Assim que entraram de volta no salão e Anthony fora atrás de sua mãe, Colin Bridgerton não pode perder a oportunidade de tentar aproximar o irmão mais velho ainda mais de Margaret. Uma coisa que ninguém poderia negar era que Colin com certeza era o Bridgerton que gostava de fingir ser Eros, o Deus do amor com seus irmãos, isso óbvio, além de sua mãe Violet.
──── Sabe Lady Margaret, eu nunca vi meu irmão tão feliz desde quando nosso pai ainda estava vivo e eu percebi que isso aconteceu no mesmo momento em que sua família se mudou para Londres, todos nós achamos você uma boa pessoa, até mamãe que lhe conheceu a poucos minutos. É uma pena que a senhorita tenha chegado muito tarde. ──── Falou o mesmo com um sorriso triste no rosto, Margaret não entendeu sobre o que ele estava falando, sabia que ela e Anthony tinham se aproximado bastante durante os últimos meses mas também sabia que tudo que o mesmo sentia por ela era no máximo simpatia, principalmente por quase a ter atropelado e pela amizade de seu irmão com o visconde, ou era isso que ela queria pensar, afinal não tinha como ela se apaixonar por ele, parecia ridículo, certo?
──── Como assim tarde demais? ──── Perguntou a mesma sentindo seu coração bater mais rápido mas assim que notou para onde o par de olhos azuis de Colin estavam direcionados ela sentiu seu coração rachar.
Anthony, Violet e uma moça ruiva de vestido branco com detalhes dourados estavam conversando como se não se vissem a bastante tempo e o Bridgerton parecia ser muito próximo da mesma e não de uma forma apenas amigável. Assim que Meg se recompôs da tristeza que passou rapidamente por seu coração, a mesma olhou para Colin, sorriu e deu um leve aceno de cabeça como quem iria se retirar do salão, mas o Bridgerton letra C foi mais rápido e entrelaçou seus braços com os dele. Margaret olhou com a confusão estampado em seu rosto magro e arredondado, principalmente quando se deu conta de que ele estava os levando diretamente até a garota ruiva e Anthony.
Assim que Anthony percebeu a presença da Percy, seu sorriso murchou como uma flor no fim da primavera e ele deu um olhar gélido em direção ao irmão mais novo que não ligou e apenas fez uma breve cortesia para as mulheres que estavam acompanhadas de seu irmão. A primeira coisa que se passou pela cabeça de Meg foi que a garota ruiva realmente era muito bela, parecia uma boneca de porcelana, tão delicada que poderia quebrar a qualquer instante e isso fez com que a tristeza que se instalou na rachadura em seu coração aumentasse, mas a mesma já tinha se acostumado, se é que alguém se acostuma com algo do tipo. Naquele instante ela percebeu que nunca seria o suficiente para alguém como Anthony Bridgerton e talvez fosse melhor assim.
──── Colin! Que surpresa agradável. ──── Violet logo percebeu a presença de Meg e como se percebesse que algo estava errado, se aproximou da garota e segurou suas mãos de uma forma afetiva. ──── Olá querida, eu fiquei me perguntando quando nos veríamos de novo neste grande salão de baile, imaginei que estivesse rodeada de cavalheiros lhe tirando para dançar.
Meg sorriu e após um aperto leve e gentil nas mãos, Violet a soltou e voltou para o lado da mulher ruiva. Anthony ao ouvir as palavras da mãe sentiu um aperto estranho em seu peito ao imaginar os outros homens chamando a morena para dançar.
──── Eu diria que passei a maior do tempo fazendo o contrário. ──── Disse a mesma com um sorriso que não chegou aos olhos e percebeu que ninguém tinha apresentado a mulher que estava com Anthony. ──── Muito prazer, sou Margaret Percy. ──── A mulher olhou para Meg com um sorriso no rosto que parecia genuíno e fez uma leve cortesia.
──── Prazer Senhorita Percy, eu sou Emmeline Dubois, filha mais velha do Conde de Toulouse. ──── Ela parecia orgulhosa de seu título, como se isso de alguma forma fosse mais importante do que assuntos mais sérios, como Napoleão Bonaparte e seus planos em invadir a Rússia.
