanto, 10 anos?

- É, por aí.

- Ai, que safada.

- Para. Se as coisas aqui começarem a ficar ruim para meu lado, pode me mandar uma mensagem?

- Claro! Te aviso qualquer coisa.

- Obrigada.

Senti meu celular vibrando, era o Brenno, atendi.

- Oie! Tudo bem?
Disse animada.

- Tudo bem sim, como você tá?

- Tô ótima, como estão as coisas?

- Tô bem, espero não estar atrapalhando, é que, tô no tédio sem você aqui, e com saudades também.

- Ah que fofo, não está atrapalhando não, não tem saído?

- Pra onde?

- Não sei, com seus amigos, talvez de para levar sua irmã a praia, os dias estão bonitos...

- Talvez. Liguei porque queria ouvir você, só mensagem não dá certo.

- Entendo... Também estava com saudades.

- Que bom amor. Quero que volte logo...

- Mais uns dias apenas.

- Não vou te prender mais, a gente se fala.

- Tudo bem, até depois, se cuida, dá um beijinho em sua irmã.

- Quero beijar você.

- Só mais uns dias. Fica bem.

- Beijo, tchau.

- Beijo.

Não sei ao certo se era traição, eu não tinha nada firmado com ele, mas, doeu quando desliguei. Passei o resto da tarde fazendo chapinha no cabelo, me preparando, e super nervosa e ansiosa para chegar logo o momento de vê-lo.