SCHOOL.

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ESTOU atrasada

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ESTOU atrasada. Não que seja novidade, sempre estou atrasada. Mas dessa vez, tenho uma desculpa significativa. Me distrai enquanto via a notícia na televisão sobre o massacre que tinha acontecido no shopping na noite passada. Isso também não era novidade, pelo menos não em Shadyside.

Essa cidade é no mínimo, como pode se dizer, caótica. Não é atoa que recebeu o título de Capital do Assassinato. Coisas bizarras e estranhas acontecem o tempo todo por aqui e, mesmo tendo nascido nessa cidade maldita, nunca me acostumei com tudo isso.

Ouvimos desde de sempre sobre uma maldição de um bruxa que toma a cidade. Não vou dizer que acredito, mas é indiscutível o fato de que Shadyside é uma cidade com azar impregnado em suas raízes que leva as pessoas a enlouquecerem. De qualquer forma, é uma maldição.

O que me abalou mesmo foi o serial killer do shopping ter sido alguém da minha escola. Não era próxima de Ryan, mas o via nos corredores de vez em quando. Pensar que ele estava perto e poderia ter me atacado a qualquer momento...Nunca passará na minha cabeça que ele seria capaz de fazer algo assim, ainda mais com Heather, eles eram melhores amigos e ele a matou a sangue frio. Mas, é como diz o ditado "quem vê cara, não vê coração".

Lamento muito por Heather, ela era jovem, legal e não merecia isso. Ninguém merece.

Pego minha mochila, o lanche que minha mãe fez e o coloco dentro dela. Coloco também um dos meus livros favoritos, O Iluminado. Acho que faz sentido eu gostar de histórias bizarras quando histórias bizarras me cercam, não é? Enfim, vou reler esta pela décima vez entre os intervalos das aulas.

Saio de casa o mais rápido do que posso, tenho que chegar a casa de Josh, se não vou perder a carona com a irmã dele. E eu não quero mesmo perder.

Quando chego na casa dos Johnson's, é a irmã mais velha que me atende.

— Oi, Deena! — Comprimento.

— Oi, entra aí. — Ela responde num tom seco e dá espaço para eu entrar na casa.

Ela já acordou de mau humor hoje. Eu gosto de Deena, ela é legal, mas ultimamente tem estado um pouco azeda. Só que eu a entendo, e ela tem passado por muita merda. Tirando suas fases de grosseria, ela é incrível.

— Josh! — Ela grita chamando o irmão e não ganha resposta.

A garota começa a arrumar algumas coisas pela casa, tirando latas de cerveja e lixos fora. Isso é obra do pai deles. Em seguida, Deena sobe as escadas e sei que é para dá um sermão em Josh.

Escuto um pouco da discussão. Minutos depois, os dois aparecem descendo as escadas.

— E aí? — Josh me comprimenta.

— Oi, cara. — Devolvo.

Josh está com cara de tacho. Deena, provavelmente, atrapalhou sua conversa em uma comunidade online sobre os assassinos de Shadyside. Ele é meio que fissurado nisso. Eu já entrei em alguns, não nego, mas não gostei. Não tanto quanto Josh, e a internet é cara e não tenho um vizinho como ele para roubar.

— Vamos, gente. — Deena nos chama, levantando as chaves do carro.


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Quando chegamos na escola, já percebo a agitação de todo mundo. O massacre deve ser o assunto de todas as rodas de conversa.

— Até mais, Sr. Silêncio. — Deena se despede de Josh e passa a mão em sua cabeça. — Até mais, Jules. — Direciona para mim.

Aceno para ela, que some pelo corredor lotado de adolescentes. Eu e Josh seguimos em frente. Temos o primeiro período juntos, ainda bem.

Vejo Josh congelar o olhar em algo. Mais especificamente, alguém. Kate, a melhor amiga de Deena e penhasco de Josh. Assisto meu amigo ficar hipnotizado pela garota, que apenas o olha normalmente. É uma cena cômica.

— Você nem disfarça, não é campeão? — Digo quando ele sai da hipnose/transe/paralisia. — Fecha a boca, você tá quase babando. — Aviso e dou risada.

Josh apenas resmunga, enquanto chegamos no meu armário.

— Ficou sabendo do massacre no shopping? — Ele pergunta.

— Quem não ficou?

Nesse momento, um idiota passa correndo por nós com um boneco amarrado numa corda. Ele grita sobre a Sarah Fier e maldição da bruxa estarem de volta. Só reviro os olhos, patético.

— Esse massacre é tão parecido com os outros. — Josh comenta.

— É.

Josh gosta de analisar esses assassinatos, as vezes passamos noites lendo sobre essas coisas. Coloco meus livros dentro do meu armário. Deixando comigo apenas o livro de biologia e o que vou reler.

— Relendo de novo? — Meu amigo aponta por livro surrado e suspira.

— Não julgue. — Exclamo. — Sabe, quem sabe um dia eu escreva um livro de terror baseado na Sarah Fier e nas coisas macabras dessa cidade. — Brinco.

— Daria um ótimo livro.

Josh tem razão, daria um ótimo, e trágico, livro.

CRAVEN - fear street.Onde histórias criam vida. Descubra agora