9 - Orgulho e arrogância

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|Orgulho e arrogância

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|Orgulho e arrogância

"Quero que me respire
Me deixe ser seu ar
Me deixe esquentar seu corpo,
te libertar
Sem inibição, sem medo"

How Deep Is Your Love – Calvin Harris, Disciples

— Tudo bem, Senhor, agora escolha uma carta. — a voz da garota com a capa era forte, fazendo com que todos prestassem total atenção.

   Era uma apresentação de truques de mágica, o clássico. As ruas de Las Vegas estavam cheias disso.
   Começou a misturar o baralho na frente do homem, que provavelmente estava por volta de seus cinquenta e cinco anos. Assim que terminou, mostrou as mesmas cartas, porém a que havia escolhido sumiu, obviamente. Sua escolha tinha sido o sete de copas.

— Minha carta não está aqui! — afirmou o senhor.

— Não mesmo, sabe por quê? Está olhando perto demais, quanto mais perto olhar, menos você verá. É aí que está o...

— Na verdade, eu estou com a carta dele! — Alan a interrompeu de repente, mostrando o sete de ouros presente em sua mão, fazendo a jovem o especular apenas com o olhar.

   Ele jogou a carta em sua direção, seguida por uma mira certeira, rasgando o vento presente no silêncio, mas a garota era rápida e a pegou no ar, sem nem ao menos tirar sua atenção dele.
Inabalável.

— Veja só, ela tem reflexos bons. — lançou com uma voz provocativa.

— Como fez isso? — desceu do bloco de concreto em um passo, usando um salto alto, mas que parecia saber usá-lo muito bem.

— Um mágico nunca revela seus segredos, não é?

   Ele queria desafiá-la e estava fazendo isso perfeitamente, só com o olhar. Seu castanho era completo por uma voracidade que poderia fazer qualquer um acreditar que sabia cada segredo escondido na mente dela, despindo sua alma lentamente.

— Vai bancar o espertinho ou dizer o seu nome? — sua voz saiu um pouco impaciente, como se já soubesse as intenções por trás daquele rostinho bonito.

— Alan Ross.

— Daisy Lancaster. — se apresentou. — Sinto muito, Sr. Ross, mas essa não é a carta correta! — abriu um sorriso satisfatório.

    Se ele quer entrar nesse jogo, vai ter que estar preparado para perder, pensou.

— Ela tem razão, eu escolhi um sete de copas, não de ouros. — corrigiu o senhor.

— A carta certa está bem ali! — Daisy apontou para um prédio alto a sua frente, do outro lado da avenida, fazendo todos olharem ao mesmo tempo, e as luzes do edifício se converteram no formato de um sete de copas tão rápido quanto um relâmpago.

   O prédio não só chamou atenção de quem estava em volta dela, mas também de todos que passavam na rua.
Foi um truque inesperado, mas planejado, a garota certamente não era uma amadora qualquer.

Runner's Soul - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora