F༶U༶C༶K༶ U༶

23

{Vera}

- Você está se sentindo melhor? - Vinnie pergunta e eu concordo com a cabeça. - Que bom...

Depois dessa fala sinto um silêncio começar a ser constrangedor, então resolvo tocar no assunto que eu estou tentando tocar o dia inteiro.

- Vinnie, acho melhor eu ir para casa hoje. - eu falo séria porém suave, esperando que ele entenda.

- Não quero que você fique com aquela mulher. - ele diz e eu fico confusa.

- Vinnie, desde quando temos intimidade o suficiente para nos preocuparmos muito um com o outro. Nos conhecemos a um mês, não é como se tivéssemos alguma conexão em especial.

Ele fica quieto por uns segundos

- Afinal qual é o problema de eu não querer que você vá? - ele fala

- Por que você se preocupa?! - eu continuo tentando obter minha resposta.

- Por quê sim! Por quê eu te vi ontem a noite toda ferida e eu achava que você era a única que não poderia ser machucada! Me assustou! - ele fala alto e eu pisco algumas vezes.

- Não vou deixar ela fazer isso comigo. - falo mais baixo.

- Não posso confiar. - ele fala como se já tivesse pensado nisso.

- Vinnie, de um jeito ou de outro eu vou voltar para casa hoje. - digo.

Ele parece pensar, ele está desapontado e contrariado mas não tem nada que ele possa fazer. É minha decisão final.

- Ok, faz o que você quiser, Vera. - ele bufa e se levanta do sofá indo fazer sabe se lá o quê.

Apenas fico no sofá por alguns segundos. Depois pego meu celular do carregador, pego meu casaco e me despeço de Vinnie.

- Obrigada de todo jeito, você me ajudou muito, eu não sei ainda como te agradecer direito. - falo meio constrangida.

- Fica. - ele fala simples e eu inclino a cabeça para o lado refletindo por longos segundos.

- Tchau, Vinnie. - falo saindo de seu apartamento e recebendo a notificação de que meu Uber havia chegado.

O caminho durante a minha casa foi tranquilo, eu fiquei de olho no motorista e por sorte ele não tentou fazer nada. Quando saí, desejei boa noite e bom serviço, e me dirigi a minha casa.

Abri a porta deixando minhas chaves na banqueta ao lado da porta e fui ver se minha mãe estava.

- Estou no quarto! Tem comida na geladeira! - ouço um grito mal humorado vindo do segundo andar e vejo que ela voltou.

Não respondo. Também não estou com fome. Então subo para o meu quarto e deito na cama olhando para o teto. O que foi toda essa mini aventura? Porquê ele não conseguia responder minha pergunta? Porquê eu quis sair de lá tão desesperadamente?

Muitas perguntas, muitas mesmo, poderia ficar listando elas a noite toda. Mas estou com dor, muita dor. Vou para o meu banheiro
e pego uma pomada para meu abdômen e um remédio para dor de cabeça. Desço para a cozinha, pego uma maçã e subi de novo.

Coloco um pijama e termino de comer, jogando a maçã no lixo. Começo a repassar tudo que aconteceu nessas últimas 48 horas, a briga com minha mãe, os machucados sendo feitos, os socos e chutes, minhas ligações perdida para Emma, e a ideia que surgiu do nada de ligar para Vinnie. Tudo passava em flashs violentos pela minha mente, tudo muito rápido, denso e massivo, me fazendo odiar o pensamento. Mas depois vem a cena que entro no carro de Vinnie, que o abraço, depois a cena que ele me coloca na cama e cuida de meus machucados. Depois a cena que ele me conta sobre basquete e depois a hora que fomos dormir que eu me senti confortável, e tranquila.

Tranquilidade. É um sentimento raro para mim. Tudo em minha vida, ou talvez depois dos meus 12 anos, é agitado, mesmo dormindo, eu me coloco na posição de ouvir os barulhos da casa, numa forma de proteger eu e minha mãe. E quando estava com Vinnie, eu me permiti passar essa responsabilidade para ele, ou apenas me permiti esquecer dela um pouco e..... confiar.

Talvez Vinnie seja uma boa companhia. Mas eu... eu não sou nem perto de boa. Ando com pessoas que todo mundo reza para não encontrar na rua. Sou uma dessas pessoas. Mexo com armas, drogas e os caralho a quatro. Sou suja, meu trabalho é sujo, vivo escondendo e encobrindo, mentindo e disfarçando. Sou longe de ser pura, sou aquelas pessoas que o diabo escolheu para o trabalho dele. Bom, alguém tem que faze-lo. Antes eu não me importava com isso, com fazer toda essa merda. Porquê agora eu me importo?

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MIL DESCULPAS! começou minhas aula a uma semana e eu não to com tempo de NADAA!

fora que ontem eu não estava nos meus melhores momentos por várias razões.

Nesse capítulo eu resolvi focar em como a Vera pensa sobre si mesma em relação as pessoas, principalmente o vinnie. Ela ta começando a achar q talvez ela não seja suficiente. Só pra explicar se eu não consegui deixar claro.

Beijão pra vcs, mil desculpas novamente pela demora. E boa leitura!!

cap não revisado pq to com mttt sono. Vou revisar amanha

clara