Para Sempre.

Inexplicável.

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Capítulo 13.

Durante todo o jantar de aniversário na casa dos pais de Mew, o Alfa precisou se esforçar para se manter concentrado no agora, principalmente em dar atenção à sua filha. Ninguém poderia culpar ele por seu estado; ele tinha acabado de ver o amor da sua vida, que tinha morrido, muito bem vivo diante de seus olhos. Não conseguia processar como aquilo era possível.

Tinha sofrido tanto pelo luto durante todos aqueles anos. Teve noites em que chorou até apagar na cama. Lutou contra a própria dor para cuidar de Natasha sozinho, acordando de madrugada para ajudá-la a voltar a dormir, tendo que ir trabalhar no dia seguinte. Tudo para descobrir que aquele que o acompanharia naquela estrada estava vivo. Precisava de respostas antes que ficasse louco.

— Okay, o que tem de errado com você? — Mild se aproximou dele, sentando em seu lado no sofá.

Além dos pais de Mew, alguns outros parentes estavam lá para comemorar o aniversário da pequena.

— Desembucha — Mild insistiu — É aniversário de sua/nossa princesa e você está com cara de quem está em um enterro! O que aconteceu?

— Eu... — Quando olhou para o primo, não sabia o que dizer. Como contaria que vira Gulf? Mild o chamaria de louco, provavelmente, ou diria que está cansado e imaginando coisas, mas também não poderia mentir — Eu estou com um problema no qual não sei exatamente o que fazer.

— Como assim? — O Ômega o observou, seu olhar mostrava confusão, curiosidade e preocupação. Não queria vê-lo naquele estado.

Mild foi quem mais o ajudou emocionalmente após a perda de Gulf; já que ele sofreu quase tanto quanto o Alfa, já que considerava o Beta como um irmão.

— Eu... não sei como te explicar isso... — Suspirou — Somente uma hipótese: O que faria se encontrasse alguém que... desapareceu e, aparentemente, esqueceu de você? Mas vocês sem amavam muito e, tecnicamente, se esta pessoa estava bem esse tempo todo, significaria que ela te abandonou? O que você faria?

Mild o encarou incrédulo, suas sobrancelhas erguidas em legítima confusão.

— É só uma hipótese — Mew lembrou.

O Ômega engoliu em seco e desviou o olhar. Pensou por um longo instante.

— Eu iria querer encontrar essa pessoa — Respondeu — Conversar abertamente para esclarecer tudo; se nós nos amávamos, é o mínimo que ela poderia fazer — Então virou para Mew — Mas por que está com essa dúvida?

— Se eu te contar, você me chamará de louco...

— Eu sou seu primo, Mew, e seu melhor amigo! Escutarei tudo o que me disser — Colocou a mão em seu ombro e sorriu — Além do mais, qualquer coisa, é só um telefonema pra te mandar pro hospício. Cuidarei bem de Nat em seu lugar.

Mew sorriu, mas ainda estava tenso.

— Eu encontrei Gulf hoje — Disse de uma vez — Estive rosto a rosto com ele, trocamos algumas palavras e... ele não se lembrava de mim.

Mild estava novamente com um olhar incrédulo, dessa vez com olhos arregalados e a boca escancarada.

— Você tem certeza? — Perguntou com um fiapo de voz — Não é possível...

— Natasha! — Chamou, fazendo a filha, que brincava com os primos, olhar em sua direção — Venha aqui, princesa.

A menininha correu até com um sorriso largo, o vestido e os cabelos esvoaçando com seus passos. Mew a pegou no colo e a fez olhar para o Ômega.