Ísis estava sentada na cama de sua filha com uma xícara de chá em sua mão, olhou para o relógio mais uma vez que marcava 00:00 AM, lamentava sua filha ter sido tirada de si de tal maneira, mas sabia que não podia fazer nada a respeito.
Em um baque alto a janela foi aberta, permitindo que o ar gélido invadisse o local, Slovel se levantou assustada e viu o demônio entrando pela janela com sua filha adormecida em seus braços.
_O que aconteceu? – perguntou e o mais velho a olhou sereno.
_Nada – caminhou até a cama colocando o pequeno corpo ali.
_Por que a trouxe de volta então? – o sorriso em seus lábios era tão grande que parecia que iria rasgar a qualquer momento.
_Ela não está pronta para ir embora.
_Ela não está pronta para ir embora ou você não está pronto para levá-la?
O moreno não respondeu, não iria se rebaixar tanto assim, a verdade era que ele ficou com medo de que a garota o odiasse para sempre por ter a levado e então ele teria que matá-la, e o que ele menos queria era virar o assassino de “sua pequena”.
_Você tem sua filha de volta – disse fazendo a mulher suspirar aliviada e ele a encarou mais de perto – Fique sabendo que um dia eu irei levar ela comigo – falou rude, era quase palpável a raiva em sua voz, assim Áris saiu voando pela janela.
[...]
Violet acordou com a claridade invadindo seu quarto, levantou e trocou de roupa já que ainda estava com o vestido da festa, colocou um short azul e uma regata cor de creme, quando estava pronta desceu as escadas rumo à cozinha, chegando lá se deparou com sua mãe cantando alegremente enquanto fazia panquecas.
_Bom dia bela adormecida – a mais velha cantarolou.
_Bom dia mãe – riu da mulher – Vejo que está muito feliz.
_Claro, minha filha saiu com um amigo ontem à noite e ele a trouxe quando ela já havia dormido – disse rindo enquanto a menor corava e soltava um riso baixo.
Ambas terminaram de comer, Ísis foi cuidar de seu jardim, a mais nova aproveitou que a mãe não estava mais por perto e pegou duas panquecas colocando-as em um prato e despejando mel em cima, em seguida encheu um copo de leite e levou para seu quarto deixando sobre sua mesa, sentou-se na cama esperando.
_Áris? – sussurrou logo o mais velho apareceu apoiado na janela com os braços cruzados.
_O que minha pequena está aprontando dessa vez? – o sorriso sagaz brincando em seus lábios fez a outra estremecer enquanto corava pelas palavras.
_Eu trouxe algo para você comer – apontou para a mesa.
_Oh – se aproximou da comida – Panquecas e leite, amo isso.
_Eu gosto de leitinho quente – falou tranquilamente, o demônio olhou rapidamente para a garota, quase quebrando o próprio pescoço pela velocidade, seus olhos azuis arregalados e o sorriso malicioso nos lábios – O que foi? – ela perguntou confusa.
_Nada – riu desconfortável sentando na cadeira para comer suas panquecas – Quer me acompanhar? – perguntou depois de perceber que a menina o encarava, ela se aproximou e tomou um pouco do leite que sujou os cantos de sua boca sem perceber.
_Obrigada – falou ganhando a atenção do maior novamente, ele limpou a garganta e engoliu em seco, limpou a boca da mais nova com o polegar deixando na frente dos lábios dela depois, a mesma chupou o dedo dele que estava sujo de leite esse foi o fim para o moreno.
Insano...
Completamente insano era como Áris se encontrava, não ia aguentar por muito tempo, tinha que sair dali o mais rápido possível.
_Áris está tudo bem com você?
_Como você consegue ser tão inocente? – seus olhos ficando escuros de pura luxúria.
_O que? – a confusão estava estampada em seus olhos.
_Shh – voltou a comer rapidamente para espantar todos os seus pensamentos impuros.
_Áris – balbuciou quase como um miado, o mais velho se levantou e rosnou, rosnou, jogando a menor contra a parede com certa brutalidade e a mesma arfou, os corpos estavam colados, a respirações misturadas e os lábios próximos.
_Por que está fazendo isso comigo? – perguntou e sua voz estava mais grave que o normal.
_Isso o que? – seus olhos cor de mel com o brilho da inocência e completamente confusa pela situação, o maior se afastou passando a mão em seu cabelo que estava em um topete.
_Nada, eu tenho que ir agora – disse rapidamente saindo pela janela.
