010. hope is all that's left

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    Ao voltarem para o jardim principal Anthony e Margaret foram recebidos por um empregado que avisou aos mesmos que a matriarca da família decidiu continuar a tarde dentro da casa

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    Ao voltarem para o jardim principal Anthony e Margaret foram recebidos por um empregado que avisou aos mesmos que a matriarca da família decidiu continuar a tarde dentro da casa. Enquanto seguiam o empregado até o local onde os outros se encontravam um silêncio constrangedor se instalou entre os dois e antes de entrarem na sala principal, a Percy quebrou essa tensão.

──── O que aconteceu no jardim foi... ──── Ela tentava encontrar a palavra certa para descrever uma das melhores sensações que já teve em sua vida, mas foi interrompida antes de terminar a frase.

──── Algo que não vai se repetir novamente, eu sinto muito.

O sorriso brincalhão que se encontrava em seu rosto logo murchou, como uma rosa no começo do outono. É claro que a experiência tinha sido desagradável para ele, ela sabia que o Bridgerton estava apenas sendo gentil com ela durante todo esse tempo e que ela foi estúpida de achar que algo poderia acontecer entre os dois. 

Em questão de minutos a tensão que se encontrava entre os dois piorou, era como ver o céu começar a ficar nublado novamente e mesmo que os dois tentassem esconder seus sentimentos com sorrisos falsos, ao chegarem na sala onde todos se encontravam, Violet percebeu que algo estava estranho.

Meg foi logo em direção ao seu irmão Arthur sentar-se ao seu lado sem olhar para ninguém mais que estava ao redor, achava que dessa forma conseguiria disfarçar a dor em seu peito, já Anthony foi para o lado de Benedict que estava o mais longe de sua mãe, ele não sabia se aguentaria ouvir seus sermões agora.

──── Margaret querida, venha comigo, eu quero lhe mostrar as minhas flores favoritas do jardim. ──── Disse Violet tomando o braço da mais nova que fazia de tudo para agradar a Viscondessa.

Durante o percurso de volta para o jardim que acabaram de sair, o instinto materno de Violet percebia todos os sinais de tristeza e mágoa que emanava da Percy. Ela levou Meg até as roseiras que ficavam do lado dos jacintos, sabia que teria que ter uma conversa com a garota, afinal de contas ela e sua família se tornaram pessoas muito especiais em sua vida.

──── Sempre que eu tenho a oportunidade eu venho aqui colocar água nas rosas e apreciar os jacintos. Sabia que jacintos eram as flores preferidas de Edmund? Ele morreu quando eu ainda estava grávida de Hyacinth. 

Violet se sentou em um banco que dava de frente para os jacintos, justamente para sempre lembrar de Edmund da forma mais pura que conseguia e pediu para que Meg também se sentasse.

──── Eu sinto muito Senhora Bridgerton, eu imagino que ele era realmente um bom homem. ──── Respondeu Meg com um sorriso de consolação no rosto.

──── Ah sim, ele era. Por falar nisso, ele me lembra muito a Anthony, não só em aparência como em caráter também.

──── Sim, as vezes acho que Anthony tente muito ser como o pai, pelo menos em relação a família. Ele é uma pessoa muito boa. ──── Falou a Percy sem perceber que um leve sorriso se abriu em seu rosto.

Isso deu esperança a Viscondessa, no fundo ela sabia que Meg sentia algo por seu filho e mesmo com todas as dores que já passou na vida, a garota continuava a viver a vida de uma forma leve e feliz, algo que ela esperasse que Anthony passasse a ter também. 

──── Sabe Senhora Bridgerton, durante esse tempo que estamos em Londres, muitas vezes memórias de meus pais apareciam em minha cabeça. Acho que é capaz da mesma os conhecer.

──── Eles não são de North Yorkshire? Fale mais sobre eles, se algum dos dois já vieram para Londres em temporadas de bailes, talvez eu lembre deles. ──── Respondeu tentando criar um laço afetivo com a garota.

