São poucas as pessoas que conquistaram a confiança de Maya Ross, e seu irmão é uma delas. Mas quando um tumor cerebral leva sua mãe a morte e Alan Ross mata o próprio padrasto em uma briga, não querendo voltar para a cadeia, os dois tem que sair de...
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|Dia infernal
"Sou amiga de um monstro que está debaixo da minha cama Me dou bem com as vozes dentro da minha cabeça Você está tentando me salvar Pare de prender a sua respiração E você acha que sou louca, sim, você acha que sou louca"
The Monster – Rihanna (part.Eminem)
— Eu não...eu não vi o prego. — disse de modo quase inaudível.
Alan demorou alguns segundos para perceber o que fez. Parecia ter parado em uma linha do tempo sem controle, onde sua mente só era capaz de focar em um ponto de cada vez, revendo dentro de si o momento em que a cabeça de Clark bateu na parede, como se não pudesse se convencer sobre a realidade.
— Não, você não teve culpa, a gente não viu, e tudo vai ficar bem, é só a gente explicar pra polícia... — ela começou a pensar descontroladamente, com o pânico tomando conta dos pensamentos em fúria.
— A gente? Polícia? Tá louca? — Alan soltou, sem acreditar no que estava escutando. — Envolver a polícia seria como pular de um prédio com mais de cinquenta andares e achar que não vai quebrar nada ou que vai conseguir sobreviver.
— Por quê?
— Pelo amor de Deus, Maya! Eu já tive duas passagens pela polícia por roubo, o meu nome no tráfico tá entre os trinta mais procurados do estado, e não só por drogas, mas pelo envolvimento no tiroteio de 2017, e você lembra muito bem daquele dia, não é mesmo? — havia uma ponta de ironia na sua voz. — Ah e nosso pai tá mor... desaparecido, e o resto você já sabe, quer que eu continue? — se aproximou dela falando muito mais alto do que de costume, a linha do maxilar marcando a pele bronzeada pelo sol, e estava tão nervoso que as veias pareciam querer saltar para fora do pescoço.
Maya nunca sentiu medo de Alan, mas sentia medo de acontecer algo com ele. Porque a grande maioria dos crimes que havia cometido foi para proteger ela.
— Quer saber o que a gente vai fazer? Vamos embora. — foi andando até o balcão, onde deixou seu celular.
— Pra quem você vai ligar? — questionou apreensiva.
— Alguém vai ter que esconder esse corpo, nós não temos tempo, e eu só conheço uma pessoa que saiba fazer isso sem abrir a boca sobre estarmos fugindo.
— Alan, você tá louco! Eles vão atrás de você, se você não aparecer naquela lanchonete amanhã, o James vai te caçar até o inferno. Como você mesmo disse, não se lembra de 2017?
— Nós vamos sair do estado, eles vão procurar pelo Arizona inteiro, e não vão nos achar, se você for junto eu não tenho que me preocupar com eles. — explicou enquanto discava os números na tela. — Nathan? Oi cara, chegou o dia de você pagar sua dívida comigo. Então... e se eu dissesse que matei uma pessoa e preciso que você suma com o corpo?
