_Violet? – a professora de português chamou a garota que estava distraída olhando para o amigo do outro lado da janela, à sala ficava no segundo andar e tinha uma vista para o jardim do colégio.
_Sim? – olhou para a mulher de óculos.
_Pode-me dizer sobre o que eu estava falando?
_Figura de linguagem – respondeu após ver o tema escrito na lousa.
_Exato, e qual figura de linguagem eu estava falando? – perguntou cruzando os braços, “Droga!” pensou a menina ao notar que não havia nada no quadro que pudesse lhe ajudar.
_Ah... É... E-eu não sei – gaguejou pelo nervosismo.
_Então preste atenção na aula, sua mãe não esta pagando para você não prestar atenção – disse se virando.
_Mas a escola é publica.
_Como é? – perguntou em tom autoritário voltando a olhar a ruiva.
_Eu disse que a escola é publica então minha mãe não esta pagando nada – repetiu revirando os olhos.
_Saia já da minha aula.
_Mas...
_Agora – interrompeu a mais nova que pegou suas coisas e saiu da sala, caminhou até o final do corredor encontrando Áris.
_Foi expulsa da aula, que coisa feia – falou rindo.
_Cala a boca, a culpa foi sua – o demônio ficou sério novamente e segurou o braço dela.
_Nunca mais me mande calar a boca, entendeu? – disse lentamente quase soletrando.
_Sim – sussurrou e ele a soltou.
_Ótimo – começou a andar e parou olhando para trás, na direção da garota – Você não vem?
_Os portões estão fechados, vou esperar a aula acabar.
_Hm... Vem logo.
_Mas eu disse que os portões estão fechados – seu rosto em expressão de pura confusão.
_Isso não foi uma pergunta, foi uma ordem, eu vou repetir só mais uma vez, ok? Vem, agora – soletrou as ultimas palavras e a garota o acompanhou rapidamente, quando chegaram à frente do portão Pólemos quebrou o cadeado e continuaram andando rumo a casa.
[...]
Violet subiu correndo as escadas e entrou no seu quarto fechando a porta brutalmente se jogando na cama em seguida, aquela cena não saia de sua cabeça...
“_Cala a boca, a culpa foi sua – o demônio ficou sério novamente e segurou o braço dela.
_Nunca mais me mande calar a boca, entendeu? – disse lentamente quase soletrando.”
“_Mas eu disse que os portões estão fechados – seu rosto em expressão de pura confusão.
_Isso não foi uma pergunta, foi uma ordem, eu vou repetir só mais uma vez, ok? Vem, agora”
A garota se perguntava se ele havia mesmo ficado bravo com ela, não gostava de vê-lo daquele jeito, ficava com medo.
O moreno entrou na casa se deparando com a mulher na sala, tomando seu costumeiro chá, durante esses dois anos que se passaram eles conversaram muito e no final acabava com Ísis tentando fazê-lo mudar de idéia, o que nunca funcionava fora isso às vezes tinham uma conversa agradável, quando ele estava de bom humor, claro, e isso ocorria raramente.
_Por que ela esta aqui mais cedo? – perguntou bebendo seu chá.
_Porque eu quis trazê-la mais cedo – deu de ombros.
_Hm... Aconteceu alguma coisa? Ela subiu correndo sem falar nada.
_Não, não aconteceu nada – revirou os olhos e de repente sentiu a adrenalina e endorfina correrem pelo seu corpo, conhecia muito bem aquela sensação, sempre acontecia quando sentia que alguém estava com medo dele, andou devagar pela escada, como se não quisesse fazer barulho e invadiu o quarto da garota cuidadosamente.
Droga.
Ela estava encolhida na cama o olhando com os olhos arregalados, seu medo aumentando, ele sentia isso.
Mil vezes droga.
A tentação de matá-la corroia seus ossos e por um momento pensou que seu corpo iria desabar era da natureza dele já, se alguém ficasse com muito medo dele ele simplesmente matava a pessoa, mas não podia fazer isso, ele precisava dela.
