9. Nós

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Ele finalmente ficou em silêncio e esperou que ela dissesse algo pois havia contado sua história de vida para ela.

_ E eu achando que a minha vida era uma verdadeira tragédia, mas você ganha de mim com muita vantagem! — Disse ela quando ele acabou de falar.

_ Uma dupla e tanto, né?  —  Disse ele irônico.

_ Um ex- mafioso, e uma puta virgem. —  riram alto e caíndo na cama.

_ Você lembrou de trazer a foto dela?

Ela tirou do busto a foto e ele riu.

_ Ótimo esconderijo!  —  Disse rindo.

Ele olhou por alguns segundos a foto.

_ Ela parece com você.

_ Encontra ela por favor, é só o que eu peço.  —  Ela disse emocionada.

_ Eu prometo que sim e ela vai ficar mais segura que no seu peito.  — Eles dois gargalharam alto ele sempre a fazia rir e tentar espantar a tristeza que ela sentia naquele lugar e isso diminuía um pouco o grande vazio dali.

Uma garota que precisou ser mulher desde de cedo privada de tudo não sorri facilmente.

_ Obrigada, por me fazer rir!

_ Você é linda, e mais ainda quando sorri. Não esquece isso, nunca!

Ela passou a mão no rosto dele lentamente e o beijou e ele a virou ficando por cima dela e se encaixando a ela de forma lenta e firme, a química entre eles era como uma gasolina no fogo, parecia aumentar mais aínda a cada beijo, e a cada carícia mas...

_ Porquê você parou ?  —  Perguntou ela.

_ Porque o que sente por mim, é apenas agradecimento.  —  Disse sentando na cama.

Ela chegou próximo a ele e com as mãos em seus ombros ela começou a fazer uma pequena massagem e lentamente desceu uma das mãos por dentro da camiseta dele tocando seu peito e passou suas unhas de forma leve e disse em seu ouvido.

_ Gratidão não me faz querer transar com você, o nome disso é tesão e paixão! isso é o que eu sinto quando você chega perto de mim.

Ele se virou espantado com a fala dela.

_ Não faça isso mais, ouviu! Eu sou um homem sentado em uma cama com você seminua.

Ela virou o rosto pra ele e com uma coragem única disse.

_ E se eu quiser conhecer esse homem, esse que você acabou de falar. — Disse dando leves beijos nele.

Foi o bastante para ele congelar e apenas olhar admirado como ela deslizava as mãos pelos ombros dele, parecia que aquela moça tímida e um tanto triste agora parecia ter sido possuída por uma mulher sedutora, direta e confiante em si.

_ Sol, pelos deuses! Não faça isso comigo. Isso é carência, você nunca esteve com um homem intimamente antes de mim. Está confusa! — Ele segurou os braços dela. — Vamos fazer um trato? Assim que você sair daqui, voltamos a esse assunto.

Ela se soltou dele e cruzou os braços:

_ Você não gosta de mim, não é? Sou apenas a fantasia que todos querem. A deusa mascarada!

_ Você me desperta fantasias e sensações que eu encontro em qualquer mulher que faça algo parecido com o seu show, mas você me conquistou quando tirou essa máscara e não estava naquele personagem e eu só quero que tenha certeza do que quer e fora daqui isso vai ficar claro.

_ Talvez você tenha razão, mas têm coisas que eu só gostaria que fossem com você. Você me traz confiança.-— Algo nela gritava por ele. O corpo grande, os ombros fortes, mãos grandes, a postura elegante dele, sempre de preto, e mesmo com aquele tapa-olho ele tinha um olhar profundo e misterioso, a primeira vista podia passar uma impressão de alguém imponente, frio, calculista, e medo, mas depois se podia notar a inteligência dele, sensibilidade que podia ser lapidada é claro, ele era um homem que já havia viajado para vários lugares, ele havia falado sobre tantas coisas com ela, mas a ouvia também, não só suas tragédias como também suas pequenas alegrias se é que haviam, mas ela não sabia bem o que era agora, se era esse conjunto de características dele, o fato de que ele seja o primeiro homem que ela tem contato ou apenas os hormônios dela gritando alto.

Ele riu e fechou os olhos pois ela continuava seu trajeto de pequenos beijos em seu pescoço.

_ Lá vem você de novo, acho que você tá possuída hoje. Já sei, banho frio pra você e pra mim!

_ Funciona?

_ Com certeza. Mas separados!

O dia estava amanhecendo, ela havia adormecido nos braços dele que apenas a admirava.

_ Sol, Sol. - Chama ela com cuidado.

_ Uhh.

_ Acorda por favor.

_ Quê? - Disse ela um tanto emburrada.

Ela se sentou na cama e ele se arrumou e foi até ela.

_ Vou deixar com você, esse celular.
Ele tem o meu número salvo, o da minha irmã, Lucas e da minha casa e também o do escritório. Qualquer coisa você vai me ligar, sim? E se por algum motivo ninguém te atender ou não me achar, têm salvo o número do Silvio, Silvio, não esqueça esse nome ele é um amigo da polícia é está investigando sobre você e o paradeiro da sua irmã.

_ Eu entendi tudo. E vou deixar ele bem escondido, assim ninguém acha.

_ Exato, somente para emergência.
Eu creio que não vou demorar a tirar você daqui, mas com esse celular fico mais tranquilo porque não confio na palavra de Bernard mesmo ele assinando o contrato.

_ Entendi, eu queria pedir uma última coisa.- Disse ela com uma carinha inocente que o derretia inteiro - Paloma ainda atende clientes, e eu tenho medo que ele desconte nela, ela é a única que eu posso contar 100% e eu quero que ela saia daqui comigo quando for a hora. Eu não posso deixar ela aqui!

_ Tudo bem, vamos cuidar dela tbm. - Disse ele fazendo um carinho no rosto dela.

_ Obrigada, você é maravilhoso sabia?

_ E você tem problema de vista, linda!

Eles riram, ela o beijou. Um beijo apaixonado e quente que acendiam os instintos dele novamente.

_ Sol, sossega criatura!

_ Foi só um beijo, beijo pode, não?

_ Um beijo Sol, faz a gente perder o juízo, e no meu caso o pouco controle que aínda tenho.

Bateram a porta. Ela começou a se arrumar, e antes de por a máscara o beijou novamente e escondeu o celular que ele havia dado a ela no busto do espartilho. Ele riu e a abraçou forte.

_ Se cuida por favor. - Disse ele e saiu.

Deixando um Fausto apaixonado como nunca havia estado.

"Ela te pegou em cheio velho! " - pensava ele rindo de si mesmo

Ele precisou viajar e para não deixa-la só pois não confiava em Bernard disse a ele que Lucas havia se interessado nela e que ficaria com ele nas noites que ele teria com ela, dessa forma ela estaria mais segura em relação a Bernard e o lembrando da cláusula do contrato.

Lucas apenas entrava no quarto e ficava sentado na cadeira longe dela.
Um dos vários traumas adquiridos naquele lugar era o de ter medo e não conseguir se sentir segura com homens e Fausto havia sido único que ela havia conseguido e mesmo que Lucas fosse confiável e jamais faria nada com ela, ela exigia que Fausto ficasse por vídeo chamada durante a madrugada com els e mesmo que ela acabasse dormindo ele ficava ali.

Ela teria muito que tratar quando saísse dali, muito.

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