11. Nova vida

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Paloma despertava aos poucos, estava ali todos os dias velando o sono da amiga e revezava com Fausto, o cuidado era imenso e um pouco de remorso, ambos acreditavam ter culpa no que houve com ela.

_ Quê? Hum... Sol? Meu deus, você acordou! — Ela apenas pulava de felicidade e deu muitos beijos no rosto da amiga.

_ Aí, devagar! — Brincou Sol com ela.

_ Desculpe, eu tô feliz que tenha acordado amiga eu rezei tanto e coloquei sua medalha da Virgem em você, eu sabia que ela ia te proteger.— Disse ela chorando.

_ Porque chora? Eu tô bem, quer dizer viva! —  Disse ela tentando brincar um pouco e sabia que a amiga não tinha culpa alguma.

_ Eu deixei você lá, eu devia ter te carregado, ele quase matou você, quase aleijou você... — Disse ela chorando com as mãos de Sol no rosto dela.

_ Amiga, isso não é verdade. Ele já tinha me batido muito antes de você chegar, e se não fosse você eu teria morrido mesmo. Você foi o anjo que me salvou. Não pense isso, ok? Eu sou grata a você eternamente! — Disse ela carinhosa e segurando a mão da amiga.

O médico entrava naquele momento e ficou feliz ao ver sua paciente bem.

_ Que surpresa maravilhosa, minha paciente acordou do sono de beleza dela. Me chamo Eduardo Fuentes, sou seu médico desde de que chegou. — Disse ele de modo gentil e bem humorado.

_ Obrigada, doutor. Ainda me sinto dolorida mas agradeço que tenha cuidado de mim.

_ Ótimo, vou pedir as enfermeiras para mudar alguns medicamentos e apenas examinar você e alguns raio-x apenas para garantir. As dores vão diminuir Solaris, vamo administra-las com sedativos.

Minutos depois ela estava sentada e mais estabilizada.

_ Come Sol, é bom pra você! — Dizia Paloma que dava comida a ela.

_ Essa comida não tem gosto de nada. Paloma, e o Fausto? Ele não apareceu ainda? Soube o que houve comigo? E a minha irmã? — Perguntou ela entre uma garfada e outra.

_ Achei que não fosse perguntar, quem você acha que tá pagando esse hospital chique com médico vindo toda hora? Ele.
E ainda ficou dia e noite aqui, e quase matou todo mundo quando soube o que te aconteceu. Ele disse que sua irmã está bem. É uma questão de tempo. Vou te explicar tudo e você come, tá?

Paloma contou tudo para sua amiga, sobre Bernard, a fuga planejada de Fausto e o incêndio.

_ Eu não acredito, e eu achando que ele nem tinha voltado da viagem e ele lá planejando como me tirar dali e ainda fez isso tudo por mim depois. — Disse ela chorando.

_ Pois é, amiga. Agora dorme um pouco que logo ele tá aí pra te ver, ele foi só trocar de roupa e dormir um pouquinho.

Ele chegava ao hospital horas depois falando com seu chefe de segurança e assustando um pouco quem passava seja pela maneira autoritária ou pelo vestuário preto e o tapa-olho.

_ Eu não admito erros, nenhum. Então valham cada peso que eu pago por vocês e quanto a Bernard continuem, eu quero esse disgraçado antes da polícia, e vivo, ouviram? Agora saiam. — Ele estava amargo e triste, cada dia sem Sol e sabendo que ela estava ali o matavam de tristeza e ele seguia buscando Bernard que havia desaparecido na confusão do incêndio já que seu corpo não foi encontrado no local.

Ele entrou no quarto dela e ela estava dormindo. Colocou o buquê de rosas que trazia no vaso ao lado e deu um beijo carinhoso no rosto dela e fez um carinho em sua mão, e foi abrir as janelas como fazia todos os dias.

_ Achei que você não ia vir me ver hoje! — Disse ela risonha e sentando na cama e ele se virou lentamente sem acreditar que havia ouvido a voz dela.

_ Sol? — Disse ele emocionado e chorando indo até ela.

