_Ah que droga – murmurou entrando na casa, tirando sua roupa coberta de sangue rapidamente, ficando só com a boxer preta.
_Irmãozinho – o maior saudou descendo as escadas – Vejo que fez um ótimo trabalho – olhou as roupas jogadas no chão – Ah, pelo amor de Lúcifer – tacou um dos jornais no menor com certa força fazendo o outro recuar um passo – Você não é o único homem da casa então faça o favor de não andar seminu aqui, se quiser pode ficar até pelado ai no mundo, mas aqui dentro não.
_Ei calma ai – levantou as mãos como rendição – Tudo que eu tenho você também tem, é como se você estivesse olhando para um espelho – fez uma careta – E isso é culpa sua, se eu não tivesse que matar uma criança estaria de roupa ainda.
_Não tenho culpa se as pessoas da minha listinha são bem distintas – riu gostosamente se sentando no sofá.
_Ta, quem é o próximo? – perguntou enquanto vestia uma calça que estava jogada sobre a mesa, não era a casa mais organizada do mundo.
_Hm... Deixa-me ver – tirou uma lista do bolso e abriu o papel que estava todo amassado – Kelly? Têm 26 anos, eu acho.
_Não, não – fez uma cara pensativa – Acho que essa eu matei ontem antes do garoto que tinha uns 13 anos.
_Ah, então deve ser a Amanda, deve ter uns quatro anos.
_Quatro anos? Mas o que ela te fez?
_A mãe dela não quis transar comigo no passado porque estava grávida dela, perdi uma boa foda por causa dessa bastarda – bebeu um gole do uísque enquanto lia o jornal.
_E só por causa disso vai matá-la?!
_Eu não, mas você sim – encarou o mais novo rapidamente por cima dos óculos de leitura que só usava porque achava bonito, voltando sua atenção ao jornal logo em seguida – O seu trabalho agora é matar as pessoas da minha lista e a Amanda é a próxima, se não fizer isso eu mesmo faço e será pior pra ela, você me conhece, sabe como eu sou.
_Ta bom – suspirou derrotado – Você também tem uma listinha a cumprir – sorriu largo.
_Bom, sobre isso – começou enquanto dobrava o jornal colocando ao seu lado e tirava os óculos pendurando na gola de sua camisa – Eu não acho uma boa idéia fazer essas coisas, são vergonhosas.
_Como é? – arqueou uma sobrancelha – O nosso trato é seguir as tarefas das listas, é melhor você tirar essa bunda do sofá e ir pra rua fazer boas ações.
_Você só pode estar brincando, já sei o sangue afetou seu cérebro.
_Não, eu estou perfeitamente bem e...
_Então você gostou de matar – sorriu torto.
_Cala boca e presta atenção no que estou falando – bufou impaciente – As 20h00min você tem que tirar todas as crianças das ruas de Los Angeles, é muito perigoso pra elas.
_O que? – se levantou exasperado do sofá – Eles têm pais, é responsabilidade deles fazer isso, não sou nenhum tipo de babá – fez uma careta – Espero que todas elas morram esfaqueadas por algum serial killer – deu de ombros se aproximando do gêmeo – Meu irmão, essas coisas são ações de anjos, eu sou um demônio se fizer isso vou acabar ficando doente.
_Para de ser idiota, é o mínimo que você me deve depois de eu ter saído do céu para lhe fazer companhia só porque você tinha se apaixonado por aquela garotinha – observou como os músculos do outro ficavam tensos e rígidos, aquela “ferida” ainda não tinha sido cicatrizada.
_Cala boca.
_E pra que isso? – continuou seu discurso sem se importar com a reação do maior – Pra depois você matar ela e vir chorando até a mim – deu um passo pra frente – Você podia ter se arrependido e voltado pro Céu, mas não, tinha que dar uma de “Everett” e ficar irritadinho só porque matou a menininha com quem brincava de estar amando, aquilo nem era amor, era só porque ela era bonita.