32 - Monstros fora da cama

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|Monstros fora da cama 

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|Monstros fora da cama 

"Sim, tenho pegado aviões só por diversão
  Então eu assisto a fama se transformar em
  punição
  O tempo só fica ensolarado quando estou mal
  Eu realmente não mudei, é, eu só sou
confiante

  Into It – Chase Atlantic

   Maya balançou a cabeça, incomodada e um pouco suada sobre a cama.
  Esfregou os olhos, acordando contra sua vontade, por ainda estar ouvindo o maldito barulho.
   Se levantou ao notar que o som vinha da janela de seu quarto, enquanto a chuva ainda não havia parado.
   Seu celular marcava três da manhã enquanto as gotas de água acertavam contra o vidro.

— Que inferno! — reclamou por aquilo estar atrapalhando seu sono.

   Não era somente a chuva que estava batendo na janela.
   Andou até lá, se esgueirando por trás da cortina ao ver uma pequena pedra ser jogada contra a madeira, e olhou para baixo.
   Uma figura alta toda vestida de preto, com os músculos marcados pela blusa de moletom com o zíper aberto, estava posta sobre o gramado.
   O sujeito desconhecido usava uma máscara, também preta, só que com uma mancha vermelha, como o rastro de uma garra a cortando do olho esquerdo ao lado direito do maxilar.
  Maya engoliu em seco, sem saber de quem se tratava.

   Ele estava lá parado, impassível e imóvel a observando através do vidro com algumas pedrinhas na mão.
   O coração de Maya acelerou, descarregando um choque de adrenalina em suas veias, como se fosse sair pela boca.
   Tudo se amontoou em seu peito.
   A adrenalina sendo descarregada, o medo a atacando, e a curiosidade se acendendo.
   Sua garganta apertou, e as palmas das mãos começaram a suar.
   Ela não conseguia respirar.

    Os demônios sempre permanecem lá enquanto você dorme.

   Maya fechou os olhos, respirando fundo e tentando ter controle de suas emoções.
   Porém, era impossível fazer isso naquele momento.

Quem é esse? Se esquivou novamente para ver o sujeito mascarado do lado de fora, e desta vez ele olhou diretamente para ela, erguendo o rosto um pouco mais.

    Estranhamente moveu a cabeça de um lado para o outro, em negação, e seus ombros tremeram brevemente.

    Ele está rindo de mim? Franziu o cenho. Por Deus, esse cara está achando engraçado me ver com medo? Só era necessário um facão nas suas mãos e seria um clássico filme de terror!

   Puxando um pouco mais o tecido a sua frente, o encarou por alguns segundos.
   Então, quando ele subiu a máscara com um sorriso de canto diabólico plantado em seu rosto, a maior parte do medo de Maya se transformou em ódio.

— Filho da puta! — sussurrou para si mesma, o observando sem se esconder, quando notou a boca dele se movendo em meio ao silêncio.

— Já sentiu saudades? — leu os lábios de Luke. — Vim te fazer uma visitinha.

Runner's Soul - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora