BAIT.

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CORRO o mais rápido que posso, tropeçando em pedras e galhos, mas não caio, não posso me dar o luxo de cair

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CORRO o mais rápido que posso, tropeçando em pedras e galhos, mas não caio, não posso me dar o luxo de cair. Ouço Deena gritar incessantemente. Alcançamos a ambulância, finalmente, e Kate retorna a dirigir. O Nightwing permanece na estrada, enquanto o automóvel fica cada vez mais distante. Mostro o dedo do meio para ele pela janela de trás. Gesto inútil, mas ainda assim fico satisfeita ao fazê-lo.

— Era o assassino do Acampamento Nightwing. — Josh fala e eu balanço a cabeça confirmando, ainda recuperando o fôlego.

— Isso não deu certo. — Anúncia Kate.

— É porque talvez não seja como nos filmes. — Deena opina enquanto pega uma toalha para Sam limpar o nariz, que escorre sangue. — Tá? Não é só botar os ossos pra descansar.

— Devia ter funcionado. Sempre funciona. — Simon bate em seu colo frustrado.

— Tá faltando algo, devia ter dado certo. — Argumento. Puxo as mangas do moletom, tentando aliviar o estresse.

— Talvez seja a mão decepada. — Sugere Josh.

— Grande bosta, isso não faz diferença. — Kate abranda. — Como eu faço pra não morrer? — Sinto o desespero na voz dela.

— A gente! Como a gente faz pra não morrer? — Corrige Simon. — Eu tô olhando para vocês, nerd da bruxa e gatinha nerd. — Aponta para eu e meu amigo.

— Eu não sei. — Nós dois respondemos em uníssono. E é verdade, não faço ideia agora, não consigo ver saída.

— Não é a gente que eles querem. — Sam, que estava totalmente calada até agora, fala. — Sou só eu.

— O quê? — Deena está sem entender, como eu.

— Eu vi de novo. — A garota fala com amargura, quase chora. — A bruxa. Ela...eu mexi no túmulo dela. Ela me quer.

Engulo em seco. Faz total sentido a bruxa só querer ela mesmo, que foi quem mexeu na cova, nós só entramos de intrometidos nessa confusão.

— É...é. — Josh confirma boquiaberto. — O Nightwing passou reto por nós.

— Como se nem visse a gente. —Complemento. — Ele tava atrás da Sam.

— Gente, não! — Deena alarma. — A Ruby atacou o Simon e Julia, e a caveira veio atrás da gente. E enquanto vocês estavam com as meninas.

A ambulância balança um pouco mais que o normal e Kate para de dirigir, estacionando, acredito eu, no meio do nada. A garota passa para parte de trás onde estamos.

— Não, não veio. O máscara de caveira não ligou pra gente. Ele queria isso. — Ela fala enquanto anda até Simon e abre o casaco rosado do garoto. A blusa branca dele está manchada de sangue e faço cara de nojo automaticamente. — O sangue da Sam.

— Mas que porra. — Deena expressa enquanto seu irmão faz uma careta.

— É! foi isso mesmo, da batida quando a Sam menstruou pela boca, cara. — Relembra o loiro. — É como no Tubarão, eles sentem cheiro de sangue.

Mais referências a filmes, acho que Simon é bem mais cinéfilo do que aparenta. Queria ter tempo para provocá-lo com isso.

— E a Ruby não quis me matar, ela só tinha interesse no Simon e eu estava a atrapalhando. Então ela me afastou. — Digo para a Schmidt.

— A Kate tá certa. — Continua Simon. — Quando a gente encontrou o esqueleto ele tava cheirando minha camiseta igual um tarado numa loja de calcinha.

— É, mas ele foi na nossa casa também. — Deena rebate.

— Deena...

Kate indica com o olhar para os pés da Johnson. A tênis de Deena também tem uma mancha de sangue, como a camisa de Simon. Não há mais furos, é mesmo a Sam que eles querem. Me sinto um pouco aliviada e me sinto culpada por isso. Eles não querem me matar, não estão atrás de cinco de nós, mas isso não resolve nossos problemas. Não vamos simplesmente entregar a Sam e sair correndo. Embora, essa seja a opção mais inteligente.

— Caramba, qual é o problema de vocês em vestir roupas limpas? — Exclamo para Simon e Deena.

— Como ia adivinhar que a bruxa queria o sangue da Sam? — Simon pergunta retoricamente. — Sam sangrou nos ossos dela e agora a bruxa quer mais. — Choraminga.

Olho para Deena. Sei que ela procura mais argumentos para defender Sam, pois não quer aceitar que a garota que ela gosta esta amaldiçoada, sendo o única a ser realmente perseguida. Ela quer que Sam esteja segura. Mas não tem como negar todas as evidências.

— Tá, mas o que eles fazem em o Tubarão? — Sam diz num tom nervoso.

— Sério. — Falo. — A gente acabou de tentar fazer algo que aconteceu num filme e deu errado, você quer tentar outra vez? — Sam arregala um pouco os olhos e me arrependo de ter sido tão ríspida. Deena me fita com raiva.

Estou um pouco exaltada, Simon percebe e segura meu pulso, na busca de me acalmar. Me sento ao lado dele e me calo, voltando a pensar racionalmente. O garoto aperta minha mão e sinto minha bochechas esquentarem. Espero que ninguém perceba que estou igual a um tomate.

— Calma, Jules. — É Josh quem busca apaziguar.

— Bem, de qualquer forma, eu aposto que eles não foram nadar pelados com a droga da isca. — Kate ironiza, também bem irritada.

— Ela não é isca! — Defende Deena, mais uma vez.

Estamos todos com os nervos à flor da pele, a ponto de surtar. O que é de se esperar, mas se não pensarmos com calma, não vamos sair dessa.

— Sim, ela é. — Josh diz com aquela expressão de "eu tive um plano genial que vai salvar a gente". — Sério, se for isso e eles estão atrás dela... — Faz uma pausa e olha para mim. — Vamos dar para esses putos os que eles querem.

— Uau. — Quebro o silêncio. — Você é bom em frase de efeito, cara. — Josh revira os olhos e me permito até rir.



 — Josh revira os olhos e me permito até rir

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notas da autora: talvez esse seja o capítulo mais chato e mal feito, mas prometo que o próximo vai compensar...

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