17. Uma adversária

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Um dos maiores prazeres que Sol havia descoberto era a comida. Infelizmente na boate Bernard era tão miserável que até isso era algo impossível de se ter com dignidade. O bolo que ela devorava como uma criança lhe parecia algo sublime, as coisas simples pra ela seriam verdadeiras dádivas agora. 

_ Só mais um pedacinho Lucia, por favor! O último. —Disse ela de modo carinhoso e brincando com Lucia que já havia gostado dela.

_ Pra aonde vai isso tudo, menina? Você magrela desse jeito nem tem espaço pra isso tudo! —Brincou ela que também havia gostado dela.

_ Não sei Lu, mas tá entrando. — Disse ela rindo e dando mais uma garfada no bolo.

_ Nossa, parece que esse bolo tá bom mesmo, viu! — Disse ele chegando por trás dela e a abraçando.

_ Hmm... está ótimo! Quantos pedaços você comeu? Eu tô no 3° —Disse ela de modo inocente.

_ Nenhum, não vi graça. 3??

_ Como assim? É seu bolo de aniversário, como não comeu? —Disse ela sentando e sendo seguida por ele.

_ Não sou fã. —Disse ele a olhando e rindo do jeito dela.

_ Não acredito, prova? Tá uma delícia! —Disse ela oferecendo um pedaço.

_ Não, eu realmente não vi graça.

Ela o o olhou com estranheza.

_ Come vai, só um pedacinho, tá gostoso!

_ Tá, tudo bem! Acredito em você.

Ela apenas pegou o pratinho e sentou no colo dele e ele instintivamente passou os braços pela cintura dela.

_ Só um pedacinho, você não vai ser arrepender! Juro. —  Ela disse de uma forma carinhosa e com ternura que ele não pode resistir, e deu um pedaço na boca dele e esperou ele dizer algo, ela viu que havia ficado uma pequena sujeira de bolo no canto da boca e colocando o pratinho na mesa, pegou um guardanapo e delicadamente limpava a sujeira, e ele a olhou por alguns segundos encantado com ela e aquele jeitinho que já haviam derrubado as defesas dele uma vez, e agora novamente e com um simples detalhe como só ela sabia fazer, terminou e deu um rápido beijinho nele e voltou a comer seu bolo.

_ Você é um amor, sabia? —Disse ele de forma carinhosa.

Ela deu mais uma garfada de bolo a ele.

_ Pode ser! — Disse ela.

_ Isso é muito bom, meu Deus! — Disse ele.

_ Eu disse. —Ele colocou o pratinho dela na mesa e a segurou mais ainda dando um beijo mais profundo, quando terminaram ele seguiu fazendo carinhos nela, até que percebeu que alguns empregados estavam parados os olhando, e surpresos com a atitude tão passiva e doce que ele tinha diante dela, coisa muito diferente daquele homem fechado e autoritário que conheciam.

_ Vocês não tem nada pra fazer não? —Disse alto ao notar àquela pequena platéia diante dele e todos apenas voltaram a seus afazeres.

_ Não precisava ser grosso com eles, era só pedir com educação! —Disse ela fazendo um carinho no rosto dele.

_ Eu não fui grosso, eles precisam de ordem! — Disse ele fechando os olhos ao sentir o toque dela.

_ Basta explicar, e não gritar. Mesmo que pague eles bem, eles não são obrigados a ouvir gritos. —Disse parando de fazer o carinho nele e ele abriu o olho.

_ Daqui a pouco você quer que eu diga obrigada também! —Brincou de forma irônica.

_ É o certo. —Disse ela séria pra ele. Fausto não era um homem conhecido pelo tato, gentileza e ternura. Assim como Sol, ele também tinha tido uma vida difícil mas ao contrário dela, ele havia endurecido seu coração e também o tratamento com os outros, e Sol sabia bem os detalhes quando ele contou aquela noite na boate, e agora pode perceber isso mais de perto, e ela assim como ele teria que ter paciência, calma e respeito com os sentimentos e traumas dele assim como ele teve com ela.  o amor é uma troca, não é? mas isso não quer dizer que você seja obrigado(a) a aceitar algo que te deixe desconfortável por amor. 

