A casa estava totalmente movimentada, todos estavam felizes, e cada um tinha sua função, os empregados estavam trabalhando a todo vapor, os cerimonialistas aos telefones, e alguns chefes de cozinha preparando e testando receitas, Julia estava ao longe conferindo o palco que estava sendo montado, e ela seguia ali caminhando entre eles e rindo como uma menina que vivia um sonho na vida real, e parou próximo da grande escadaria que dava para o jardim aonde estava sendo montados mesas, cadeiras e enfeites e ficou ali admirando tudo aquilo de perto.
Paloma estava ao longe com Julia e percebendo o olhar da amiga, parou e foi até ela.— Ainda não chore, nem está tudo pronto ainda! — Disse ela olhando a amiga que ajeitava o vestido e se sentava na escadaria com os olhos emocionados.
— Não consigo evitar, é muita coisa! Tantos anos presa naquele inferno, privada de tudo e ela longe naquele internato distante, ninguém deveria ter uma infância ou adolescência assim... E agora, finalmente temos uma vida, e agora ela vai ter uma festa de 15 anos para ela, estamos em segurança, não há privações, e eu nunca vi ela tão feliz assim!! — Tentava segurar o choro e foi abraçada pela amiga.
— Eu tive mais sorte, tive uma vida antes daquele inferno, já tinha um pouco de maturidade, mas você era só uma criança quando ele te levou, e sua irmã então nem se fala... E olha, só! Estamos agora aqui, felizes... Você está bem e ela também... Somos todas vencedoras, minha amiga… Tudo aquilo acabou! Já foi...
— Já sim! e obrigada por estar do meu lado lá... Você nos ajudou muito, se não fosse você eu nem sei o que teria acontecido com nós duas! É, como uma irmã para mim… Obrigada sempre! — Disse ela abraçando Paloma que retribua o gesto.
— Com licença, aí desculpa chefinha! Mas é que o patrão mandou chamar a senhora agora, disse que é importantíssimo!!! — Disse Amália, que havia sido contratada para ficar a disposição de Sol.
— É sério, chefinha! Não ri ele disse:" Amália, ache minha esposa e diga que ela venha agora, agora! " — Imitava ela com voz rouca enquanto às duas riam dela.— Tá, certo! Amália, fique calma, sim? Eu vou lá... Obrigada! — Disse ela educada e risonha e se virou para Paloma para continuar a conversa, mas foi interrompida por Amália que de forma engraçada a pegou pelo braço e saiu empurrando ela de leve como se empurrasse um carrinho de compras para que ela fosse.
— Nada disso, a senhora vem agora, porque eu não vou encarar a cara feia do patrão sozinha e ainda mais chegar lá sem a senhora! Vamo, vamo... Já devolvo D. Paloma!
Ela apenas ria do jeito divertido de Amália enquanto tentava caminhar junto dela.
— Amália, se acalma ele não é um bicho-papão não!
Elas caminhavam até o escritório dele, Amália abriu a porta e saiu correndo enquanto Sol entrava.
— Devia parar de assustar os funcionários desse jeito, A Amália caga nas calças se você olha feito para ela! — Ele apenas riu dela e estendeu a mão, ela se aproximou e sentou em seu colo enquanto ele olhava alguns papéis.
— Você que é muito boazinha com ela! Suas amigas parecem estar bem, pelo que o investigador disse estão pouco reconstruindo suas vidas... — Disse enquanto olhava alguns papéis. — Esse aqui é o último que precisa organizar sobre a guarda legal dela, já que estava com aquele bandido do Bernard, agora você é a tutora lega dela!
— Nossa, Jura? Que alívio, não quero mais nada com aquele... Enfim, aonde eu assino? — Ele apenas indicou o local enquanto ela assinava.
— Sim, só enviar isso pro nosso advogado e não se preocupe, enquanto eu viver ele nunca mais chegará perto de você!