_Violet, por que esta com medo de mim? Não precisa ter medo – falou ainda mantendo uma distancia segura.
_Vo-você e-esta bra-bravo co-comigo – disse cabisbaixa, “Não gagueje pra mim, por favor.” pensou o mais velho.
_Não, o que te fez pensar isso? – engoliu em seco já sentindo que seu corpo estava prestes a criar vida própria e agir por impulso.
_Você gritou comigo e apertou meu braço.
_Mas isso não significa que eu estou bravo com você – suas mãos já formigavam, precisava agir.
_Então era o que?
_Olha, eu sou um demônio, nunca espere que eu tenha calma e paciência, quando alguém não faz o que eu quero eu fico bravo, mas é por curto período.
_O que eu posso fazer para você não ficar bravo comigo? – de repente seu corpo não queria mais matá-la, queria outra coisa e sem que ele percebesse um sorriso malicioso brincava em seus lábios, Violet ainda possuía certa inocência, mas já tinha 14 anos, sabia muito bem reconhecer um sorriso malicioso “Por deuses, por que ele esta sorrindo assim?” pensou e logo acrescentou “Esta lendo minha mente?”
_Sim – respondeu rindo.
_Pode responder minha primeira pergunta? – arqueou uma sobrancelha esperando alguma explicação.
_Sou um demônio, meu sorriso é estranho.
_Mas seu sorriso era malicio...
_Está sentindo esse cheiro? – perguntou interrompendo a mais nova rapidamente – Oh, acho que sua mãe está fazendo panquecas, amo panqueca, você não? Vamos comer – nem esperou a garota responder e arrastou-a para a cozinha vendo que a mulher realmente havia feito as tais panquecas.
[...]
_Violet? – o moreno chamou encontrando a na sacada do quarto.
_Hm? – respondeu sem olhá-lo.
_O que quer fazer no seu aniversario? – perguntou engolindo em seco, com certeza ela não iria querer ser sequestrada, mas nem sabia o que ele pretendia fazer.
_Algo típico de uma festa de 15 anos, primeiro musica lenta enquanto as pessoas dançam uma valsa e depois uma musica mais agitadas para as pessoas curtirem, e muita comida e bebida, coisas bem comum, sabe?
Oh sim, ele sabia, havia participado de milhares de festas de 15 anos.
_Sei... Mas geralmente a aniversariante dança com o pai – falou calmo, não queria entrar naquele assunto, pois a menina não gostava de falar sobre aquilo.
_Você pode dançar comigo no lugar dele – perguntou olhando nos olhos do mais velho.
_Acho melhor não.
_Ah, por favor, por mim.
_Violet, eu...
_Por favorzinho – pediu com os olhos pidões e fazendo um bico, como ele resistiria àquilo? Não aguentava ela pedindo algo no diminutivo e agora fazia um bico pra destruir a sanidade dele? Mas essa não era a intenção de Slovel, porém era assim que o demônio se sentia.
_Valsa é? – arqueou a sobrancelha.
_Sim.
_Tudo bem então – soltou um longo suspiro enquanto via a garota dar o seu melhor sorriso.
[...]
_15 anos já, estou tão orgulhosa de você querida – Ísis sorriu terna para a filha, era de manha ainda e ao por do sol a festa de debutante dela iria começar.
_Obrigada mãe – sorriu feliz por estar com sua amada mãe, era a única pessoa da família com quem falava.
_Vou terminar de arrumar as coisas – disse logo saindo.
A garota se olhou no espelho mais uma vez e viu o reflexo de seu “amigo imaginário”.
_Hoje é um dia muito especial, preparada para tudo isso? – perguntou sorrindo, mas tinha alguma coisa diferente nele, seu sorriso era sincero, porém em seus olhos havia tristeza e isso não passou despercebido pela menor.
_Estou – disse ficando frente a frente com ele – O que aconteceu?
_Nada, por quê?
_Está diferente, parece meio triste – falou passando a mão no rosto dele.
_Estou sorrindo, não estou?
_Sim, mas é notável a tristeza em seus olhos.
_Não estou triste, eu nunca fico triste, é só alguns probleminhas, nada demais.
_Ah – quebrou o contato visual, Áris havia mentido, ela sabia disso.
_Violet, esquece isso, tenho uma surpresa pra você.