_ Claro que sou eu, quem mais você queria?

_ Mais ninguém meu amor.— Ele apenas a abraçou sentando na cama junto a ela e a encheu de beijos. Não conseguia controlar a felicidade ao vê-la bem. Ele parou e passou a mão no rosto dela e ficou a olhando por alguns minutos.

_ Eu tô bem, tô livre agora e você cumpriu sua promessa.  —Disse ela fazendo um carinho em seu rosto e se emocionando também.

_ Eu tive tanto medo de que você... Você... .—  Ele não conseguia concluir, apenas a abraçou e choraram juntos. Nada precisava ser dito, eles precisavam apenas um do abraço do outro, e ficaram ali por muito tempo. Depois de um tempo ela olhou o vaso de flores e disse.

_ Que lindo detalhe. A Paloma disse que você trazia um todos os dias que eu estive desacordada.

Ele apenas coçou a cabeça sem graça, ele não era muito romântico e detalhista, mas desde de pequeno gostava de flores, e pensou que elas podiam trazer algo de bom naquele quarto tão frio que ela estava.

_ Você disse que gostava muito de flores como eu, e que sempre quis ter um quarto com elas todos os dias, eu acho que elas deixavam tudo lindo e florido pra você e quando acordasse ia gostar. —Pegou uma rosa e colocou na mão dela.

_ Com certeza, eu amei. Obrigada por cuidar de mim, por esse hospital, por tudo e não se atreva a se culpar, você não teve culpa. Ninguém teve, sim? — Disse ela ainda tocando o rosto dele com carinho.

_ Mas? Eu.. — Tentou indagar ele.

_ Mas nada, mas nada...— Ela apenas depositou um beijo no rosto dele e se abraçaram.

2 meses depois

Sol estava quase recuperada e finalizando a fisioterapia recomendada pelo médico.

_ Muito bem Sol, é a última sessão! Vai lá.—
Fausto havia chegado para busca-la e sentou próximo aguardando que ela terminasse.

_ Muito bem Sol, você foi ótima. Os exames estão ótimos e basta que faça em casa essa série da perna por mais 2 semanas e nada de forçar a coluna, hein? Sei que ainda sente dores, mas em poucos dias elas desaparecem completamente.

Ela se levantou com a ajuda dele e a ajudou a calçar os sapatos.

_ Obrigada, Eduardo. Farei tudo certinho sim, e não vejo a hora de me recuperar totalmente. — Ela estendeu a mão agradecendo.

_ E vai estar maravilhosa — Ele apertou a mão dela e ficou segurando por alguns instantes a olhando e Fausto se levantou rápido e foi até ela.

_ Parece que a minha namorada está liberada totalmente, não é doutor? — Disse ele chegando próximo deles e colocando a mão dele na cintura dela.

_ Oi, meu amor. Eu não vi que chegou. — Dando um beijo leve nele e se apoiando a ele, um fato que o deixou feliz e bem no fundo ele queria que isso ficasse bem claro para Eduardo.

_ Bom dia Sr. Galvão, e sim ela está pronta. Desde que siga minhas recomendações em 1 mês estará totalmente recomposta. — Disfarçou um pouco mais sim, havia se interessado por Sol, mas sabia que ela era proibida pra ele e Fausto o lembrava disso toda hora.

_ Então, vamos amor. — saíram caminhando devagar e seguiram para seu destino. Sol estava emocionada na janela do carro ao ver a cidade, as pessoas, a vida passando diante dela, havia ficado toda uma vida trancafiada e com os passos controlados e agora estava livre, finalmente livre e não podia crer. Fausto apenas a observava e sabia que ela precisava daquele momento só dela, minutos depois chegaram em frente a uma bela casa. Ele desceu, e foi até ela e abriu a porta e a ajudou a descer devagar ela apenas admirava tudo.

_ Você mora aqui? — Perguntava ela.

_ Sim, e você também. — Disse ele dando um beijo nela e a levando para dentro.

Será que a vida vai sorrir pra Sol novamente? Comentem e deixem a 💥
Um beijão e obrigada por lerem. Prometo melhorar.

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