CRAVEN - fear street.

RUBY LANE.

— A gente não devia tá tão perto de uma delegacia com uma ambulância roubada. — Simon choraminga.

Fomos a delegacia, pois Deena falará que o delegado Goode poderia nos ajudar. Eu duvido muito. Ele nunca ajuda quando precisamos. Porém, tinha várias pessoas assasinadas ou gravemente feridas no hospital e precisavamos avisar as autoridades. Mas só a Johnson e Sam entraram na delegacia, enquanto nós ficamos fora, esperando na ambulância furtada.

— Só roubamos porque tinha um psicopata atrás de nós. — Esclareço. — É justificável.

— E essa é a ideia. — Kate advertiu o amigo. — Escondidos a plena vista. — Realmente, faz sentido.

Pulo para fora da ambulância. Ela fede a remédio.

— É, que nem o Bundy. — Josh adiciona e Simon e Kate claramente não entendem.

— Tipo o Ted Bundy... — Acompanho Josh.

— Quando ele perseguiu as vítimas dele, sabe? — Meu melhor amigo termina o raciocínio e lhe dou um sorriso.

— Tá, mas ele não foi pego no fim? — Kate pergunta a Josh, ainda sem entender.

— Bom, não. Sim, mas não foi...— O garoto começa a se enrolar com a resposta.

— Tá. — Simon o interrompe. — Mas enquanto vocês se decidem aí, eu vou dar uma mijada. — Aponta pra longe. — Tá bom? — Então o garoto vai.

— Como vocês sabem tanto sobre assasinos? — Kate pergunta novamente.

— Conheça o inimigo, né? — Ele assume.

— Meu pai é polícial, quando eu era pequena ele meio que me deixava ver alguns casos, tomei gosto por isso. — Explico.

Josh me olha um pouco surpreso com a citação do meu pai. Ele sabe como é difícil eu falar sobre isso. Sobre ele. Me arrependo de ter dito isso na hora que vejo a expressão de Kate. Ela sabe. Assim como todo mundo da cidade sabe que meu pai surtou, abandonou eu e mamãe e sumiu. Só sumiu. Talvez já cansado de Shadyside ou da mamãe, ou de mim. Que seja.

Vou me afastando aos poucos dos dois, em parte porque quero deixar os dois a sós, quem sabe Josh não consegue algo com ela. Prefiro ficar sozinha do que de vela e atrapalhando o casal a ter um momento deles. Além disso, preciso analisar tudo e permanecer um pouco sozinha, respirar um pouco. Estou tentando levar isso numa boa, mas não é normal ser atacada por um maníaco fantasiado.

Ele não é Peter, o namorado de Sam. Pelo que Deena disse, o babaca morreu nas mãos do máscarado que ela diz ser o Ryan, mas não faz sentido pois este último morreu no massacre. Caramba, quanta morte em pouco tempo. Que droga. Droga, mais um dos desastres de Shadyside e dessa vez eu presenciei parte dele.

Sou tirada dos meus pensamentos quando ouço um berro vindo da direção onde Simon foi. Corro naquela direção o mais rápido que posso.

Quando chego vejo Simon jogado no meio do asfalto e uma garota em cima dele. Chego a ter pensamentos maliciosos, mas Simon está gritando e a garota tem um tipo de navalha na mão. Aproximo deles. Mais alguém querendo nos atacar? Que puta azar.

Empurro a garota de cima de Simon, que cai para o lado. Simon fica aliviado quando me vê, mas a moça já se recupera e enfia a navalha no meu braço enquanto ela me empurra no chão. Gemo com a dor do corte e dá batida no chão. Ela volta a atenção para o garoto ao meu lado e eles começam a se debater. Minha cabeça lateja, tento levantar, mas não consigo.

A garota então pega a navalha, pronta para esfaquear Simon. No entanto, ela não o faz, pois ganha um tiro. Um sangue negro escorre dela. O corpo cai no chão, sem vida, eu acho. Não me dou ao luxo de olhar para ela. Levanto a cabeça e vejo Deena com uma arma na mão, foi ela quem atirou, o resto do grupo está atrás dela. Suspiro aliviada.

— Venham logo! — Kate grita.

Simon estende a mão, me ajudando a levantar. Balbucio um agradecimento. Ainda estou tonta, mas consigo me esforçar e ele me dá auxílio para correr. Quando alcançamos o pessoal, me viro vendo a garota já se levantando como se o tiro tivesse sido nada.

Essa noite fica cada vez mais bizarra.