_O que está...
_Shh – foi interrompida pelo maior, ele olhou para a porta e deu um leve sorriso voltando sua atenção a garota – Vem comigo – sussurrou estendendo a mão para ela.
_Mas e se minha mãe acordar? – surrou no mesmo tom que o moreno.
_Eu sou um demônio, por acaso existe alguma coisa que eu não possa fazer por você?! – a mais nova sorriu e balançou a cabeça negativamente pegando na mão do mais velho, o mesmo a puxou para fora da cama levando-a para a sacada do quarto ficando frente a frente com ela – Confia em mim? – perguntou com uma sobrancelha arqueada e a menor balançou a cabeça positivamente – Então segure nos meus ombros – e assim ela fez, esticando seus braços para tocá-lo, um choque percorreu seu corpo quando sentiu as mãos dele pousarem em sua cintura e novamente sentiu aquele sentimento estranho, aquele calor descomunal e inexplicável – Pare de pensar, está me desconcentrando – disse rindo baixo logo em seguida.
_Me desculpe – murmurou corada.
Oh não.
Não era para pedir desculpa, o homem estava apenas brincando, ele gostava dos pensamentos de confusão da ruiva, o fato dela não entender as coisas direito, toda aquela inocência, ele simplesmente adorava, mas não disse nada, pois havia gostado de escutá-la pedir desculpa.
Ele fechou os olhos relaxando, a menina podia jurar que foi a cena mais incrível que já viu, Áris deixou que suas asas saíssem de suas escápulas, aliviando o corpo, afinal era horrível ter que prende-las dentro de si, Slovel as observou bem, possuíam um tom de vermelho escuro quase preto, algumas penas pretas e a estrutura óssea delas um pouco a mostra, ele bateu as asas ainda com os olhos fechados, levantando os dois do chão, e então seus olhos abriram lentamente o azul estava mais claro e um sorriso pousava em seus lábios.
_Por que está fazendo isso? – Slovel perguntou com a curiosidade começando a agir e o demônio riu levando-os para mais longe e alto.
_Quando aquele garoto queria te levar, no meio do seu desespero você desejou poder voar, eu posso tornar tudo o que você desejar em realidade, todos os seus sonhos e até pesadelos, desde seus desejos mais puros e até os mais impuros – um sorriso sagaz tomou os lábios do maior e a pequena riu sem entender o sorriso dele.
_E por que está realizando um dos meus desejos? – sem perceber eles começaram a dançar no ar, era calmo e lento.
_Eu não sei – pensou um pouco, realmente não fazia idéia do porque estar ali com ela em plena 2 horas da manha – Só quis fazer então aqui estou eu.
_Você é estranho – disse rindo e o sorriso do maior se desfez – Eu gosto – continuou fazendo o sorriso dele voltar.
Dançaram mais um pouco em silêncio, só aproveitando a companhia um do outro, Violet apoiava a cabeça no ombro do demônio, a respiração quente batendo no pescoço dele e a garota assistia a pele dali se arrepiar rindo baixinho às vezes, Áris percebeu isso, nada passava despercebido do mais velho, afinal ele conseguia ler os pensamentos dos outros, então começou a massagear levemente a cintura da menor com os polegares, a menina alternava de morder o lábio inferior ou simplesmente arfava.
Oh não, novamente o moreno se viu naquele mesmo problema, de querer enlouquecer a garota fazendo com que a mesma gemesse loucamente seu nome e implorasse por mais, ele balançou a cabeça negativamente tentando afastar esses pensamentos, hora de voltar, assim o mais velho pousou na sacada e depositou um beijo na testa da mais nova.
_Agora vai dormir – falou e a menina correu para cama se cobrindo, ele fechou a janela e saiu voando.
[...]
_Pai – o inferno estremeceu sob a voz de Áris que estava irado – PAI – chamou mais uma vez sentindo a raiva dominar seu corpo.
_Que escândalo é esse? – seu pai, Satanás, perguntou confuso.
_Porque não me disse que a família Slovel não sabia o que tinha que fazer para me agradar?
_Ah, é só por isso? Esse é o motivo de todo esse escândalo?
_Vai me responder ou vai ficar de conversinha afiada?
_Olha como fala, você é meu único filho, mas mataria você sem nenhum problema.
_Certo – bufou impaciente – Vai me responder?
_É simples, se elas soubessem iriam fazer rapidamente, mas seria de um modo falso e não daria certo, para você ser o demônio mais forte que o inferno já teve, a garota tem que cumprir com seu dever sem saber que é isso o que você quer – explicou agora tudo fazia sentido para Áris.
_Ah, como não pensei nisso antes? – perguntou mais para si mesmo, mas seu pai fez questão de responder.
_Simples, você só tem seis séculos de idade, é novo ainda, na sua idade é normal cometer esses erros.
_É... Tenho que ir agora – mal se despediu e já estava saindo daquele lugar.