Quente

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Assim que cheguei na casa de Jimin fui recebido por sua mãe. Ela tinha um olhar incrédulo presente em seu rosto, o que me fez rir fraco. Me sentia melhor somente por estar ali, como se a certeza de Jimin estar perto fosse o bastante para me acalmar por completo.

— O que aconteceu? — A mãe de Jimin me questionou, puxando-me para dentro de casa.

— E-eu só quero ver o Jimin... eu posso? — Por alguma razão senti uma forte vontade de chorar, contudo não o fiz. Eu era fraco, frágil e muito covarde, mas não gostava de chorar na frente das pessoas, mesmo que com Jimin até isso eu tenha conseguido.

— Ele estava sentindo uma leve dor de cabeça e resolveu dormir um pouquinho. — Avisou-me, deixando uma breve carícia em meu rosto. — Mas venha, querido, vou dar um jeito nesses machucados.

E quando ela começou a cuidar de mim, desabei de uma forma que não esperava. Ela era uma pessoa estranha para mim, mas me parecia muito mais confiável do que minha família, além de se preocupar muito mais do que meu próprio pai. Me machucava saber disso, mas era a verdade e eu já havia aprendido a lidar com tal situação.

Após me ajudar, a Sra. Park me abraçou e afagou meus cabelos, me aguentando chorar por algum tempo. Ela me disse que tudo ficaria bem, e sua calma era tão grande que acabou me transmitindo a mesma certeza que Jimin me passava: a de que realmente absolutamente tudo iria ficar bem. Talvez não fosse agora, talvez fosse demorar bastante, mas a situação iria sim se resolver.

Depois de finalmente parar de chorar e então lavar o rosto, ganhei permissão para ir até o quarto de Jimin, onde simplesmente entrei, aproximando-me da cama onde o Park estava deitado e me juntando a ele, lhe abraçando pelas costas. Por mim, ficaria ali para sempre, porque além de sentir que era o meu lugar, também me sentia protegido de alguma forma.

Era como se uma bolha se criasse entre nós quando estamos juntos e absolutamente nada fosse capaz de perfurar tal bolha. Dentro dela não há problemas, não há preconceito, somente há amor, paixão, alegria e carinho. Somente há Jimin e eu.

— Jungkookie? — Chamou meu nome em um tom sonolento, em seguida se virando de frente para mim. — Céus, o que fizeram com você?

— Foi o meu pai... mas eu não quero falar sobre isso. — Puxei-o pela cintura para mais perto, logo acariciando o local. — Só preciso estar com você e assim tudo ficará bem.

Jimin somente concordou com a cabeça, puxando meu rosto até que este estivesse em seu peito. E então o Park começou a acariciar meus cabelos, tinha tanto carinho contido ali que meu coração acelerava de forma drástica enquanto o abraçava com mais força e me encolhia ainda mais naquele abraço.

Se fosse seguir o clichê de qualquer romance que vemos por aí, ou o estereótipo mais falado, Jimin seria a pessoa entre nós a sofrer mais. Tudo por conta do preconceito dos outros, mas... mesmo sendo maltratado pelos outros, ouvindo xingamentos cruéis e frases sem nexo algum, ele permanece de cabeça erguida.

Enquanto eu nem mesmo consigo me expor.

Mas eu fico feliz por ele conseguir dar a volta por cima das frustrações que os outros lhe causam, porque Jimin não merece sofrer. Não, não merece mesmo!

— Você não quer ficar uns dias aqui em casa? Até, não sei, esfriar as coisas? — Tudo que eu mais queria era poder dizer que sim.

Mas eu não podia.

— Isso só pioraria minha situação com ele, Minnie. Quero muito ficar aqui com você, mas realmente não posso.

Jimin assentiu com a cabeça. Parecia pronto para dizer algo a mais, mas seus pais nos interromperam ao adentrar o quarto. Os dois sorriam fracamente, aproximando-se da cama e aparentando não importarem-se nem um pouco com a forma que eu abraçava o filho deles.

My Sweet Baby | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora