Sixteen

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— Enfim, em casa.

Taehyung exclamou, abrindo os braços e fechando os olhos, parado no meio da sala de sua casa. Eu sorri, achando adorável. Não falei nada, colocando em cima da mesa as duas mochilas com as coisas de Taehyung e de seu filho que usaram no hospital. Levei um susto ao sentir um vulto passar por mim e ri, vendo o garotinho atravessar a sala que nem um raio e subir as escadas mais rápido ainda.

Taehyung abriu os olhos.

— Não corra, Kim Yeonjun! Você ainda está se recuperando!

— Eu preciso ver se o Juninho está bem! — gritou de volta, já sumindo escada acima. 

Soltei uma risada alta, vendo o Kim bufar e se sentar no sofá. Me aproximei. 

— Juninho? 

— É o ursinho de pelúcia dele, nem me pergunte de onde saiu esse nome — sorri, sentando ao seu lado. 

— Eu gostei, achei criativo.

— Sei que gostou, você já disse isso antes.

Fechei o sorriso na hora. Aquilo já estava me irritando. Ele ficar me lembrando do que o antigo eu dizia e comparando com o que digo agora, mas não abrir o jogo de uma vez comigo. Mas antes de falar algo, me calei, fizemos um acordo e eu cumpri minha parte, agora é esperar o mais velho cumprir a dele. 

— Certo, eu estou morrendo de fome e tenho certeza de que você também está — eu ia negar, mas na mesma hora meu estômago fez um barulho alto, fazendo o castanho rir — Vamos, me ajude a guardar essas coisas e então depois eu faço o jantar. Minha comida é ótima.

... 

Depois de guardar tudo o que trouxemos do hospital e finalmente Taehyung ir fazer o almoço, cheguei a conclusão de que nunca, em hipótese alguma, deveria deixar o mais velho cozinhar. Por pouco a cozinha não pegou fogo e a ideia era só fazer uma macarronada. No fim das contas, depois de muitas risadas minhas e de Yeonjun, deixando Taehyung profundamente indignado, nós acabamos indo comer em um restaurante próximo qualquer. 

Pela primeira vez depois que acordei do meu acidente eu me diverti verdadeiramente. Me peguei sorrindo tantas vezes e tão largamente que parecia errado pensar em não sorrir mais. Aquela sensação gostosa de felicidade misturado com carinho e amor, não saía do meu peito. Era essa a sensação de estar em família? 

E é com esse pensamento no rosto que me sento no sofá da sala de Taehyung, ainda sorrindo, enquanto espero o mais velho colocar Yeonjun na cama, já que o mesmo havia capotado dentro do carro. Não demorou muito para que ele aparecesse do meu lado, se sentando na outra ponta do sofá, distante ao máximo de mim. 

— Ele acordou?

— Nada, está dormindo feito pedra — assenti, ficando quieto logo em seguida.

Um silêncio se instalou entre nós dois naquela sala, apenas o som das chamas da lareira a nossa frente sendo escutadas. Era um silêncio confortável, porém gritante. Era um silêncio que gritava a quantidade de coisas que precisavam ser conversadas entre nós dois, quantas coisas ele precisava me explicar e quantas perguntas eu queria fazer. Mas eu mantive minha palavra e fiquei quieto, brincando com os meus dedos e torcendo para que o castanho tomasse alguma iniciativa. 

Até que escutei um longo suspiro vindo do homem ao meu lado.

— Eu não sei ao certo como iniciar essa conversa, sendo sincero — virei minha cabeça um pouco para o lado, encontrando o outro com os olhos vidrados nas chamas da lareira — Mas eu vou contar tudo. E queria te pedir para apenas me ouvir e, quando eu terminar de falar ou eu pedir que você fale, você fala alguma coisa. Pode ser?

Unexpected Call | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora