Capítulo 8

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— Vocês já se conhecem? – Akemi questionou, intrigada

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— Vocês já se conhecem? – Akemi questionou, intrigada. Seu filho e eu estávamos nos encarando fixamente á alguns segundos, eu abri a boca para falar várias vezes, mas não disse nada.

— Eu vi ele pela varanda do meu quarto, mas não trocamos muitas palavras. – Expliquei, omitindo a parte em que ele simplesmente joga uma bola de neve em mim. — Sou Kaira De Luca. – Estendi minha mão amigavelmente, e observei um sorriso de canto se formar em seus lábios rosados. Eu queria o fazer achar que estava tudo bem entre nós, e que eu havia esquecido o acontecido de mais cedo.

— É um prazer conhecê-la, senhorita. – Ele apertou minha mão de maneira firme, quase quebrando meus dedos. Eu sabia o que aquilo significava, era praticamente um tratado de guerra. — Sou Yukio Rin.

O olhei de cima á baixo, parando por uma fração de segundos em seus braços musculosos, com tatuagens expostas pelas mangas da blusa social branca arregaçadas. Assim, de perto, suas sardas eram mais evidentes, e o deixavam com um semblante fofo, mesmo que seus olhos – idênticos aos de Akemi – fossem frios e sem vida.

— Bom, agora que estão devidamente apresentados, vamos comer. – Akemi chamou nossa atenção, olhando para nossas mãos de forma sugestiva e me fazendo perceber que ainda estávamos de mãos dadas. Soltei a mão de Yukio rapidamente, que pigarreou indo para a sala de jantar.

Foi estranho, quando nossas mãos se tocaram. Além de seu aperto firme, senti algo como uma corrente elétrica percorrendo meu corpo, e eu tenho certeza que ele sentiu isso também, devido a forma como olhou para mim assustado. Eu não fazia ideia do que tinha acontecido ali, mas de uma coisa eu tinha certeza, a história da bola de neve não ia ficar assim.

...

Akemi e Jean Carlo passaram todo o jantar conversando sobre o trabalho, parece que meu pai trabalha na empresa da família de Akemi, algo relacionado a maquiagem. Yukio e eu ficamos em silêncio enquanto comiamos, e vez ou outra ele me lançava olhares estranhos. Pude até perceber que em uma dessas olhadas, nossos olhares se encontraram e vi um rastro de vermelhidão em suas bochechas.

Uma das funcionárias da casa – Jean Carlo me contou que há cinco funcionários aqui – veio nos servir a sobremesa, um delicioso Flam de caramelo, o qual eu achei muito melhor que o prato principal. Quando o prato principal foi servido, Akemi disse que se chamava Unagi, e quando eu perguntei o que era, já havia devorado metade do prato, e eu vi Jean Carlo disfarçar uma risada quando Akemi disse que o ingrediente principal do prato era enguia.

Isso quase me fez cuspir a comida no prato. Posso estar paranóica, mas quando uma funcionária veio servir a sobremesa – uma ruiva com traços europeus – vi ela dar uma piscadela para Yukio, que apenas desviou o olhar.

— Com licença, vou para o meu quarto. – Praticamente pulei da cadeira assim que terminei a sobremesa, ouvindo apenas um “Boa noite!” de Jean Carlo quando já estava subindo as escadas. Entrei em meu quarto e tranquei a porta, garantindo que ninguém viria me perturbar. Corri para o banheiro e liguei a torneira da banheira, que encheu rapidamente devido a potência da água.

Coloquei algumas colônias perfumadas que estavam ali, que eu nem sabia como usar, na água. Me despi e entrei na banheira. Era a minha primeira vez tomando banho de banheira, e eu me sentia uma daquelas atrizes de Hollywood.

Talvez não fosse tão ruim morar aqui, apesar de eu ainda estar chateada com mamãe. Tenho certeza que aquela história de “seu pai e eu decidimos” era mentira, e que ela ligou para papai e simplesmente disse que eu estava depressiva, fazendo ele pensar que era verdade e me convidar para morar aqui.

Não recebi nenhuma mensagem ou ligação dela depois que cheguei, nenhum “Chegou bem” ou uma mínima demonstração de afeto e preocupação materna.

E pra falar a verdade, eu não estava esperando que chegasse nenhuma mensagem dela pelos últimos dias. Ela já devia ter esquecido que tinha uma filha.

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