Quando as introduções acabaram, Meg sentia que precisava sair dali, em nenhum minuto ela olhou diretamente para Anthony mas sabia que o mesmo a observava e no fundo sentia que a agonia que sentia em seu peito iria acontecer uma hora ou outra. Como se fosse uma resposta do universo, um homem que parecia ter entre 27 e 30 anos se aproximou do pequeno grupo que eles estavam e convidou Emmeline para a próxima dança que começaria exatamente naquela hora e a mesma aceitou mas não antes de dar um sorriso em direção ao Visconde e Violet sendo uma mãe super discreta chamou Colin para a acompanhar até onde Penélope Featherington se encontrava, deixando Margaret e Anthony sozinhos.
──── Senhorita Percy, me concede esta dança? ──── Perguntou Anthony assinando seu nome no cartão vazio de Meg.
A Percy deu sua mão para o mesmo que o levou em direção ao centro do salão, onde de longe ela viu sua irmã Mary dançando com Benedict e Arthur com Daphne e de alguma forma aquilo era muito estranho para a mesma, com o tempo ela se acostumou com a solidão, com a responsabilidade de cuidar de seus irmãos, de deixar sua vida de lado para se doar por inteiro a sua família e durante seus 22 anos de vida ela nunca se imaginou casada ou fazendo algo além de preparar seus irmãos para a vida adulta.
Entre diferentes passos da valsa de Tchaikovsky, ela não conseguia não olhar para os olhos castanhos e cheios de emoção de Anthony Bridgerton, como se ele precisasse dizer algo para sua parceira de dança.
──── No que está pensando? ──── Perguntou Meg sem parar de olhar para a imensidão daqueles olhos cor de terra.
──── Eu sinto que devo me desculpar de alguma maneira. ──── Respondeu Anthony deixando Margaret confusa. ──── Emmeline é uma parente da família de oitavo grau e nossa única conexão com a França, nós nos conhecemos desde meus dezoito anos e foi a partir deste momento que mamãe começou a procurar pares para os filhos e por ser o mais velho, eu acho que tenha sentido a pressão por mais tempo e com isso, eu e Emma trocamos cartas, como uma forma de mostrar que estou me comportando e que realmente me importo em seguir com o legado de meu pai.
Após esta breve confissão, o mesmo parecia que um peso tinha saído de suas costas, como se de alguma forma aquilo fizesse ele se sentir como o Anthony que era antes de ter que carregar o peso da família mesmo sem que Violet tivesse pedido por isso. A mão de Margaret que estava em seu ombro fez uma pressão no mesmo como se entendesse o que ele estava passando e tirou um sorriso discreto mas verdadeiro do Bridgerton com coração de gelo.
──── Parece que nós temos mais em comum do que pensávamos, Senhor Bridgerton. ──── Respondeu Meg com um sorriso nos lábios. ──── Então o senhor e Lady Emmeline estão comprometidos? ──── Perguntou enquanto olhava para a sua irmã de longe que parecia brilhar na companhia de Benedict, isso fez Margaret se perguntar se algum dia alguém sentiria o mesmo por ela.
──── Não... não mais. ──── Respondeu a última parte em um tom mais baixo percebendo que Meg estava distraída demais com a felicidade dos outros para perceber o que se passava na sua frente.
Margaret virou sua atenção imediatamente para o mesmo, um sorriso se instalou de repente em seu rosto com algo que ela tinha visto e aquilo fez com que o coração de Anthony desse um leve pulo, como se ele estivesse vendo pela primeira vez um raio de luz.
──── Acho que Daphne não se impressionou muito com as táticas de persuasão de meu irmão. Se olharmos em volta do salão parece que nossa família está se dando muito bem.──── Isso fez com que o Bridgerton mais velho realmente percebe que a família Percy não iria ficar tão longe de sua família, pelos menos não por sua parte.
Logo em seguida a música acabou e Margaret avistou Lady Violet de longe e pedi licença para seu parceiro de dança que não conseguia não olhar para a cabeleira morena e cacheada da mesma indo em direção a sua mãe e lhe tirado um sorriso como nunca tinha visto em dez anos desde a morte de Edmund, no fundo Anthony sabia que Margaret valia a pena manter por perto.
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BELIEVER, bridgertons
Hayran Kurgu──── Margaret Percy nunca recebeu flores de um pretendente, ou até cartas de amor. Diferente de muitas mulheres da Inglaterra, Margaret nunca se interessou por bailes, chás ou cortesias, a única coisa que importava para a jovem era sua família. Desc...