Flashbacks. - parte 2

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— Podemos conversar?

Louis prende a respiração.

A chuva serve como trilha de fundo no momento. Uma chuva em um local seco é considerado algo bom, faz com que as pessoas comemorem, fiquem mais felizes e animadas. Escutar o barulho das gotas em abundância é algo prazeroso, principalmente quando você está em um local aquecido e observa gota por gota de água caindo do céu.

Agora, quando a chuva ocorre em meio de uma tempestade, fazendo com que as ondas ficassem mais violentas e destruíssem o que visse, era um problema. Fazia com que essas ondulações deixasse o oceano raivoso, buscando algo para destruir.

Assim, o oceano inundou a floresta fazendo com que milhares e milhares litros de água afogassem as árvores verdes com flores crescendo entre suas folhas. A força das ondas destruía cada coisa verde que possuía em toda a região e o barulho do mar trazia um ar estranhamente calmo para todo o caos que se espalhava aos montes.

E sabe o melhor disso? Harry sabia, mas realmente não se importou. Ele sabia disso tudo, mas não fez questão de levantar um dedo para mudar algo.

E assim, sentiu o afogamento aos poucos. Ver Louis beijando outra pessoa trouxe algo estranho no seu peito, como se ele estivesse caindo — como se a destruição da floresta o tivesse sobrecarregado.

Harry era uma pessoa que Louis não queria por perto? Ele era uma pessoa que Louis não falava sobre? Ele se sentia caindo novamente.

E Tomlinson também se sentia assim também, confuso sobre tudo e como ele tinha a sensação de que seu coração se encheu novamente apenas por ter o cacheado na sua frente de novo.

Como se as suas águas tivessem se acalmado.

— Claro. — É a única coisa que Louis responde.

Ele levanta da escada e chama o outro com a mão para o acompanhar até a varanda, vendo o mesmo apertar fortemente o caule da rosa e respirar fundo, trêmulo.

O azul e o verde se encaram frente a frente como se não tivessem se encontrado fazia tempo.

Eles sabiam que não conversaram sobre os acontecimentos, era algo que eles não faziam. Isso fez com que Styles quisesse um pouco de morfina para parar de sentir o vazio em seu coração e Tomlinson percebesse que o garoto a sua frente matava sua cabeça — do jeito mais prazeroso possível.

— Por que você fez aquilo? — Harry é direto.

Louis fica confuso. Aquilo o que?

— O que eu fiz? — Ele rebate, franzindo o rosto e ficando cada vez mais confuso.

Do que ele estava falando?

Harry ri, sem humor nenhum. Ele apertou ainda mais a rosa em seus dedos. — Você vai fingir agora?

Agora, quem está rindo sem humor é Louis. Pelo o que ele se lembre, ele não fez nada de errado.

— E o que eu fiz, Harry? Você precisa ser mais específico.

Quando ele vê os olhos do outro voltarem a marejar e seu queixo tremer, ele sabe que falou o que não deveria.

Uma lágrima escorre na bochecha que não possui as covinhas a mostra, a voz saindo embargada e quebrada. — Partiu meu coração.

Louis congela no lugar. Ele escutou direito?

O que ele tinha feito para partir o coração do garoto na sua frente? Não fazia sentido já que...

Já que se ele partisse o coração do de olhos verdes, ele estaria igualmente partindo o seu, pois todo o seu ser pertencia ao outro.

Ele não sabia o que falar. Sua mente estava em
branco tentando compreender os acontecimentos de ontem.

Dear Blue Heart. {l.s} - PARADAOnde histórias criam vida. Descubra agora