Duas semanas depois.
_Dormiu aqui a noite toda? – Violet perguntou descendo a escada. Áris estava deitado no sofá, assim como ela tinha visto antes de ir para o quarto dormir na noite passada.
_Está realmente perguntando se eu dormi?
_Ah, eu esqueci – coçou a nuca, sorrindo torto. Não deveria esquecer que demônios não precisam dormir.
_Esqueceu... – divagou – Eu preciso sair, vai ficar bem aqui?
_Você sempre sai – olhou para o moreno com uma expressão confusa – E nada acontece, você disse que não tem nada na ilha, lembra?
_Só estou checando – murmurou desaparecendo.
_Você tem que parar de desaparecer e aparecer assim, temos uma porta aqui, sabia?!
[...]
_Pronto? – Lótus perguntou sorrindo, olhando para o loiro. Esticou o braço oferecendo a metralhadora para o menor.
_Sim – sorriu pegando a arma.
Ambos olharam para frente caminhando até a ponta do penhasco, que era enorme e depois tinha o mar. Cada um com uma metralhadora nas mãos.
_1, 2, 3 e... – Lótus começou a contagem – Já! – gritaram em uníssono. Pulando com as asas fechadas, como se quisessem se matar. Quando faltavam 3 metros para chegar ao oceano ambos abriram suas asas. Voando sobre a água. Atirando no mar enquanto riam.
_Eu vou pegar mais peixes que você – Evert gritou – Essa é a melhor caçada em que eu já fui.
_Eu sei que é – Lótus gritou de volta.
Depois os dois demônios passaram recolhendo todos os peixes que estavam boiando, colocando-os em sacos. Estava de noite quando eles pousaram em frente a um restaurante fechado.
_Essa é a sua casa que você falou? – Evert perguntou olhando em volta.
_Eu disse que moro em todos os lugares – Lótus riu caminhando até a porta do restaurante.
_Como conseguiu esse lugar?
_Eu poupei a vida de uma mulher e em troca o marido dela... – parou arqueando uma sobrancelha e sorrindo sacana para o menor. A porta abriu com um "cleck" e os dois entraram. Evert continuava com uma expressão confusa – Me deu outra coisa em troca, digamos assim.
_Ah... E o que foi que ele te deu? – ficou sério seguindo o moreno que foi em direção a cozinha.
_A sanidade do filho dele – deu de ombros acendendo todas as luzes do local.
_O que quer dizer com isso?
_A mulher dele tinha ficado doente quando estava grávida, eu fui enviado pra buscar ela, mas o marido dela estava disposto a oferecer qualquer coisa para ela continuar viva.
_E você disse que queria a sanidade do filho que estava para nascer? – fez uma careta arrumando os peixes sobre a mesa, onde Lótus iria começar a prepará-los.
_É mais ou menos isso... O menino nasceu com uma pequena falha no cérebro, Uma parte do lado esquerdo não funciona em compensação o lado direito funciona até melhor do que de muitas pessoas.
_Está me dizendo que ele já nasceu um psicopata?
_Exatamente – sorriu torto com a faca de peixeiro na mão e Evert estremeceu quando o som da faca contra a tabua ecoou pelo lugar – Você vai ver que eu faço o melhor peixe do mundo – se gabou e o loiro soltou uma risadinha.