Capítulo 5

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Acordei com um aglomerado de pessoas saindo do avião, olhei pela janela e vi que já havíamos pousado

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Acordei com um aglomerado de pessoas saindo do avião, olhei pela janela e vi que já havíamos pousado. Peguei minha mochila que havia ficado comigo e saí para fora do avião assim que consegui passar na frente das pessoas que tentavam sair de lá. Peguei minha mala com o bagageiro e peguei um carro pequeno – que parecia um carrinho de golfe – até a área interna do aeroporto. Assim que entrei arrastando minha mala, comecei a procurar por papai. Eu não sabia se ia reconhece-lo, muito menos se ele me reconheceria.

Até que meus olhos bateram em um homem segurando uma placa escrita “Kaira De Luca”, era papai. Corri em direção á ele, que me envolveu em um abraço apertado assim que cheguei perto o suficiente.

— Senti saudades, pequena. – Ele exclamou, sorrindo.

— Pai, eu tenho um metro e oitenta e quatro centímetros de altura, não me chame assim. – Brinquei. Eu não havia percebido quem estava ao seu lado até aquele momento, e assim que me dei conta, senti um rubor em minhas bochechas.

Uma mulher alta, com longos cabelos negros e olhos da mesma cor estava parada ao lado de papai, com um olhar afiado que dizia “Você não é bem vinda aqui.”
Assim que percebeu que eu estava a observando, a mesma forçou um sorriso para mim.

— Quero que conheça Akemi Rin, minha esposa. – Papai nos apresentou, animado. Eu não sei o que havia acontecido ali, mas com certeza ela não casou com ele por amor. Bom, talvez eu esteja errada mas uma mulher que parece tão fria e reservada como ela, não se casa com um homem igual papai, que vive sorrindo. — Akemi, está é Kaira.

— Olá, querida. – Ela disse, com uma voz estranhamente esganiçada. — Bem vinda á Tóquio.

— Obrigada, senhora. — Agradeci, e ela fez uma careta ao me ouvir chamar-la de senhora. Bom, vou chamar-la sempre assim agora.

— O motorista nos espera, vamos andando? Deixe que eu leve sua mala. – Papai pegou minha mala e saiu andando ao lado de Akemi. Eu os segui segurando a caixa de transporte com Flake, e minha mochila azul turquesa nas costas. Fiz bem em escolher uma roupa confortável para a viajem, uma legging escura, uma camiseta branca e um par de Crocs. Muitas pessoas odeiam crocs, mas eu acho super confortável.

Assim que saímos para fora do aeroporto, vi um homem de aproximadamente sessenta anos, cabelos grisalhos e terno chique acenando para nós, sorrindo.

— Já mandei ele parar com isso. – Akemi disse com os dentes trincados, ela parecia irritada com o fato do homem estar acenando para nós e sorrindo. — Este é Shin, ele não fala português, mas acho que não haverá necessidade de você falar com ele.

Acenei para Shin, que pegou minha mala das mãos de papai e colocou no capô do carro. Papai se sentou no banco da frente enquanto eu e Akemi íamos no banco de trás. Tentei manter uma distância razoável dela durante a viagem, que foi em um silêncio total.

Encostei na janela do carro, vendo as árvores passando rapidamente. Fechei os olhos e tentei imaginar como eu estaria se estivesse no Brasil naquele momento. Provavelmente estaria me arrumando para ir á escola, já que são seis e meia da manhã. Não acredito de dormi o vôo inteiro.

Assim que o carro parou, abri os olhos e contemplei uma gigantesca casa. Com cores escuras e uma arquitetura moderna. O jardim da frente era repleto de rosas, e a grama artificialmente verde. Desci do carro com a caixa de Flake nos braços e senti algo molhado cair sobre mim, pensei ser chuva. Mas quando olhei para cima e vi os pingos brancos caídos no chão, um sorriso iluminou-me, era neve.

Neve em setembro?

Seria estranho, no Brasil.

— Os últimos anos têm sido de muita neve aqui em Tóquio, os metereologistas daqui dizem que é normal. – Papai passou por mim arrastando minha mala, e parou no primeiro degrau da escada que dava até a grande porta de mármore. — Bem vinda á sua nova casa.

Akemi passou por nós e entrou na casa sem dizer uma palavra sequer, fiz uma careta quando ela passou e papai percebeu, visto que me lançou um olhar cético. Ele estava me repreendendo? Depois de tantos anos sem me visitar?

— Estou feliz em estar aqui. – Murmurei, seguindo Jean Carlo para dentro da casa. Casa seria uma palavra simples demais para nomear o local em que eu estava pisando naquele momento, mas eu não consigo pensar em outro adjetivo.

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