Encarei-o como se apenas isso fosse a solução de todos os meus problemas. O estranho parecia me olhar, mas por conta dos óculos escuros eu não poderia afirmar aquilo que aparentemente permaneceria sendo somente uma suposição minha. Eu o olhei mais atentamente, sentindo-o dar dois passos para frente, por consequência ficando grudado em mim.
— Você está mesmo na minha frente? — Uma risada bem baixinha lhe escapou, me levando a rir também. — Eu sou um pouco louco por confiar assim, mas... quer entrar?
Ele assentiu, dando dois passos para frente e adentrando minha casa de forma lenta. Talvez nem fosse tão devagar assim, eu que estava vendo tudo em câmera lenta, aparentemente. O estranho parou assim que entrou em minha residência, e eu fechei a porta enquanto pensava o que falar.
— Você não esperava me ver tão cedo, eu acho. — Murmurou, seguindo-me ao que passei a subir as escadas na direção do meu quarto. — Fiz mal em vir?
Neguei com a cabeça antes de abrir a porta de meu quarto e lhe permitir entrar, fazendo o mesmo em seguida e já me sentando sobre minha cama. Fiz um sinal para que ele também sentasse, e assim ele o fez. Ele parecia mais alto do que por vídeo, e também depois de ter tocado seu corpo sem saber exatamente como ele era.
Bom, eu ainda não sabia sobre sua aparência, mas o que eu conseguia ver era isso.
— Não fez mal algum em vir, eu só não entendo o motivo de estar tão coberto assim. Você... é tímido? — Precisei perguntar, ouvindo mais uma risada baixinha. — Não pareceu tímido quando me deu aquele presente.
Eu sabia que ele entenderia ao que eu me referia, e eu sentia minhas bochechas arderem fortemente. O estranho levou sua mão, que estava bem quentinha, até meu rosto, acariciando lentamente. Eu só podia ser muito louco por permitir que ele estivesse ali, mas se pararmos para pensar ele poderia ter me feito qualquer coisa quando ficamos a sós no outro dia e não fez nada.
Ele tirou de seu bolso uma venda de renda linda e passou as mãos por ela, em seguida levantando o rosto em minha direção.
— Posso vendar você? — Aquela voz abafada não me era estranha, eu tinha total certeza de que o conhecia, mas não tinha nem ideia de quem poderia ser.
— Por quê?
— Porque eu não sou tímido, Jimin. Eu tenho vergonha de mim. — Me entristeci por conta de seu tom, mas naquele instante compreendi seu lado. — Se não quiser ser vendado, eu vou entender. Você não tem motivos para confiar em mim, para fazer algo que eu peço, ou para ceder as minhas vontades apenas porque estou aqui na sua frente. Cabe a você a escolha.
Assenti com a cabeça, levando suas duas mãos com a venda até a frente de meus olhos, afirmando que ele poderia me vendar sim. Eu apenas pedi que ele não passasse dos limites, ouvindo-o prometer que só faria o que eu permitisse, só tocaria onde eu deixasse, e que só me beijaria se eu dissesse que ele poderia o fazer.
— Por que tem vergonha? — Indaguei, sentindo sua respiração próxima de meu rosto.
Levei minhas mãos até ele, tocando em seu pescoço e subindo mais. Eu não sabia onde tinha enfiado minha vergonha no instante em que deixei que suas mãos explorassem meu corpo lentamente, apenas sabia que agora eu já fazia o mesmo. Suas palmas quentinhas agora estava posicionadas em minha cintura, enquanto as minhas estavam em seu peito.
— Você é tão lindo. — Sussurrou, me fazendo sentir sua boca rente à minha. — Eu sinto vontade de te tocar por inteiro, de beijar cada mínimo milímetro do seu corpo.
Um breve sorriso me escapou, mesmo que eu não entendesse com clareza a razão para me sentir tão atingido com as palavras de alguém que era um estranho para mim. Mesmo que eu não o conhecesse, de alguma forma estava gostando de tê-lo ao meu lado, e isso apenas aumentava a minha estranheza perante toda a situação.
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My Sweet Baby | jjk + pjm
FanfictionApesar de se mostrar um adolescente quieto e tímido, Jimin escondia uma personalidade muito mais forte e ousada do que parecia. Mesmo com todos os comentários cruéis que escutava por conta do seu gosto em usar roupas consideradas femininas, não se d...