Juntos

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Estava nítido que tanto eu quanto Jungkook nos assustamos ao ouvir a voz mais inesperada de todas. Por um primeiro instante pensei em nossa burrice de não ter trancado a porta, mas lembrei-me que não estávamos fazendo nada de errado e que qualquer um que nos visse talvez somente passasse o resto da vida nos provocando ou fazendo qualquer brincadeirinha.

Mas aquilo ali era totalmente diferente.

Eu pude ver o terror estampado no rosto que eu tanto amava comtemplar e isso praticamente me destruiu. Jungkook estava assustado, temendo aquele que deveria protegê-lo e defendê-lo de tudo. E quando saí de cima dele, o vendo vestir-se depressa — que por sorte estávamos praticamente vestidos por inteiro —, percebi que muita coisa iria mudar.

Se para o melhor eu não sabia, mas a chance de ser era quase nula.

Apenas ajeitei minhas roupas e fiquei ao lado de Jungkook, de pé ao lado da cama. Queria proteger meu namorado, queria lhe abraçar e garantir que tudo ficaria bem. A situação seria muito menos vergonhosa ou repleta de receios caso não estivéssemos em frente a uma pessoa tão cheia de preconceitos.

P-Pai... — Jungkook era somente um garotinho perdido em meio a um caos em que ele não merecia ter sido jogado. Ele não tinha culpa, mas ainda assim parecia estar sendo arduamente punido. — E-eu...

— E pensar que eu te criei tão bem, te dei tudo do bom e do melhor, eduquei você da forma que deveria ter acontecido. E tudo para que? Para você me retribuir desse jeito. — As palavras do pai de Jungkook doíam em mim, então eu sabia que no meu namorado elas deveriam estar doendo ainda mais.

Tentei dar um passo para frente, pronto para defender Jungkook de tudo e todos, mas fui impedido por seu braço. Ele gentilmente me segurou e negou com a cabeça, fazendo-me entender que eu não deveria me meter naquilo, mesmo querendo muito. E eu queria retrucar, dizer que o apoiava apesar de tudo, mas não podia. Era algo entre Jungkook e seu pai.

— De todas as coisas erradas que você já fez, essa foi a pior delas. — Senti como uma faca quente perfurando o meu peito, mas ainda assim permaneci firme ao lado de Jungkook. — E com... essa coisa, ainda por cima.

— Aceito que você fale o que bem entender sobre mim, mas deixe Jimin fora disso. E ele tem nome! — Jungkook disse de forma firme, aparentando estar seguro de si como nunca o vi anteriormente.

O pior era saber que era fachada. Jungkook estava com medo, estava triste e nervoso. Ele precisava de carinho e de apoio. E foi por isso que, discretamente, levei minha mão até suas costas, onde comecei a acariciar bem levemente e devagar, querendo deixá-lo mais calmo e mais tranquilo.

— E o que de errado eu fiz? Sempre fui um filho exemplar mesmo quando não queria ser. E de que forma você me educou? Me batendo ou xingando por coisas que você pensava que eu tinha feito sem nem ter certeza de que tinha mesmo acontecido ou não. — Continuei com a carícia em Jungkook, afinal de alguma forma parecia estar o ajudando.

— Seus amigos são um erro. — Começou o Jeon mais velho, dando um passo para frente. Aquilo me deixou em alerta. Essa coisa é um erro. Não engoli ainda essa história de você ter o levado para um jantar importante daqueles. E sumiu de casa, como se não bastasse. Agora está sempre saindo de casa, nem mesmo seu aniversário não passou com sua família.

— Família? Agora você vem falar sobre família? Meus amigos são minha família, Jimin é a minha família. Os pais do Jimin são mais minha família do que você! — E quando o Sr. Jeon resolveu desferir um tapa no rosto de Jungkook, quase entrei em choque e não resisti ao ímpeto de me colocar em sua frente. — Jimin, não faz isso. — Sussurrou Jungkook, mas eu não podia evitar de querer cuidar dele. — Por favor, deixa que eu me entendo com ele.

My Sweet Baby | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora