Aquele foi o último dia que eles estiveram juntos passaram 6 meses.
Fausto mesmo com o coração doendo de amor por Solaris fez um acordo com ela no qual ela iria passar um tempo longe de tudo, ela não concordou no início mas foi aconselhada por Paloma que era a coisa certa, afinal ela precisava de um momento sozinha e livre para recomeçar e com o tempo a vida diria se aquele sentimento era forte mesmo.
Elas estavam em uma pequena cidade do interior, o tempo parecia passar diferente ali e ela voltava aos poucos a sentir que a vida valia a pena e que podia não ser tão difícil quanto foram nos últimos 9 anos, arrumou um emprego de florista, e Paloma de secretaria, ela não mantinha contato com Fausto, foi um pedido dele para que ela pudesse aclarar seus sentimentos em relação a ele, pois queria uma mulher que tivesse certeza sobre seus sentimentos.
Ele havia pedido para ajuda-las financeiramente e ela negou pois segundo ela, ele já havia feito muito por elas, mas ele conseguiu convencer Paloma a receberem pelo menos um pequeno valor mensal para custear o tratamento psicólogico delas pois sabia que ela e Sol precisariam disso.
Júlia estava sentada no escritório com ele e o viu parado na janela.
_ Porque não liga pra ela? Um telefonema não vai fazer mal algum! - Disse Júlia fechando seu laptop ele apenas virou pra ela e disse caminhando.
_ Não. Me contento em saber que ela está bem, e graças a você e Silvio que mexeram os pauzinhos para arrumar o emprego delas, a escola de Day e até o psicológo que atende elas.
Ela riu e sentou junto dele.
_ Acha que foi melhor assim?
_ Foi necessário. E também pra não cair na tentação de aparecer com um ramo de flores e um anel de casamento na porta dela. Por isso nem quero saber o endereço - Disse sorrindo e abraçando a irmã.
_ Quem diria, você apaixonado, apaixonado não, amando! Mas acho que já está na hora de acabar com essa solidão, não?
_ Não sei, parte de mim torce pra que ela ache alguém da idade dela que a ame e a faça feliz, mas outra parte diz não pra isso e que eu tenho que ser essa pessoa. - Disse ele rindo e batendo na perna.
_ É, natural! Você a ama, e devia ir até ela e confirmar isso também e se ela pensar a mesma coisa que você?
Ele se levantou e eles foram caminhando pela casa.
_ E se ela já estiver com alguém? Ou conhecendo? Eu tenho muita bagagem e algumas não são boas e você sabe, ela merece alguém mais leve. - Disse sentando a mesa com ela.
_Voce só vai saber se perguntar e deixar esse preconceito bobo de idade pra lá, afinal você não se interessou por ela assim com a idade dela quando a conheceu na boate? E mais, quando quis dormir com ela não pensou nisso, não é? - Júlia conhecia o irmão melhor que ninguém e sabia que a única forma de faze-lo repensar era sendo objetiva e direta.
Ele riu.
_ Você sempre com a língua afiada, era diferente eu não queria nada sério. - Disse ele bebendo um copo de vinho.
Ela sacudiu a cabeça e cruzou às mãos que estavam sobre a mesa de jantar enquanto agradecia funcionária por servir o jantar.
_ Obrigada, Clara. Nossa, que machista você! Todos vocês pensam assim?
_ Não, mas é como as coisas são.
Eu realmente a amo e quero que ela seja minha esposa, mas quero que ela queira isso também e sem dúvidas. - E deu uma garfada na comida.
_ Vou dizer como às coisas são: Mude seu pensamento machista, e converse com seus amigos sobre isso. Outra coisa, essa garota foi a única em anos que teve acesso a um eu seu que até eu desconheço e sei que luta pra ocultar de todos. Você gostou dela com a idade que ela tem, então não perca seu tempo com velhos preconceitos porque o amor não vai bater na sua porta duas vezes.
Ele apenas suspirou e riu, ela estava certa.
_ Obrigada, você é a melhor irmã do mundo. E sim, prometo pensar nas minhas atitudes machistas, e quanto a Sol também.
_ Ótimo, já que amanhã é seu aniversário aproveita e chama ela.
_ Júlia, por favor. O que eu vou dizer depois de 6 meses? "Oi, amor da minha vida, quer vir ao meu aniversário amanhã pra conversarmos?" - Disse ele imitando o celular e a fazendo rir alto.
_ Exatamente, você sempre foi direto e um homem de atitude. Não entendo! Ela mexe tanto com você?
Ele pensou por alguns minutos.
_ Sim, muito. Parece piada pronta, não é - Disse ele sem graça.
Ela sorriu e foi até ele o abraçando.
_ Não, é amor! Puro amor. - Disse ela saíndo da sala dançando.
_ Você é uma romântica. - gritou ele.
_ Incurável. - Respondeu de longe.
Magnolia entrou na cozinha irritada. Lucia que era a cozinheira e Mathias o motorista se espantaram.
_ Tá tudo bem senhora Magnólia? - Perguntou Mathias educadamente.
_ Eu pareço, estar bem idiota? É, claro que não. - Respondeu ela irritada.
_ Eu só queria ajudar. - Disse ele baixando a cabeça.
_ Não seja grosseira com ele Magnolia, o menino foi educado, e que bicho te mordeu agora? - Lucia trabalhava há muito tempo na casa e conhecia bem o gênio dela diferente de Mathias que estava há pouco tempo.
_ Acredita que eles estão pensando em chamar àquela vagabunda golpista pra vir a festa de aniversário dele? - Disse ela irritada e amassando um pano que estava na mão dela.
_ Mas isso é normal, ela é namorada dele, e mesmo estando separados se gostam... - Antes que ela terminasse a frase foi interrompida por Magnólia.
_ Ele não gosta dela, entendeu? É só um capricho da idade, e ela não é namorada dele.
_ Olha, ele se apresentava no hospital como namorado dela, e no dia que trouxe ela pra mansão parecia feliz e ela também. - Disse Mathias.
_ Ninguém perguntou nada a você novato.- Ela apenas saiu.
_ Ela não gosta de mim Lucia. - Ele estava apenas 6 meses no cargo e conhecia pouco Magnólia e a família.
_ Fica tranquilo Mathias, ela é assim mesmo azeda, azeda por um amor não correspondido. - Disse ela pensativa.
Magnolia parece que vai ser a pedra, o tijolo, a contrução toda pra esse casal!
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