TODOS OS PECADOS OCULTOS (VOLUME 1)

CHAPTER 26

Espero que esse capítulo surpresa faça a segunda-feira de vocês mais feliz!

A vida é feita de escolhas.

Mas eu nunca escolhi que acontecesse tudo o que aconteceu. Na verdade, se eu pudesse, escolheria voltar atrás e consertar meus erros. Aquele papo ridículo de aprender com os erros era só uma baboseira para fazer nos sentir melhores com os erros que cometemos. Porque, no fim das contas, não podemos reverter o que aconteceu. E o que aconteceu, às vezes, vai cobrar um preço muito maior do que você pode pagar.

Depois que deixei Kellan em sua casa, e entreguei o seu telefone, estacionei em frente à casa de Magnus. Kellan se ofereceu para cuidar de Rosie essa noite de novo para que eu pudesse lidar com Ainsley. Eu o agradeci por ser tão perspicaz porque eu realmente precisava ter uma conversa com Tate.

Quando desliguei o motor do veículo, nenhuma de nós saiu. Ficamos apenas ouvindo o som de nossas respirações. Ainsley não me encarava. Ela estava com os braços cruzados no banco de trás enquanto encarava a janela. Eu soltei um suspiro pesaroso, pensando em como começaria o meu discurso de irmã mais velha protetora ao invés de tentar entrar no papel de mãe, como tenho me acostumado a fazer desde que nossa mãe morreu.

— Eu sei o que você vai dizer — ela resmungou antes mesmo que eu abrisse a boca — Eu sou uma decepção.

Fiquei observando-a pelo retrovisor, me perguntando se minhas ações foram tão rígidas que fizeram com que Ainsley pensasse que eu a achava uma decepção. Acho que eu estava ficando decepcionada comigo mesma. Talvez ser mãe realmente não fosse a minha praia.

Eu não consigo tomar conta de uma bebê e obviamente não levo jeito nem mesmo com a minha própria irmã.

— Eu não acho você uma decepção, Ainsley — tentei tranquilizá-la, mas acho que soei um pouco desesperada demais — Pelo contrário. Você tem sido muito forte desde que a mamãe morreu e eu a admiro muito por isso.

Os olhos de Tate voaram para os meus pelo retrovisor, mas desviaram rapidamente.

— Está falando sério?

Abri um sorriso gentil.

— É claro que estou — respondi, virando meu corpo para encará-la — Você é muito mais forte e determinada do que eu. E é por isso que eu não entendo porque você está agindo assim.

Tate mordeu os lábios, os olhos começando a ficar lacrimejados de novo.

— Você nunca quis conversar comigo — ela sussurrou, tão baixinho que me perguntei se ouvi direito.

Como ela não disse mais nada depois dessa declaração, eu respirei fundo.

— Eu gostaria de conversar agora — eu disse — Se você quiser.

Ainsley balançou a cabeça em concordância.

— Eu...— ela abaixou a cabeça, parecendo envergonhada — Eu sinto falta da mamãe, Sky. Eu sei que ela estava muito mal e triste, mas ela não precisava ter nos abandonado.

Franzi o cenho quando ela começou a chorar tão desesperadamente que seu corpo balançava e alguns soluços escapavam de seus lábios.

— Tate...— murmurei, sentindo meu coração se apertar com a cena.

A minha irmã estava quebrando bem na minha frente.

E eu não podia fazer muita coisa.

A não ser...

Eu coloquei um pé para frente e depois o outro, passando para o banco de trás do carro e sentando ao lado de Ainsley. Eu rodeei meus braços em seu pescoço e a abracei o mais forte que eu conseguia. Esse era o único conforto que eu podia dar a ela naquele momento. Porque, no final, eu não poderia trazer a nossa mãe de volta. Mesmo que eu me esforçasse em agir como ela.