Margaret logo sorriu, um sorriso que chegava primeiro aos olhos e depois a boca, sempre que falava de seus pais ela sentia uma calma e nostalgia capaz de lhe deixar sem palavras.

──── Meu pai, Edward, era Duque de Northumberland antes de meu falecido irmão Charles e agora Arthur, mas antes de se tornar duque, ele morava em North Yorkshire com a minha avó já que meu avô estava sempre ocupado em Londres e papai não gostava de deixar minha nenna sozinha. ──── As lembranças de seus pais contando a história de seu amor para todos seus filhos antes de dormirem flutuou sobre sua mente. ──── Até que certo dia ele foi convidado para ir a um baile com seu melhor amigo e foi lá que ele encontrou a minha mãe, Jane, segundo ele, ela era mulher mais linda do baile e era a única que estava usando uma luva avermelhada, algo que eles tinham conversado em cartas antes. Minha mãe e meu pai trocavam cartas antes mesmo de se conhecerem e eles combinaram de finalmente se encontrarem nesse baile depois de anos.

Os olhos de Meg se encheram de lágrimas enquanto tentava focar apenas no lado feliz da história e não na saudades que sentia de sua família junta. Ela olhou para Violet e segurou suas mãos em forma de coragem para prosseguir.

──── Meu pai decidiu que iria passar alguns meses a mais em Londres para poder cortejar minha mãe. Meus avôs maternos não gostaram muito de papai, principalmente por que ele planejava morar na nossa fazenda mesmo depois de se tornar Duque, mas isso só fez com que ele lutasse cada vez mais para conseguir a aprovação dos mesmos e dois anos depois ele finalmente conseguiu. Edward já estava quase na casa dos trinta e minha mãe era apenas dois anos mais velha do que estou agora, eles se casaram e no dia do casamento meu avô paterno morreu, transformando meu pai em Duque. Com apenas dois anos de casados meus irmãos Charles e Arthur já tinham nascido, segundo meu pai era o sonho de Jane ter vários filhos, o que realmente aconteceu. ──── Disse sentindo seu coração se apertar cada vez mais com a memória de seus falecidos irmãos. ──── Encurtando a história de sete filhos, apenas três sobreviveram e logo após a morte de meu irmão mais novo, meu pai adoeceu e foram juntos para o céu e após muitas perdas, ficamos só meus irmãos e minha mãe que sempre falava do meu pai com o maior amor do mundo, até ano passado, quando ficamos apenas Mary, Arthur e eu. 

Violet olhou para Margaret com uma expressão de quem sentia muito, ela nem imaginava o quanto a garota com apenas vinte e dois anos de idade já tinha sofrido em toda a sua vida.

──── Parece uma vida difícil para uma garota tão jovem.  ──── Respondeu dando um sorriso fraco para Meg.

──── Eu preciso fazer o que prometi para a minha mãe, cuidar dos meus irmãos, afinal eles são tudo o que eu tenho, mas o proposito da história era mostrar que no fundo, eu tenho a esperança de que vou arranjar um amor igual ao deles, ou ao seu com Edmund.

Com isso Violet percebeu que a garota que estava a sua frente era uma em um milhão e ela conseguia ver que no fundo, Anthony se importava tanto com Margaret quanto o contrário. Isso já era um passo para ter uma vida feliz... ser amado incondicionalmente.

──── Não desista de Anthony, Margaret. Ele parece ser meio frio mas no fundo ele gosta muito de você e esses tipos de coisas só uma mãe consegue ver. ──── Disse Violet indo abraçar a Percy de forma maternal.

Nesse exato momento o Bridgerton sendo mencionado apareceu na pequena palanca em que Margaret e seus irmãos desceram mais cedo, olhando para a cena com o coração transbordando de afeição.

Talvez o destino tivesse diferentes para cada um, mas no fim, um ainda voltaria para o outro, guarde minhas palavras.



BELIEVER, bridgertonsOnde histórias criam vida. Descubra agora