Capítulo 6

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Acordo e imediatamente sinto uma pontada na cabeça, ouço vozes baixas e barulhos de aparelhos meu corpo está pesado, sinto cheiro de álcool abro os olhos está turvado mais consigo ver Mari e Paulo discutindo baixinho ele me olha e vem na minha direção com rosto cansado barba por fazer e a mesma roupa da festa e tudo me vem a mente, a briga, o beijo e o ataque, começo a entrar em pânico novamente ele sente o meu medo segura minha mão e diz baixinho: - Está tudo bem Mel você está segura.

- Onde estou? Pergunto, olho ao redor e já sei a resposta.

- Você está no hospital querida. Responde Mari, já segurando minha outra mão.

- Como vim parar aqui?

- Houve uma briga na boate você se lembra? Faço que sim com a cabeça e ela continua. – Depois você foi ao banheiro, demorou muito e Paulo foi atrás de você para saber o que aconteceu, vocês discutiram ou algo assim ele não quis me dizer. Ela olha para o irmão de cabeça baixa e diz.- E você saiu sozinha em busca de um táxi segundo o segurança. Ela respira e Paulo continua:

- E eu fui atrás de você e já tinha saído da boate conversei com o segurança e segui o caminho indicado, estava preocupado não queria você andando sozinha nessa cidade perigosa, foi quando ouvi gritos, meu coração disparou eu sabia quem era gritando mais não queria acreditar. Ele balança a cabeça e uma lágrima solitária cai em seu tão perfeito rosto.

- Está tudo bem agora! Digo tentando tranqüiliza lo, ele parece atormentado com esse episódio.

- Não! Não está! Ele grita. – Eu vi ele batendo em você, vi você caindo eu pensei que estivesse morrendo, fiquei cego corri e ataquei aquele que mais cedo já tinha batido, soquei ele com toda minha força, peguei você em meus braços e você estava apagada... eu não te protegi. Ele levanta e diz. – Não posso fazer isso...eu tentei, não posso, me perdoe eu sinto muito. Ele me dá um ultimo olhar e sai. Fico desorientada aqui, ele parece machucado não só isso ele pensa que a culpa foi dele, tenho que explicar que eu sai sozinha e o segurança me avisou do perigo ele não teve culpa. Viro para Mari e digo:

– Nós não discutimos no banheiro, nós nos beijamos. Baixo a voz e continuo. – Não foi culpa dele o que houve. – Ele me salvou e me tirou das mãos daquele homem. – O que houve com ele? Pergunto com medo de saber que ele pode me atacar de novo.

- Ele foi preso por agressão e tentativa de assassinato, vai ficar um bom tempo vendo o sol nascer quadrado. – E quanto ao Paulo eu sei Sofi que não foi culpa dele mas, ele está abalado. – Ele trouxe você para o hospital pensando que já estava morta e já passou por isso uma outra vez, pra ele é difícil reviver o passado. Diz tristemente.

- Do que está falando Mari? Como assim outra vez? Temendo o que vem pela frente.

- Eu não sei como te falar isso, é...

- Pode confiar em mim Mari. Digo.

- Eduardo e Marissa não são nossos pais biológicos. Diz.

- Vocês são adotados ? Pergunto em choque, porque ela nunca me falou isso? Ser adotado as vezes é melhor que viver com os pais verdadeiros.

- Não tecnicamente. – Eles são meus tios, Marissa era irmã da minha mãe.

- Como assim era? - Ela morreu?  Pergunto.

- Ela foi assassinada pelo meu pai. Ela abaixa o olhar com lágrimas nos olhos. Estou em choque.

