Psicopath.

017

Coringa

—todos os dias quando criança eu vinha aqui, sabe?me acalma.-ela diz.

Bato minhas pernas uma na outra,na intenção de me acalmar, coisa que eu não estava nem um pouco.

Fungo o nariz e olho para ela, sorrindo de canto.

—É legal,eu gosto de um lugar também,vc poderia me levar lá?-eu pergunto e ela me olha,com um olhar confuso.

—Não sei,tenho medo de que façam algo a você,vc sabe.-ela diz e eu solto uma risada nasal.

—não tenha medo,vamos descer,eu te ajudo.-dou a mão a ela e ela a segura.

Descemos calmamente e entramos no carro,em silêncio.

—Rua palmer,Casa 102.-eu digo e ela assenti, Ligando o rádio.

Enquanto ela dirigia eu lembrava de meu pai,tantas lembranças boas.
Oh céus,porque vc se foi.
Eu poderia traze-la para o meu lado.
Porém ela é tão perfeita,em tudo.
Meiga e carinhosa,eu acabaria com a pureza dela;em segundos.

—chegamos!-ela diz em um tom razoável.
—vc morava aqui?-ela me pergunta enquanto desce do carro.

Na verdade essa é a casa de minha mãe,que me abandonou.

—oh,por um tempo. Só queria ver,um pouco.
—gosto daqui,mesmo que me traga memórias ruins.

—memorias ruins?-ela me olha confuso.
—podemos ir ou vc quer entrar?quero te levar para comer. Sei que naquele hospital não te dam nada bom que seja comestível.-ela diz e eu gargalho.

—sim,podemos. Legal.-ela sorri e entramos no carro.

Cada casa que eu via,eu marcava na minha mente.
Lanchonetes,bares,e vários outros locais,que eu frequentava quando menor.

Ela parou em frente ao McDonald's.
Preferi ficar no carro,não queria ser visto,por ninguém.

Ela saiu e voltou com dois sacos de comida,e uma bandeja com milk shaikes.

—valeu.-ela me dá uma sacola e um mil shaike.

—Vai com calma.-ela ri e eu a olho,com duas batatas na boca.
—vc parece uma criança comendo.

—Ei!eu gosto de apreciar a comida.-eu digo e ela sorri.

—eu também,vamos? O horário já está acabando.

—okay,vamos.

Essa seria a hora perfeita.
Para poder ficar junto com ela.

—baby,eu gosto de vc,sabia?-eu pergunto para ela e ela me olha.

—não coringa,não sabia.-ela ri.
—agora pare de bobeira.

Fiquei em silêncio,apenas desfrutando da companhia dela.