31 - Jogos de xadrez - parte 2

4.7K 504 509
                                    

|Jogos de Xadrez - parte 2

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

|Jogos de Xadrez - parte 2

"Pise no vidro, grampeie sua língua
Enterre um amigo, tente acordar
Classe canibal, matando o filho
Enterre um amigo
Eu quero acabar comigo"

Bury a Friend – Billie Eilish

Minutos antes em Las Vegas, Murray se apressava com um leve desespero surgindo em sua mente.

— Esse aqui, Matteo! — Jack apontou para um carro preto comum. — Usei ele esses dias e deixei umas peças de roupa extra dentro dele.

O homem abriu o carro para ela sem hesitar.

— Agora vire-se, vou me trocar! E garanta que ninguém me veja.

— Sim, senhora. — fez o que lhe foi mandado.

Com muito mais esforço do que costumava fazer, Murray vestiu uma calça de moletom fina, uma regata simples, e uma blusa escura com capuz.

— Está chovendo? — questionou, enquanto calçava um all star.

— Sim, senhora. — disse Matto, novamente.

— Pode se virar, estou pronta. — bateu a porta do carro ao entrar no lado do passageiro, e ele se acomodou como motorista.

Jack colocou um endereço no GPS do veículo, e Matteo estranhou, mas seguiu sem contrariá-la.

— Sabe o que dizem sobre chuvas em Las Vegas? Que é uma noite de sorte para criminosos, e de azar para os policiais. Porque a chuva limpa alguns rastros em locais abertos antes que os investigadores forenses, ou seja, os peritos criminais, consigam coletar todas as pistas. — contou Murray. — Imagino quanto sangue já foi perdido nos homicídios que tanto ocorrem na cidade do pecado, quantas pistas foram levadas pela água.

— Para onde estamos indo, Srta. Murray? — Matteo olhava para ela uma vez ou outra enquanto dirigia, extremamente curioso e confuso.

— Apenas pare quando chegarmos ao endereço, e não faça perguntas! — ordenou. — Isso é um assunto confidencial.

Enquanto observava as gotas de chuva baterem contra o vidro bruscamente, o carro parou em frente a uma boate barulhenta cheia de luzes neon, pichações espalhadas pelas paredes de fora e pela entrada, a qual possuía várias motos com garotos e garotas usando jaquetas de couro e jeans rasgadas.
Como se alguém tivesse misturado uma boate neon adolescente com um moto clube do início do século.
Jack saiu do automóvel após cobrir a cabeça com o capuz, deixando as gotas a atingirem por cima do tecido. Passou por um corredor largo cheio de pinturas e cores fortes, o que fez com que ela soltasse um grunhido, esbarrando em tantos corpos que se sentia em um formigueiro.
O calor humano a atacou como um cobertor suado assim que adentrou o salão principal, encarando as pessoas rebolando e se esfregando umas nas outras no meio da pista, com dois bares circulares lotados.
Todo o lugar em si parecia um ninho de insetos pela quantidade de corpos juntos.

Runner's Soul - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora