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Coringa

Eu não aguento, novamente acordado as 02:30 da madrugada,minha mente está conturbada,só vem imagens do meu pai anos atrás,dele no chão,sujo de sangue.

Flashback on.

Me despedi de Marina e Arthur e fui para casa, enquanto passava pelos bairros,eu percebia como o clima estava intenso,morar em um bairro perigoso em NYC não é bom,não mesmo.

Abri a porta e me deparei com cinco homens, espancando ele até a morte,eu comecei a chorar,estava em Pânico.

Eles não tinham notado minha presença ainda,e eu não sabia oque fazer para ajudar.

—parem!por favor!-eu grito em desespero e eles me olham.

—oque você está fazendo aqui?-um homem me pergunta.

—parem com isso!deixem meu pai,por favor.-imploro.

—como o baitola conseguiu fazer um filho?-o homem que tinha uma faca em mãos zoa.

—acho que alguém doou o esperma,em.-o outro brinca e eu vou para perto de meu pai.

Passei minhas mãos pelo seu rosto sentindo o sangue em contato com minha pele,estava com medo,medo de ver seu pulso.
E ter resultados nada bons,me desesperei e comecei a ter um ataque de asma.

Não, não agora não!

Me controlei,apenas por meu pai.

Me levantei e olhei para os homens,que bebiam cerveja e zoavam um com os outros, fazendo piadinhas sobre meu pai.

Enquanto olhava para eles,um deles falou comigo,pensei em sair de casa e ir pedir ajuda,mais ninguém acreditaria em mim.

—oque vamos fazer com o bastardo ali?-o homem alto moreno,diz.

—tenho uma idéia.-o homem branco de olhos verdes sorri.

Ele se levanta e vai até meu pai,segura ele pela cabeça e puxa uma faca de sua calça,ele olha para mim e corta a cabeça de meu pai.

Flashback off.

NÃO! NÃO! NÃO!

MEU PAI NÃO, NÃO PAPAI NÃO ME DEIXA,POR FAVOR, NÃO ME DEIXA.

acordo suando frio,meus lençóis estão molhados de suor,passo os dedos pelo cabelo e arranco alguns fios;
Corro até meu armário de remédios e pego um que eu roubei, escondido.
Abro a garrafinha e pego sete comprimidos,engulo e bebo água depois.

Sinto o calmante fazer efeito e deslizo até o chão,me senti calmo,e relaxado,mais o medo ainda estava ali.
Me pego pensando novamente em mortes,mais não de meu pai,e sim de todos que já matei.

Me sinto culpado,por ser uma pessoa horrível,eu me tornei quem eu temia.

Como eu pude?

Meus olhos cansaram e eu os fechei lentamente e o abri novamente, deixando lágrimas escaparem.
Meu coração acelera e eu jogo a cabeça para trás.

"Eu posso me controlar,eu posso me controlar"
Eu repeti freneticamente,para tentar me acalmar.

Olhei para o canto do quarto e vi meu pai,eu baforei e não vi?

Eu estou ficando louco?aposto que sim.

—papai?você está aqui?não me deixa de novo por favor papai.-me levanto correndo até ele que some a aparece sentado na beira da cama.

—filho,eu não posso voltar,mais você tem que me deixar ir.

—não posso, só você gosta de mim,eu sou um monstro,e não posso mudar...-passo as mãos pelo rosto.

—se permita a mudar,nunca é tarde demais para ser feliz, há alguém que está mechendo com seu coração,para de bloquear você mesmo.

—Eu não posso,ela nunca gostaria de mim,como ela poderia?

—você não está bem,eu não posso estar aqui,eu já fui,para melhor,eu estou bem,mais filho, você não.

E ele sumiu,de novo.
A porta se abriu e ela entrou,como assim já é tarde?

—corin...pera você está bem?-ela se assusta e se abaixa até mim.

Olho diretamente nos olhos dela,e ela me ajuda a levantar,apesar de baixinha ela é forte.

Ela vai novamente até onde eu estava e pega a garrafinha.

—quantos você tomou?quem te deu isso?tem vários comprimidos misturados!-ela se aproxima de mim e fica na minha frente.—victor,vc está bem?

—estou!eu...éh confundi com outro comprimido.-gaguejei.

—ninguem toma isso por acaso, você pode se abrir comigo,por isso estou aqui!

—você não entenderia.

—talvez eu entenda,estou aqui para te ajudar.-ela suspira.—ajudar você a ter controle de suas emoções e raiva,olha para mim!

—eu já disse que estou bem!

—não não está,por favor confie em mim,para te ajudar.-ela passa as costas das mãos pela minha bochecha.

—eu confio,mas eu não sei se deveria.

—tudo bem, vá se aprontar,vc não parece ter dormindo bem está noite.-ela faz menção de sair mais eu puxo seu braço.–oi?

—babi,eu confio em você,de olhos fechados,como nunca confiei em ninguém,eu me sinto bem com você e quero conversar.

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