Capitulo 20

382 26 2
                                        

A única coisa audível naquele lugar eram os soluços da garota, sua única amiga, sua melhor amiga, estava morta e ela não podia fazer nada.  Sentiu um par de mãos a pegar pela cintura levantando-a do chão enquanto continuava com os olhos fechados, sabia de quem era aquela fragrância masculina que tanto amava.

_Shh – os lábios gélidos do maior roçaram sua orelha causando arrepios – Esta tudo bem agora, eu estou aqui – sussurrou.

_E-ela morreu – não conseguiu segurar mais um soluço, quanto mais ela segurava mais ficava com falta de ar.

Áris arregalou os olhos, sabia muito bem de quem a garota se referia, abraçou o pequeno corpo mais forte contra o seu e sentiu as lágrimas da menor cair sobre sua blusa.

[...]

O garoto corria como se sua vida dependesse daquilo e realmente dependia. Olhou para trás para se certificar de que o loiro não o estava seguindo e acabou tropeçando, caindo de cara no chão murmurando de dor.

_Achou mesmo que ia conseguir escapar de mim? – o loiro perguntou se aproximando tranquilamente, sua voz estava mais rouca do que o normal.

_Não, por favor – o menino que não deveria ter mais que doze anos suplicou sentindo seu coração acelerar cada vez mais.

_Sinto o seu medo – sorriu, seus olhos verdes estavam mais escuros – Gosto disso, é melhor do que eu pensei – tirou uma faca de caçador preta do bolso – Essa aqui é minha preciosidade – beijou levemente a faca e se agachou até o menor – Hora de você encontrar seu devido lugar – passou  a ponta da faca na bochecha do outro fazendo um leve corte e desceu a lamina até o peito do mais novo, fincando lentamente no coração, para depois tirar e começar a golpeá-lo.

Olhou o corpo todo ensanguentado e aberto com alguns órgãos para fora, sorriu largamente.

_Bom trabalho – falou orgulhoso do que tinha feito, suas roupas estavam manchadas de sangue e seu rosto também estava coberto pelo liquido vermelho, levou um dos dedos a boca provando o sangue – Hm... Será que era diabético?! Os jovens deveriam parar de ingerir açúcar, assim vão morrer mais rápido.

_Nunca perde suas manias, não é mesmo Everett?! – Taemy sorriu irônica se aproximando – Ele era só uma criança, mas você é um sem coração – o homem fez uma careta franzindo o nariz e rapidamente assumiu um sorriso indiferente de novo.

_Everett?! – arqueou uma sobrancelha – Não estou vendo nenhum Everett. Sou Evert – seus olhos verdes brilharam e as gotículas de sangue refletiam a luz do poste, ele estava lindo.

_O que? – arregalou os olhos, era quase inacreditável aquilo.

_Certamente sou menor que ele – riu gostosamente da reação da mais velha, se não estivessem nessa situação Taemy já teria o beijado de tão gracioso que ele estava.

_E por que esta matando crianças? Isso é o que seu irmão faria não você.

_Nossa – se fez de ofendido – Sou um demônio, o que esperava de mim? – voltou a sorrir e a loira se perguntou se a bipolaridade dos gêmeos era contagiosa, observou o modo como o outro inclinava a cabeça para o lado fazendo uma cara fofa e logo em seguida sorrindo assassino, “É, com certeza é contagioso” concluiu.

_Você não é do tipo que faz essas coisas.

_É melhor se acostumar então.

_Por que esta sendo alguém que você não é? – se aproximou e o demônio notou a tristeza no olhar dela – Por que esta mudando assim? Sei que você nunca foi chegado em matar alguém, muito menos uma criança – levantou o braço tocando na clavícula do homem com a ponta dos dedos deslizando-os até a bochecha esquerda, espalhando um rastro de sangue, o viu fechar os olhos e suspirar pesadamente e em menos de um minuto já estava sério abrindo os olhos lentamente.

Imaginary FriendOnde histórias criam vida. Descubra agora