Ele estava na sala a aguardando pois ela havia indo verificar como a irmã estava, mesmo que soubesse que estava segura ainda tinha medo que algo acontecesse a ela a qualquer momento como sempre acontecia na boate e isso era algo que ela também estava tratando.

_ Finalmente ela dormiu, exausta acho que ela se divertiu mais que todo mundo. Foi a 1° festa dela e acho que a minha também. Que loucura! — Disse ela descendo a escada.

_ Fico feliz então que tenha sido a minha festa! — Disse ele desapertando o paletó e sentando no sofá.

_Eu também. E me conta, o que fez nesses últimos 6 meses? —Disse ela sentando ao lado dele e deitando a cabeça em seu ombro. Ele apenas passou o braço ao redor dela como se a acolhesse.

_  Senti saudades suas, muita saudade. — Disse de forma leve e carinhosa.

_ Eu também.

_ De verdade? — Disse ele fazendo um carinho nela.

_ Eu não mentiria sobre algo tão sério como nós.

Ele ficou feliz ao ouvir o "nós" da boca dela pois sabia que isso era o significado de algo se fortificando entre eles, apenas a beijou, ficaram ali por minutos, conversando sobre o que ela havia feito também, como estava a vida dela. Mas a alegria durou pouco.

_ Senhor, vou me retirar, deseja mais alguma coisa? — Disse Magnolia entrando sem ser vista, e com uma cara nada boa ao ver Sol sentada no colo dele sendo beijada e acariciada pois era tudo que ela queria pra ela.

_ Não Magnolia, pode se retirar. Obrigada. — Disse ele sem retirar seu rosto do pescoço de Sol, que por algum motivo parecia ter o melhor cheiro do mundo.

_ Posso falar com o senhor? Rapidamente?— Ela estava disposta a tudo e até mesmo atitudes infantis como essa seriam usadas contra Sol. Ele parou o que estava fazendo com uma cara nada boa olhando pra ela.

_ Eu estou ocupado Magnólia, muito ocupado. Falamos amanhã, sim?

_ É realmente importante e rápido.

_ Amor, vai eu vou subir e tomar um banho e te espero no escritório, sim? Seja rápido. — Disse de uma forma carinhosa e um tanto sedutora pois sabia que ele não resistiria e ainda deixaria Magnolia um tanto irritada ao ouvir a palavra amor e saiu.

_ Você tem 5 minutos Magnolia. — Ele havia entendido o "rápido" dela.

Passaram mais que isso, e Sol estava no quarto com Paloma.

_ Sol, para de andar de um lado para o outro que me deixa nervosa, também! Vêm cá, senta aqui. — Disse ela que já estava deitada na cama.

_ Desculpa, é que ele ainda não apareceu.

_ Escuta bem o que vou te dizer, você tem pouca experiência com relacionamentos, e ele tem mais que você mas parece que isso não faz muita diferença, então você precisa ser mais esperta. Não dê brechas pra aquela bruxa, continue com o seu jeitinho mas seja mais direta com ele, ele é assim com você, aprenda isso com ele! Não bata de frente porque não sabemos como ela vai reagir ou revidar antes de saber do que ela é capaz. — Paloma era um pouco mais madura que Sol, estava na casa dos 30 anos e havia tido um pouco mais de experiência em relacionamentos antes de ser levada a boate contra sua vontade, e sabia que Sol iria precisar de alguns conselhos para lidar com Magnolia e Sol a escutava atentamente.

O que será que ela falou pra ela? Jogar uma bomba na Magnolia? Hahaha deixem a opinião de vocês e a estrelinha 💥 por favor. Desculpem os erros, escrever isso aqui não é facil pra quem está tentando melhorar a escrita.  Um beijão.

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