Culpa. A culpa era o que eu mais sentia nesse momento.
Sinto meu coração se quebrar em milhões de pedaços quando, sem obter uma resposta, vejo Jeongguk se levantar e ir embora da minha casa, sem olhar para trás. Um bolo se forma na minha garganta e eu desabo, sentindo todo o peso do passado me sufocando com força. Eu estraguei tudo da primeira vez e agora estraguei tudo de novo.
Apoio meus cotovelos nos meus joelhos e escondo o rosto entre minhas mãos, colocando para fora tudo o que eu estava sentindo enquanto chorava.
— Papai?
Dou um sobressalto ao escutar a voz receosa de Yeonjun, virando o rosto e vendo o mais novo parado no último degrau da escada, de pijama e segurando seu ursinho.
— Oi, meu amor — funguei, tentando parar de chorar — O que está fazendo aqui? Você não estava dormindo?
— Eu fingi, você precisava conversar com o papai Gguk.
Assenti, sorrindo fraquinho. Yeonjun desceu o último degrau e caminhou na minha direção, ficando na minha frente.
— Você contou para ele, não contou, papai?
Senti meus olhos marejarem contra minha vontade e assenti, abaixando a cabeça. Os bracinhos do castanho envolveram meu pescoço e puxaram minha cabeça para encostar em seu peito, me apertando contra si. Me permiti colocar tudo para fora mais uma vez, me sentindo acolhido nos bracinhos do meu menino.
Senti um beijo ser depositado no topo da minha cabeça.
— Vai ficar tudo bem, papai. Eu disse que você é bom demais para machucar alguém de propósito e o papai Gguk vai perceber isso, que você é bom demais para machucar ele de propósito — levantei a cabeça, olhando em seus olhinhos. Ele sorriu para mim — Papai Gguk te ama tanto quanto você ama ele, então vocês vão ficar juntos de novo. Você só precisa acreditar. Você acredita, papai?
Sorri, beijando sua testa.
— Acredito, meu amor.
...
Entro dentro de casa, batendo a porta e a trancando logo em seguida.
Solto um suspiro, largando as chaves em cima do balcão e pegando um copo de água de dentro da geladeira. Meu coração estava apertadíssimo em preocupação, afinal hoje Yeonjun tinha voltado para a escola. Totalmente recuperado depois de quase um mês, ele estava pronto para voltar a vida normal. Por isso eu, com o coração na mão, deixei o mais novo na escolinha e voltei para casa.
Quanto a mim, optei por não voltar a trabalhar ainda, já que eu tinha o privilégio de decidir isso por trabalhar nas empresas do meu pai.
Largo o copo de vidro dentro da pia quando escuto a campainha soar de repente.
— Já vai!
Saindo da cozinha, revirei os olhos ao escutar a campainha ser tocada mais de uma vez.
— Eu disse já vai, porra!
Alcancei as chaves e abri a porta, arregalando os olhos ao ver quem era.
— Precisamos conversar.
Meio atônito, assenti. Me afastei e dei espaço para o moreno entrar, fechando a porta logo em seguida. Um silêncio se instalou entre nós dois naquela sala. Jeongguk não fez questão de sentar, apenas ficou parado diante de mim me olhando com algo que não consegui identificar em seu olhar.
— Jeon, eu...
— Quem era?
Franzi o cenho.
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Unexpected Call | taekook
FanfictionJeon Jeongguk era um desmemoriado que não tinha ninguém nessa vida. Desde que acordou sem se lembrar de nada, todos os que poderiam fazer parte de sua família, aparentemente o abandonaram no hospital sem nem ao menos olhar em seus olhos uma última v...