23 • barbie gótica

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Sai de cima do Gael na velocidade da luz, peguei o meu vestido do chão e o segurei contra o meu corpo como se isso fosse fazer alguma diferença.

- Mãe, o que você está fazendo aqui?

- Não. Sou eu quem faz as perguntas aqui — ela falou com a voz autoritária que raramente usava — Quem é esse?

Pulei na frente do Gael em uma tentativa inútil de protegê-lo da fúria da minha mãe e também para impedi-lo de dizer qualquer coisa que pudesse nos comprometer.

- Ele...

- Qual o seu nome, rapaz? E qual a sua relação com a minha filha?

O rosto do Gael estava vermelho como eu nunca tinha visto antes. Essa era uma daquelas típicas situações que seriam cômicas se na verdade não fossem tão trágicas. Também não ajudava muito que, enquanto a minha mãe o fuzilava com o olhar, o Gael mantinha as suas duas mãos firmemente sobre a sua virilha, escondendo algo que todos nós sabíamos que estava ali.

- Mãe, por favor... — dei um passo para o lado, tentando bloquear a visão que ela tinha do Gael — Me dá cinco muitos e...

- Cinco minutos para que? Para vocês terminarem o que começaram?

- Mãe, não é nada disso.

- Como não? Eu estou vendo, Gia. Eu não sou cega! Me entristece saber que é esse tipo de coisa que você está fazendo com a sua recém adquirida liberdade e ainda por cima no apartamento que eu te deixei usar.

- Onde mais você esperava que eu fizesse? — falei totalmente sem pensar e me arrependi imediatamente em seguida ao ver a expressão no rosto da minha mãe se asseverar.

- O que foi que você falou?

- Nada! Eu não falei nada — me apressei em dizer enquanto recolocava o vestido. Algo me dizia que eu estaria mais à vontade para gritar e brigar se eu não estivesse seminua.

- O seu pai sabe disso?

Oh, não. Eu podia ver de longe para onde essa conversa estava indo. Uma coisa era a minha mãe me flagrar com o Gael — afinal ela não tinha a menor ideia de quem ele era — mas outra coisa completamente diferente era envolver o meu pai nisso.

Quem diria, não é mesmo? Eu nunca imaginaria que o meu fim viria pelas mãos de um membro da família e não por causa daquele sociopata adolescente.

- Saber o que? Eu não faço ideia do que você está falando.

- Gia, o seu pai sabe que você recebe homens aqui?

- Homens? — não me controlei e soltei uma risada — Quantos homens você vê aqui, mãe?

- Mais do que eu esperava. Gia, eu te deixei morar aqui pra você ficar perto do campus da universidade, não para isso — ela gesticulou na direção do Gael.

- Isso o que? — cruzei os braços e tentei lhe devolver o mesmo olhar de fúria.

Tudo bem que esse era o apartamento dela e tecnicamente ela podia entrar e sair quando bem entendesse. Mas, se a minha mãe achava que poderia vir aqui e ofender o Gael na minha frente sem lidar com as consequências disso, ela estava muito enganada.

- Então quer dizer que se eu tiver um namorado eu não posso me encontrar com ele aqui? Na minha casa? No lugar onde eu moro?

- Esse aqui por acaso é o seu namorado? Você nunca me falou nada sobre um namorado, Gia.

- Você nunca perguntou.

- Como não? Eu te perguntei especificamente sobre isso quando você foi para a Austrália!

Não Posso Te Amar [livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora