Capítulo 27

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27

— Alô.

Oi, Anna. — parecia que tinha anos que eu não escutava essa voz melodiosa.

— Oi, Carol.

Ela ficou um tempo em silêncio.

Eu estava ocupada.

— Eu sei, eu também.

Tá fazendo o quê?

— Em uma reunião com a produtora. 

Já assinaram o contrato?

— Assinamos ontem

Entendi.

Novamente o silêncio. Eu havia pedido licença para atender o telefone, não podia esperar para falar com Carolina porque provavelmente uma de nós estaria ocupada mais tarde para conversar. Agora eu estava no corredor, parada em frente a uma janela de vidro que ia do teto ao chão, olhando a paisagem movimentada e ensolarada, pensando.

— Aconteceu uma coisa. — comecei meio incerta.

O quê?

— A produtora pediu para eu esconder nosso relacionamento antes da banda estrear e construir carreira.

Hm.

— Ela disse que podem julgar.

Certo.

— Não vai dizer nada?

O que você quer que eu diga?

— Não está brava?

Você está?

— Claro que estou! — esbravejei, toda essa indiferença dela me deixava muito triste. Ela não ligava para nosso relacionamento?

E o que vai fazer?

Fiquei em silêncio.

Eu ainda estava em dúvida entre aceitar ou não. Não tive nem tempo de discutir isso com a banda.

— O que você acha?

Acho que deve aceitar, Anna Júlia, é uma oportunidade única para você.

— Mas...

É o seu sonho.

— E você?

Você também é meu sonho, pensei.

Nem estamos namorando de verdade, Anna. Não houve um pedido

Senti minhas pernas ficarem bambas e tive que me apoiar na parede ao lado.

— Como assim?

Não sei, só que... Estamos muito ocupadas para isso.

Isso?

Acho que deveríamos focar em outras coisas.

— Tá terminando comigo?

Acho que sim.

— Eu fiz alguma coisa?

Não.

— Tudo bem.

Ela não desligou e nem eu, fiquei escutando sua respiração até ela começar a chorar.

Sobre Músicas e Chicletes Tutti-FruttiOnde histórias criam vida. Descubra agora