CHAPTER 25

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Eu estava observando o rosto sereno de Rosie enquanto ela dormia quando ouvi a porta da frente sendo aberta. Depois da cena de Henry, eu acabei pedindo para Kellan avisar Sarah que eu estava doente para ensaiar hoje. Ainda bem que ele não questionou. Quando olhei para o relógio percebi que já eram quase dez da noite. E as únicas pessoas que poderiam estar saindo de casa agora era Magnus ou Ainsley. A não ser que alguém estivesse entrando na casa, o que eu achava difícil já que eu a tranquei com a chave.

Deixei Rosie dormindo na cama e me aproximei da janela. Uma pessoa usando um moletom preto, mascarando sua cabeça com um capuz, andava depressa até o outro lado da rua. Quando Ainsley havia me pedido para dormir na sala, para ficar sozinha durante a noite, eu não a questionei. Estava com a sensação de que tenho sido muito dura com ela recentemente e não quis magoá-la. Mas agora eu entendi o motivo disso. Se ela dormisse comigo, provavelmente eu a escutaria saindo de fininho do quarto. As chances de ela sair escondido seriam maiores se ela estivesse no andar inferior.

Soltando uma lufada de ar irritada, eu deixei Rosie na cama e vesti minhas pantufas. Bati na porta do quarto de Magnus, que a abriu segundos depois. Ele coçou os olhos, me encarando com uma expressão confusa.

— Achei que já estivesse dormindo.

Suspirei.

— Eu ia — murmurei, mal humorada — Mas Ainsley saiu de casa. Eu vou ver aonde ela foi.

Magnus ergueu uma sobrancelha.

— E a garotinha?

— Você vai cuidar dela — proferi, ainda receosa de deixá-la com ele — Você acha que tem condições de cuidar dela?

Hayes mordeu o lábio inferior e passou a mão nos cabelos.

— Eu acho melhor levá-la com você.

Revirei os olhos, soltando um resmungo alto.

Pelo menos ele foi sincero.

— Certo, eu vou levá-la comigo.

Entrei no meu quarto e fechei a porta com cuidado, para não acordar Rosie. Abri o pequeno guarda-roupa, coloquei um vestido para não perder muito tempo e coloquei Rosie delicadamente na cadeirinha. Calcei meus chinelos e peguei a chave do meu carro.

— Precisa de alguma coisa? — perguntou Magnus, da sala de estar, assim que desci as escadas.

Pelo menos ele parecia se sentir culpado.

— Não, obrigada.

Saí de casa, tentando evitar xingar minha irmã mais nova na minha cabeça. Eu nem culpava Magnus por não se sentir confortável em cuidar de Rosie. Ele nunca foi muito bom em cuidar de mim e Tate. Então eu o entendia. Eu estava irritada com Ainsley. Ela sabia que eu estava com problemas até o pescoço e ainda assim parecia gostar de me dar trabalho.

Coloquei a cadeirinha no banco, fechando o cinto, e me sentei no banco do motorista. Fiquei andando com o carro pela rua escura, lentamente para não acordar Rosie com o barulho e para que eu conseguisse enxergar minha irmã por entre a penumbra. Eu rodei umas três ruas e absolutamente nada. Ela já havia desaparecido.

Estacionei o carro e bati minha testa no volante, soltando um gemido frustrado. Como eu iria encontrá-la agora?

De repente, eu tive uma ideia.

Voltei a ficar ereta, ligando o carro e engatando a marcha. Dirigi até a casa de Kellan, estacionei em frente ao jardim e bati desesperadamente em sua porta. Vi as luzes do quarto sendo acesas e logo depois, as luzes da sala. Quando a porta foi aberta, ignorei o fato de que Kellan parecia bem acordado e sem camisa.

TODOS OS PECADOS OCULTOS (VOLUME 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora