Chegar em casa fazia com que eu me sentisse menos sufocado, fosse por ter a liberdade de ser e agir como verdadeiramente sou, ou por ter pessoas ao meu lado que me aceitam sem nenhum sequer julgamento ou comentário maldoso. Meus pais são as melhores pessoas que eu conheço, eles sempre me defendem quando algum outro indivíduo da família tenta falar mal de mim, e sempre gostam de enaltecer para mim que ninguém jamais pode me dizer como tenho que ser, agir ou me vestir.
Isso depende apenas de mim.
Ao que adentrei meu quarto, após perceber que meus pais ainda estavam no trabalho — como normalmente —, larguei minha mochila e peguei novamente a caixa que tinha recebido. Eu tinha plena certeza de que a pessoa que me deu esse presente fora a mesma que me enviou as mensagens mais cedo, e isso me fez conter um sorriso.
Não que eu fosse cair rápido desse jeito no joguinho de alguém que poderia estar apenas brincando comigo, querendo me fazer algum mal ou algo do tipo, mas fazia bem ser presenteado e elogiado da forma que fui.
Retirei a saia que eu já usava e experimentei a que havia recebido, percebendo o quão bem ela havia ficado em mim. Quem me deu esse presente aparentemente observa meu corpo bem o bastante para saber o tamanho que eu uso sem nem mesmo precisar me questionar sobre o assunto. O colar eu deixei em um cantinho do meu porta-joias, o qual se mantinha sempre fechado e ninguém mexia.
Atirei-me em minha cama e peguei meu celular pronto para ler alguma coisa ou jogar qualquer jogo, talvez ouvir alguma música. Estava aberto no aplicativo de mensagens e ponderei por bons minutos se deveria ou não mandar uma mensagem para o número desconhecido ou se deveria esperar que ele falasse comigo.
Não sou muito paciente, então optei pela primeira opção.
Eu
| O presente no meu armário... foi você?
Eu estava um pouco ansioso, por vários motivos e metade deles eu nem sequer entendia.
Olhei para os lados e soltei um suspiro. Minhas tarde são sempre tediosas, mesmo que a maior parte delas eu passe estudando, fazendo exercícios ou decorando alguma matéria para as provas. Acontece que desde que minha mãe resolveu ir trabalhar junto ao meu pai eu não tenho mais a minha companhia de todas as tardes.
Mas me sinto muito orgulhoso dela. Minha mãe é uma mulher incrível, que me inspira todos os dias.
Número desconhecido
| Sim, princesa. Você gostou? Aposto que ficou linda em você.
Eu sorri. Por que receber uma mensagem assim me deixa todo bobo? Ah, coração, se acalme aí dentro! É só uma mensagem de um desocupado!
Eu
| Eu não sou uma garota. Não o dei permissão para me chamar de princesa.
E era verdade, isso era algo que apenas meus pais podiam. Eles não falavam na maldade, entendiam que eu gostava de me vestir com roupas femininas e que não era por gostar disso que eu queria ser uma menina. É questão de gostos! Eu sou um garoto que gosta de garotos e que prefere vestir roupas femininas do que masculinas.
E isso não deve importar a ninguém além de mim.
Número desconhecido
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My Sweet Baby | jjk + pjm
FanfictionApesar de se mostrar um adolescente quieto e tímido, Jimin escondia uma personalidade muito mais forte e ousada do que parecia. Mesmo com todos os comentários cruéis que escutava por conta do seu gosto em usar roupas consideradas femininas, não se d...