O sinal da escola tocou anunciando a saída e os alunos foram correndo para o portão, para muitos ali a hora da saída era a melhor hora na escola.
Mesmo tendo apenas 12 anos Violet já voltava para casa sozinha, às vezes Áris acompanhava ela, mas isso acontecia raramente. E seus amigos? Bem, ela não tinha muitos amigos, as pessoas a achavam estranha porque viam ela falar sozinha.
Um menino parou na frente dela, impedindo que ela continuasse seu percurso, ele era um pouco mais alto e gordinho, aparentava ter em torno de 14 anos.
_A onde pensa que vai esquisitona?
_Pra casa, me deixa – disse revirando os olhos, ela continuou a andar e ele segurou seu braço, fazendo com que eles ficassem frente a frente de novo.
_Você não vai a nenhum lugar, é estranha, mas deve ser útil para alguma coisa – falou sorrindo maliciosamente, Violet vomitaria ali mesmo por nojo se ela não estivesse desesperada.
_Me solta você está me machucando – lágrimas rolavam pelas bochechas dela já.
_Solta ela – uma voz rouca surgiu de trás da garota quando a mesma já estava prestes a gritar, ela reconheceu o dono daquela voz na hora, Áris.
_Quem é você? – o garoto disse soltando Slovel que correu para trás de seu amigo.
_Se eu disser meu nome vai ser a ultima coisa que você vai ouvir.
_Quem você pensa que é? Sei que não é o pai dela, porque ele morreu na guerra – o menino falou com raiva.
_Sabe quando você tem um pesadelo horrível com um monstro? – perguntou se aproximando e o garoto balançou a cabeça positivamente – Então, eu sou o pior pesadelo que alguém pode ter o pior monstro que você não consegue nem imaginar, agora você vai embora ou quer que eu te ajude a fazer isso? – seus olhos ficaram pretos cobrindo todo o azul que existia ali.
_Se-seus o-olhos – gaguejou e em seguida saiu correndo.
Violet correu para abraçar o homem que acabara de lhe salvar e ele se virou para ela já com os olhos normais.
_Vamos embora – disse friamente, às vezes o demônio achava estranho como os humanos demonstravam afeto frequentemente.
Eles saíram caminhando, e novamente só Slovel era capaz de vê-lo.
_O que você tinha feito com os olhos para assustar aquele garoto? – perguntou curiosa.
_Nada demais.
_Ah, me mostre o que você fez, por favor – os humanos eram persistentes demais, raramente desistiam e isso incomodava Áris.
_Não foi nada, já disse.
_Por favorzinho – o demônio travou o maxilar ao ouvir isso, escutar ela pedir algo no diminutivo o desconcertava.
_Ta bom – falou parando de andar e olhou para a garota, ansiosa era assim que ela estava e ele conseguia sentir isso, então seus olhos azuis foram dominados por uma cor preta e a menina não ficou assustada, ela ficou... Encantada? Sim, está é a palavra mais adequada para descrevê-la, se aproximou do homem e esticou seus braços tocando nas bochechas do mais velho, ele não estava acostumado com tanta aproximação, com o toque de um humano, e principalmente não estava acostumado com o choque que desceu pela sua espinha, por isso segurou os braços da garota, impedindo que ela continuasse.
_Desculpa – a mais nova disse corada olhando para baixo e o moreno soltou seus braços, “Por que Diabos ela está corada?” pensou ele.
_Continue andando – e assim eles voltaram a caminhar.
_Áris? – Violet chamou recebendo um murmúrio como resposta – Seu nome tem algum significado? – ah curiosidade, isso ainda irritava o demônio, mas isso era algo comum entre a humanidade.
_Sim – respondeu rápido, mesmo assim sabia que essa simples resposta iria gerar outra pergunta.
_E qual é?
_Áris significa Marte em grego que simboliza Deus da guerra – disse revirando os olhos.
_Hm... E Pólemos? – ele suspirou procurando manter a calma.
_Significa guerra em grego, é melhor você não fazer mais perguntas.
_Tudo bem – continuaram o caminho em silencio.
A cada cinco segundos Violet olhava o mais velho e depois voltava a olhar o chão, sempre quando estavam perto um do outro ela sentia seu corpo esquentar, seu sangue fervia e percorria rapidamente cada cantinho de sua estrutura, não sabia se era algo que acontecia com ela ou se era devido ao fato do demônio ter o calor próprio maior que de um humano, mas tinha quase certeza que era algo com sigo mesma, não se sentia assim nem quando estava perto do fogo, isso porque aquele calor que a fazia ter borboletas no estômago era uma coisa interna, toda vez que o olhava sentia um arrepio, as tão amadas borboletas e aquele calor, tudo isso a deixava extasiada, e o cheiro dele... Ah sim, aquele cheiro agridoce que emanava de seu corpo em abundancia, aquilo relaxava ela, a garota não compreendia ainda o que sentia, essas coisas eram complicadas, difíceis de serem entendidas na cabeça dela.
Curiosidade o irritava, persistência o incomodava, a menina tinha essas duas coisas e mais, era só ela pedir algo no diminutivo que o mesmo se desconcertava todo, o pior de tudo era que a pequena Slovel não parava de pensar um segundo sequer, toda vez que eles estavam juntos seus pensamentos eram somente sobre ele, e o demônio conseguia ler todos esses pensamentos, seu desejo era de segura-la pelos ombros e dizer o que era aquilo que ela sentia e para completar, palavras sujas e coisas indecentes, queria deixar a garota louca, desejo e luxuria percorriam sua estrutura com velocidades, aqueles pensamente iriam matar ele, mas tinha que manter a calma, afinal possuía um plano para seguir.