- Foi numa noite chuvosa, eles estavam discutindo, meu pai bebia muito e batia na minha mãe, nessa noite eu chorei com medo ouvindo os gritos deles e Paulo para me tranqüilizar ficou comigo me abraçando, eu não me lembro direito o que houve mais sei que quando tudo ficou silencioso Paulo levantou e pediu que eu ficasse no quarto. Ela chora e meu coração sofre por eles. – Ele demorou voltar e eu desci as escadas a tempo de ver uma ambulância levando minha mãe. – Eu não lembro de muito, mais sei que minha tia Marissa veio com o marido tio Eduardo e nos levou para casa deles, como ela não podia ter filhos nos criaram como filhos legítimos e foram os melhores pais. Não digo nada esperando ela continuar. – Apesar de todo carinho eu sei que Paulo nunca superou o que aconteceu, ele acha que poderia ter impedido o pai de cometer o crime e proteger nossa mãe, ele acredita que o medo o impediu, eu não acredito nisso éramos crianças ele tinha apenas 11 anos e eu 4, ele estava comigo me protegendo dos gritos, mas ele não entende isso. – E pensa que as pessoas que ele ama são tiradas dele, então ele prefere manter distancia do amor. Diz, eu não sei o que falar e ela continua. – E quando ele abriu seu coração para alguém ele foi traído e agora acredita que não merece o amor e que deve ficar sozinho. Nossa! e eu acreditava que eu sofri muito quando encontrei meu ex com minha amiga, isso não é nada comparado ao sofrimento desses dois irmãos, principalmente o Paulo.

- Eu sinto muito por tudo isso Mari. Digo, não sei mais o que dizer.

- Você não sabia. – Agora você entende porque meu irmão estava tão abalado ele pensou que por culpa dele você estava sofrendo e que ele não conseguiu impedir. – Talvez por esse passado é que ele se tornou tão mulherengo e frio, não é porque ele é ruim, é que ele tem medo de se apaixonar novamente e ser traído ou amar e a pessoa ser arrancada dele. – Acho que ele estava gostando de você, mas depois do que aconteceu sinto que ele vai se afastar.

- Eu também gosto dele, já fui traída e pensei em nunca mais me entregar a alguém, sei que meu sofrimento não foi nada comparado ao que vocês sofreram mas devemos nos dar oportunidade de confiar de amar e ser amado.

- Eu não sei o que pensar mas ele não vai ceder ele vai se fechar como sempre, vai se tornar frio e solitário. Ela me olha. – Sabe o que é triste? Eu balanço a cabeça negando. – Ele estava se abrindo depois que conheceu você, estava sorridente como nunca vi antes, e agora ele vai voltar para o casulo intocável que ele construiu. Diz.

- Olha quem acordou! Uma enfermeira fala enquanto entra. – Aquele homem encantadoramente lindo me pediu para vir te ver. Ela diz e meche nos aparelhos ligados a mim, e me diz que vou precisar ficar mais algumas horas e receberei alta.

Uma semana depois estou no trabalho e não vi Paulo nenhuma vez desde que ele saiu do hospital, Mari diz que ele precisa de um tempo antes de me ver novamente e que toda vez que ele me olha ele se lembra do ataque, durante essa semana eu vi Laura sair duas vezes de seu escritório, Mari me disse que eles já namoraram e ela é advogada da empresa, mas que eles ficam ainda, e isso me deixa muito enciumada, acho que estou gostando dele mais do que devia.

- Temos um aniversário para ir. – Mari me diz quando entra na minha sala.

- Eu não estou no clima. Digo

- Precisamos sair e esquecer um pouco os problemas, além disso vamos sair amanhã para fazer compras. Ela diz, acho que ela está certa, preciso me sentir bonita de novo.

- Acho que você está certa nós vamos sair e fazer compras. Digo animada.

- Bom! Amanha saímos mais cedo.

- Tudo bem. Digo.

No outro dia fazemos nossas compras. Paulo disse para Mari que poderíamos sair mais cedo e eu encontrei um vestido fantástico para usar no sábado, é o aniversário do primo de Alessandro que conheci na boate no dia do ataque. Bruno é o nome dele e Mari disse que ele é quente e muito gato, estou animada para conhece lo preciso tirar Paulo da minha cabeça antes que perca o juízo e entro na sala dele e o agarre, acho que preciso sair mesmo, tenho pensamentos loucos muitas vezes. O meu vestido é decotado nos seios e tem as costas nuas, longo com um corte na coxa que me deixou muito sensual. Mari escolheu um macacão preto de cetim com um ótimo caimento e fica perfeito no corpo cheio de curvas dela.

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