──── Margaret Percy nunca recebeu flores de um pretendente, ou até cartas de amor. Diferente de muitas mulheres da Inglaterra, Margaret nunca se interessou por bailes, chás ou cortesias, a única coisa que importava para a jovem era sua família.
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Como prometido, Anthony apareceu no grande portão da August Hall na mesma hora do dia anterior. Para a sua surpresa, Edward Norton também estava lá, mas em diferentes circunstancias ou era o que ele pensava.
Norton estava conversando com Arthur e ao se aproximar cada vez mais da dupla, o Bridgerton conseguiu escutar o antigo vizinho da família Percy dizer que estava em interessado em voltar a pedir a mão de Margaret em casamento.
──── Bom dia, Marquês Norton e sua alteza Artur. ──── Falou Anthony de repente assustando os dois homens que conversavam em tom baixo.
──── Bom dia Visconde Bridgerton. Veio buscar minha irmã novamente?
Como se ela imaginasse que o mesmo já estava lá embaixo esperando por ela, Meg desceu as escadas correndo em um vestido de tom terroso com Mary gritando com a irmã pelos corredores. Ao parar e ver o homem de quase 1,80m parado ao lado de seu irmão, a mesma sentiu seu coração dar um salto de felicidade e se não fosse por sua irmã mais nova a mesma estaria nos braços do Bridgerton.
Após o passeio anterior, algo tinha mudado nos olhos da mulher em relação ao visconde, talvez fosse a forma que ele queria a proteger de um resfriado ou como correram como crianças felizes ao redor do lago, ou simplesmente o fato dele ter feito a mesma ter um dia super alegre em tempos tão difíceis.
──── Senhorita Percy, espero que não tenha pego nenhum resfriado. ──── Disse Edward em um tom sarcástico quebrando o encanto do olhar da mesma.
O sorriso da Percy se dissipou na hora, algo que tanto o Bridgerton como Arthur tinham percebido.
──── Eu estou bem obrigada Marques Norton.
Mary sentindo o clima começar a pesar, trouxe a sombrinha da irmã e a entregou.
──── Espero que dessa vez não chova, mas de qualquer forma é melhor leva isso aqui. ──── Respondeu a loira recebendo um olhar agradecido da irmã.
Mary era pequena quando Edward apareceu na vida de Margaret, mas lembrava dos momentos em que ela se escondia da mãe doente para poder chorar sobre seu coração partido.
O Bridgerton se aproximou da mesma e deu um beijo na mão enluvada da morena antes de leva-la até a porta da casa chamando a atenção indesejada do marquês.
Assim que os dois saíram da August Hall e entraram na carruagem com o brasão da família Bridgerton, parecia que um peso tinha saído do ombro dos dois.
──── Acho que o Marquês Norton está realmente muito interessado em você, estava até falando com seu irmão sobre casamento. ──── Falou Anthony olhando pela janela com uma cara meio estranha.
──── O QUE? ──── Perguntou Meg logo se sentindo indisposta.
Anthony que percebeu a palidez da mulher nem pensou duas vezes antes de se aproximar da mulher começar a soprar o seu pescoço, algo que fez a mesma se arrepiar até o dedinho dos pés, mas ao contrário de se retrair, ela alongou o pescoço para o lado fazendo com que ele tivesse que se aproximar mais da mesma.
Ao olhar nos olhos dela, o homem sentiu um calor subir pelo seu corpo, algo que ele já sentira antes tendo o apelido de libertino entre a sociedade, mas ele nunca sentiu algo dessa forma ou magnitude. Meg colocou a sua mão em cima da do mesmo e foi quando ele se afastou.
──── Como assim Edward estava pedindo a minha mão? ──── Falou Meg coçando a garganta para tentar se acalmar.
──── Foi o que ouvi quando cheguei em sua casa. Afinal, quem é esse homem e o que está acontecendo? ──── Perguntou o mesmo ajudando a mulher a descer da Carruagem.
Desta vez, o homem decidiu leva-la para os jardins mais bem cuidados que conhecia, o de sua mãe em Aubrey Hall, longe da cidade londrina.
A Percy caminhava pelas diversas colunas de flores bem cuidadas tentando achar uma maneira de explicar a situação sem parecer ser algo pesado. O visconde levou a mesma para se sentar em um banco onde os dois poderiam conversar tranquilamente.
──── Edward foi o primeiro homem que amei. Durante meus dezesseis anos, ele apareceu em nossa pequena fazenda pedindo ajuda para cuidar de sua irmã, todos na cidade sabiam sobre a tragédia de nossa família e sobre minha fama de enfermeira. ──── Começou a mesma a falar tentando evitar os olhos do visconde. ──── Sua irmã, Rose estava apenas febril mas para chamar o doutor da cidade era muito difícil, então passei a noite cuidando da mesma, depois desse dia, ele sempre aparecia com flores, dizia que não sabia agradecer e que assim que ele ganhasse seu título iria nos dar muito dinheiro, eu sempre disse que não precisávamos, fazendo com que ele me prometesse em casamento e cada dia que passava eu me apaixonava mais por ele. ──── Meg respirou fundo antes de continuar. ──── Até que chegou uma nova mulher na cidade, Gwendolyn, ela era linda de uma forma nunca vista antes, cabelos ruivos e olhos azuis, eu nunca poderia chegar aos pés da mesma e quando ela chegou, Edward começou a aparecer menos, as pessoas começaram a falar como eles formavam um lindo casal e quando o mesmo finalmente ganhou o seu título, ele apareceu em nossa casa com flores, eu achava que aquele seria o dia, mas as flores eram um pedido de perdão, que ele tinha conhecido a mulher mais linda do mundo e estava encantado e que ninguém nunca chegaria aos seus pés. ──── Sem nem perceber que estava chorando, a mesma sentiu Anthony limpar suas lagrimas, ela apenas sorriu sem graça. ──── Meses depois ele já estava casado e como era muito amigo de Arthur, todos nós tínhamos sido convidados. Durante a lua de mel dos dois, as pessoas insistiam em passar na frente de nossa casa para falar besteiras como "ainda bem que ele não casou com essa daí, parece que ela família é amaldiçoada.". Após isso eu decidi que iria cuidar apenas de minha família, que talvez o amor não fosse para mim e eu fosse feita para cuidar de todo mundo.
O Bridgerton segurou as mãos de Margaret e começou a fazer carinho no rosto da mesma. Ele sentia tantas coisas pela mulher a sua frente que muitas vezes não sabia como agir, queria trata-la com todo o respeito do mundo e sempre tirar um sorriso de seu rosto, ele amava como Meg tratava todos da sua família. A partir daquele dia, ele tinha a certeza de que ela merecia ser a mulher mais feliz do mundo e que Edward Norton era o pior dos homens.
──── Ele está errado. ──── Falou baixinho chamando a atenção da mesma. ──── Ele está errado Margaret, nenhuma mulher que poderia chegar aos seus pés, não sei como não percebi antes.
──── Percebeu o que? ──── Respondeu confusa.
Sem nem responder Anthony simplesmente voou em direção a mulher a sua frente e tomou seu pequeno rosto nas mãos, sentindo seu coração bater cada vez mais até encostar seus lábios no da mesma. Meg se assustou e se afastou um pouco, mas ao olhar para o mesmo colocou suas mãos em cima do mesmo e o puxou para um beijo cheio de paixão, algo que ela nunca tinha sentido antes, abrindo a boca um pouco mais ela sentiu a língua do mesmo pedir permissão para intensificar o beijo e ela deixou.
Ela sempre agira pela razão e não sabia que agir pelo coração poderia ser algo tão perigoso.