Não Posso Te Amar [livro 2]

07 • compromisso familiar

*O próximo capítulo será dedicado a quem mais comentar nesse!*

Entrei no quarto que tinha sido meu por quase toda a minha vida e, além de ser invadida por toda a familiaridade que emanava do lugar, também fui atingida por uma onda de estranhamento. Faziam meses desde a última vez em que pisei aqui, que dormi na minha cama.

Ouvi a porta no fim do corredor bater e logo outro pensamento se acomodou na minha mente. Fazia meses desde aquela noite, aquela fatídica noite de natal. Aquela tinha sido a última vez em que estive nessa casa ao mesmo tempo que o Gael e também tinha sido a primeira vez que...

Sinceramente, eu não sabia dizer porque a minha mente estava me levando por esses caminhos. No dia seguinte eu já tinha me dado conta de que tinha sido uma má ideia fazer o que eu fiz bem no Natal. As duas coisas agora estavam conectadas e eu nunca mais conseguiria pensar no meu feriado favorito sem também pensar no dia em que perdi a minha virgindade. O Natal ainda era o meu feriado favorito depois disso?

Sacudi a cabeça enquanto tentava me convencer de que eu não deveria perder tempo me estressando sobre isso. Não era como se mais nada tivesse acontecido depois daquela noite. Argh! Às vezes eu só queria me socar com uma quantidade significativa de força.

Eu ainda não tinha entendido como eu acabei dormindo com o Gael uma segunda vez. Eu deveria estar me esforçando para ficar longe dele, para colocar o máximo de espaço possível entre nós dois, mas acabei correndo para os braços dele na primeira vez em que me senti vulnerável — literalmente.

- Gia — ouvi a Liz me chamar após uma leve batida na porta.

Ao contrário do mal educado do seu filho, ela esperou até que eu fosse até a porta e a abrisse. Liz estava com um sorriso no rosto, mas não parecia muito feliz. Na verdade, o sorriso era meio estranho e ela parecia estar se sentindo meio mal .

- Tudo bem?

- Sim — ela respondeu timidamente e então entrou no meu quarto, fechando a porta atrás de si — Eu... Eu não sei como te dizer isso.

- O que? — eu não fazia ideia do que ela estava prestes a dizer, mas seja lá o que fosse eu tinha o pressentimento de que não seria algo bom. Respirei fundo, me preparando para o que eu ouviria.

- Hum, o seu pai me pediu para conversar com você.

- Sobre?

- Ele está preocupado com você, Gia.

Essas seis palavras foram o suficiente para me tirar do sério e ao mesmo tempo me fazer soltar um suspiro de alívio. Okay, o que ela tem para falar não é sério, apenas chato.

- Poxa vida, Liz. Não faz isso comigo. Eu pensei que você tivesse algo realmente sério para dizer, tipo você ter uma doença terminal ou algo do tipo — me arrependi das minhas palavras no instante seguinte em que elas deixaram a minha boca. Eu não sabia muito sobre o seu passado, mas eu sabia que o seu primeiro marido, o pai do Gael, tinha morrido de uma doença terminal — Ah, me desculpe, Liz. Eu falei sem pensar.

- Não tem problema — ela respondeu depois de um momento, parecendo estar realmente bem em relação ao que eu tinha falado — Você pode não achar que isso seja algo sério, mas para o seu pai é.

- Ele nunca se preocupou comigo antes. Por que toda essa preocupação agora? Isso não faz sentido.

- Ele não me disse, mas acho que ele está incomodado por você estar morando sozinha e longe dele. Ele sente muito a sua falta.